Segundo a consultoria de agronegócios Agrinvest, os produtores brasileiros de soja irão aumentar o plantio e irão reduzir a aplicação de fertilizantes.
SÃO PAULO (Reuters) – Os produtores de soja brasileiros aumentarão o plantio em 1,5% em todo o país na próxima temporada (2022/23), disse a consultoria de agronegócios Agrinvest Commodities à Reuters nesta quarta-feira, em uma das primeiras projeções divulgadas sobre a nova safra.
O Brasil plantou 40,8 milhões de hectares com soja no ciclo 2021/2022, uma expansão de 4,1%, segundo dados do governo. À medida que os preços dos fertilizantes usados para elevar o rendimento das colheitas aumentaram, alguns analistas temiam uma potencial redução da área de soja.
Uma queda na área plantada seria a primeira desde a temporada 2006/07, quando a área do Brasil encolheu quase 7% após uma queda acentuada na margem de lucro da soja, disse a Agrinvest. A safra 2022/2023 da soja tem início em setembro, quando os agricultores do Estado de Mato Grosso começam a semear seus campos.
A estimativa da Agrinvest corrobora as observações recentes de outro analista, que indicava expansão, mas em ritmo mais lento devido ao aumento nos custos de fertilizantes. Os preços dos nutrientes agrícolas subiram como resultado de sanções ao grande fornecedor Belarus, restrições às exportações chinesas de fertilizantes e sanções à Rússia, grande fornecedora do Brasil.
Na semana passada, o grupo Fundação MT, em parceria com a Agrinvest, realizou uma pesquisa com cerca de 100 produtores de grãos do Estado de Mato Grosso. A pesquisa mostrou que 72% dos agricultores pretendem aumentar a área plantada em setembro, com 40% dos entrevistados dizendo que expandiriam os plantios acima de 5%, e 32% em até 5%, segundo a Agrinvest.
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Em relação ao uso de fertilizantes, 64% disseram que reduziriam as aplicações em até 20%, enquanto 15% disseram que reduziriam o uso de adubos acima desse nível.
“Tem uma grande discussão se o rendimento da soja será afetado pela redução do uso dos fertilizantes”, disse Jeferson Souza, analista da Agrinvest. “O Brasil é grande e tem áreas muito heterogêneas, e a análise é caso a caso.” Na segunda-feira, o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) estimou que a área do Estado cresceria 2,8%, para 11,2 milhões de hectares.
Fonte: Reuters