Volume representa queda de 8,5% na comparação com o mesmo mês de 2020, mas indica avanço no ano civil e potencial recorde no acumulado da safra.
As exportações totais brasileiras de café somaram 3,3 milhões de sacas de 60 kg em abril, apresentando queda de 8,5% na comparação com o desempenho registrado no mesmo período de 2020. No mês passado, a receita cambial recuou 7,4%, rendendo US$ 447,2 milhões ao país. Os dados são do relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Diante dos desafios logísticos que o setor comercial enfrenta atualmente, o presidente da entidade, Nicolas Rueda, considera o desempenho positivo. “O resultado de abril foi bom, o segundo melhor nos últimos cinco anos, e evidenciou a eficiência logística dos exportadores brasileiros, que seguem honrando seus compromissos mesmo com a continuidade dos entraves logísticos gerados pela Covid-19 e pela concentração do fluxo do comércio na Ásia, que, entre outros fatores, reduz a disponibilidade de contêineres para exportação de café”, analisa.
ANO SAFRA
No acumulado da safra 2020/21, as remessas do produto nacional evidenciam o comprometimento do setor em atender à demanda mundial e caminham para bater recorde. De julho de 2020 a abril deste ano, o Brasil exportou 39,5 milhões de sacas, apresentando crescimento de 16,6% frente às 33,9 milhões de sacas embarcadas nos primeiros 10 meses da temporada 2019/20. A receita acompanha o ritmo do volume e avança 14,1% no comparativo anual, aproximando-se de US$ 5 bilhões.
ANO CIVIL
De janeiro a abril deste ano, as remessas brasileiras de café atingiram 14,8 milhões de sacas, avançando 8,6% frente ao primeiro quadrimestre de 2020. Foram obtidos US$ 1,95 bilhão com os embarques, o que implica incremento de 6,1% em relação ao levantado em idêntico período anterior.
PRINCIPAIS PARCEIROS
No acumulado de 2021, o principal destino do café brasileiro são os Estados Unidos, que respondem por 19,3% do exportado no período. De janeiro a abril, os norte-americanos importaram 2,9 milhões de sacas, apresentando crescimento de 4,2%, ante primeiro quadrimestre de 2020.
Na sequência, vêm Alemanha, com a aquisição de 2,7 milhões de sacas (+8,6%); Itália, com 1,1 milhão (-11%); Bélgica, com aproximadamente 1,1 milhão (+39,2%); e Japão, com 792,5 mil sacas (+20%). Destaca-se, também, o crescimento de 40,5% das exportações brasileiras de café para as nações árabes, que adquiriram 678 mil sacas no primeiro quadrimestre de 2021, e de 62,7% para países produtores, que importaram 1,026 milhão de sacas no intervalo.
CAFÉS DIFERENCIADOS
O Brasil exportou 2,19 milhões de sacas de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) de janeiro a abril, volume que representa 14,8% dos embarques totais no período. A receita cambial gerada por essas remessas atingiu US$ 374,5 milhões, correspondendo a 19,2% do valor total gerado no quadrimestre.
PORTOS
Santos permanece como o principal canal de escoamento dos cafés do Brasil em 2021. De janeiro a abril, 11,6 milhões de sacas partiram do porto paulista, o que representa 78,2% dos embarques totais. Na sequência, vêm os portos do Rio de Janeiro, com a remessa de 2,3 milhões de sacas (15,4% do total), e de Vitória (ES), com 423,6 mil sacas (2,9%).
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SAFRA 2021/22
O bom desempenho das exportações brasileiras no ciclo cafeeiro atual se justifica pela safra recorde colhida em 2020 e pelo trabalho de promoção da imagem sustentável dos cafés do Brasil que o Cecafé realiza. Entretanto, para a temporada 2021/22, o cenário é de alerta, conforme pondera o presidente do Cecafé.
“Sabidamente, a próxima safra é de baixa no ciclo bienal da produção brasileira. Além disso, o setor continua observando as condições climáticas, que já impactaram o volume a ser colhido devido ao menor nível de chuvas no último trimestre de 2020 e também em 2021. Atualmente, mesmo sendo um período de menos precipitações em comparação a outras épocas do ano, tem chovido bem menos do que a média histórica para a Região Sudeste, principal cinturão cafeeiro do Brasil, o que certamente afetará o tamanho da colheita e poderá ser refletido nas exportações”, conclui Rueda.
Fonte: Cecafe