Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil diz que decisão da OIE permitirá conquista de novos mercados para a carne brasileira
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que o reconhecimento de mais estados como zonas livres de febre aftosa sem vacinação mostra a eficiência do sistema sanitário brasileiro e vai permitir ao País alcançar novos mercados para a carne bovina brasileira.
A decisão foi anunciada oficialmente, na quinta (27), pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que concedeu o novo status para Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e de Mato Grosso. O Paraná também foi reconhecido como zona separada de Peste Suína Clássica.
“O Brasil está avançando na retirada da vacinação contra a febre aftosa. Esse reconhecimento mostra o potencial sanitário que o País tem em relação à qualidade dos nossos animais quanto da defesa sanitária,” afirmou a coordenadora de Produção Animal da CNA, Lilian Figueiredo.
Segundo Lilian, alguns países mais exigentes e que pagam melhor pela carne bovina, como Estados Unidos, México, Canadá, Japão e Coreia do Sul, exigem que o Brasil não faça a vacinação. A remuneração da carne proveniente de animal sem vacinação é maior no mercado internacional, chegando a ser de 25% a 30% superior.
“O nosso papel é manter o produtor capacitado em reconhecer os sintomas da doença, cumprir as normas de trânsito e manter seu rebanho seguro por meio da vigilância passiva e, em caso de qualquer suspeita, ele deve notificar os órgãos de defesa sanitária imediatamente.”
A CNA atuou no acompanhamento dos blocos e do grupo gestor nacional para verificar a segurança sanitária para o produtor rural em relação à retirada da vacina e trabalha com a conscientização das federações de agricultura e pecuária e dos produtores rurais quanto à importância da participação ativa do setor privado na retirada da vacinação.
A confederação também tem trabalhado na criação dos fundos estaduais para garantir a indenização aos produtores em casos de surtos e divulgação das ações do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa no País.
Lilian Figueiredo ressaltou que o principal desafio para o avanço da retirada da vacinação é a estruturação dos órgãos estaduais de defesa agropecuária, além da constituição dos fundos privados indenizatórios.
“Há insegurança jurídica na criação de diversos fundos estaduais e a CNA, em conjunto com o Ministério da Agricultura, está trabalhando em um modelo padrão a ser discutido nos estados”.
Com a inclusão do Amapá, em 2018, todos os estados brasileiros são considerados livres da febre aftosa com vacinação, exceto Santa Catarina, que é livre sem vacinação.
Neste ano, Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e de Mato Grosso passaram a ser livres da doença sem vacinação e o Paraná como zona separada de peste suína clássica. A meta é até 2026 tornar todo o País livre sem vacinação.