Solúveis de qualidade são o foco do documento técnico, que detalha o protocolo de análise sensorial do produto. Novidade foi apresentada na Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte.
Os cafés solúveis têm, agora, uma metodologia específica para serem avaliados em relação à qualidade. Enquanto outros tipos de cafés comercializados já tinham métodos próprios de análise de perfil e qualidade, os solúveis ainda não possuíam parâmetros próprios para isso. Foi a indústria do Brasil que se organizou para criar e mostrar ao mercado, na última semana, essa inovação.
O lançamento do Protocolo de Análise Sensorial de Café Solúvel aconteceu durante a Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte, estado de Minas Gerais. O documento técnico vem sendo desenvolvido desde 2019, em uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) e o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital). O projeto conta, ainda, com uma divulgação mundial feita com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
O objetivo é mudar o modo com que o mercado visualiza e utiliza o produto. Com a avalição e definição de categorias, será possível, por exemplo, melhorar a comunicação entre fabricantes, empresas e consumidores.
A classificação do café solúvel
A metodologia criada no Brasil avalia a qualidade pela intensidade dos atributos e não por pontuações. O grupo técnico chegou ao protocolo depois de fazer provas profissionais, os chamados cuppings, com diferentes amostras de solúvel produzidas no Brasil e no exterior.
No processo, as amostras foram reunidas por similaridade de sabor e, em seguida, descritas pelo gosto característico de cada grupo. Alguns dos atributos indicados pelos especialistas foram doçura, acidez, floral, castanhas, especiarias, frutado, achocolatado e amargor. Com base nos principais atributos, a equipe desenvolveu um léxico sensorial para o produto e, por fim, os três graus de qualidade para solúvel: excelência, diferenciados e convencionais.
Para o diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, a nova metodologia é uma quebra de paradigmas, ajudando o público a valorizar e redescobrir o café solúvel. “Agora precisamos fazer a lição de casa, ou seja, fazer nossa metodologia ser aplicada pelo maior número possível de profissionais das indústrias que são associadas da Abics. Precisamos formar mais gente. Depois, vai ser uma consolidação e refinamento desses cursos. E no momento em que estamos treinando as empresas, elas vão convidar clientes internacionais para fazerem esses cursos dentro das próprias empresas. Na medida em que isso vai sendo difundido, conseguimos consolidar nosso protocolo e ele acaba virando uma linguagem global de análise”, disse Lima em entrevista à ANBA.
O diretor explica que a Abics não pretende ter exclusividade na aplicação de cursos da metodologia. “Queremos que isso seja colocado por outras instituições para que elas hospedem o curso pelo mundo todo. É mais para proliferar o conhecimento do solúvel”, prosseguiu ele.
A consultora da Abics, Eliana Relvas, coordenou o grupo técnico da metodologia, formado por quase 30 especialistas, entre representantes do Ital, do Sindicafé, das 10 empresas associadas à Abics, além de rede de cafeterias e especialistas internacionais.
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O Brasil é o maior exportador de solúvel, vendendo para mais de 120 países. O consumo do produto no mundo cresce mais de 2% ao ano, segundo a Abics. As indústrias nacionais são auditadas por mais de 25 tipos diferentes de certificações internacionais, incluindo a Halal, que atesta que o produto é próprio para consumo de muçulmanos.
Segundo Fábio Sato, presidente da Abics, que também participou do lançamento, a indústria brasileira de solúvel continua otimista, com investimentos na ampliação da capacidade produtiva e novas tecnologias. Para ele, um dos grandes desafios é transformar essa metodologia de análise sensorial do café solúvel em um protocolo global.
Projeto Imagem
A Abics, em parceria com a ApexBrasil, está organizando um trabalho de divulgação internacional, denominado “Projeto Imagem”. Para o lançamento do documento técnico, por exemplo, foram levados formadores de opinião e jornalistas de importantes veículos de comunicação e representantes de relevantes entidades mundiais. Entre elas, estiveram pessoas da National Coffee Association (NCA) e a Specialty Coffee Association (SCA), dos Estados Unidos, a All Japan Coffee Association (AJCA), a European Coffee Federation (ECF) e, ainda, o Coffee Quality Institute (CQI).
Além do lançamento do protocolo de análise sensorial do café solúvel, a Abics promoveu uma sessão de degustação para mostrar na prática a metodologia de avaliação de qualidade dos cafés solúveis.
Fonte: ANBA
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