Brasil cai e Argentina volta a ser o maior produtor global de farinha de soja

Após superar uma seca histórica que assolou o país em 2023, a maior delas nos últimos 60 anos, a Argentina volta a ser o maior produtor global de farinha de soja e, agora, ultrapassa o Brasil novamente

A Argentina, após enfrentar a seca mais severa dos últimos 60 anos em 2023, voltou a se destacar no mercado internacional de farinha de soja, reconquistando sua posição de liderança global. De acordo com o relatório da Bolsa de Comércio de Rosario (BCR), no primeiro semestre de 2024, o país exportou quase 14 milhões de toneladas de farinha de soja, superando o Brasil, com 11,7 milhões, e os Estados Unidos, com 7,8 milhões de toneladas. Com isso, o Brasil cai e Argentina volta a ser o maior produtor global de farinha de soja.

Este marco é visto como um renascimento do setor agroexportador argentino, que foi gravemente afetado pelas condições climáticas adversas em 2023. “A recuperação foi mais rápida do que muitos especialistas previam, e a Argentina mostrou uma resiliência notável,” destacou um analista da BCR. Essa retomada é crucial para o país, cuja economia depende fortemente das exportações agrícolas.

No entanto, os desafios permanecem. Apesar deste recente sucesso, o relatório aponta que, ao longo da última década, as exportações de farinha de soja da Argentina registraram uma queda anual de 0,9%, enquanto o Brasil e os Estados Unidos mantiveram um crescimento constante. “Este declínio gradual reflete uma série de questões estruturais que precisam ser abordadas,” afirmou um especialista do setor.

O Brasil e os Estados Unidos, por outro lado, continuam a expandir suas participações no mercado global. As inovações tecnológicas, práticas agrícolas avançadas e uma maior eficiência logística são apontadas como os principais fatores que impulsionam o crescimento constante desses dois países.

Os especialistas acreditam que, para sustentar sua posição de liderança, a Argentina precisará investir em modernização agrícola, melhorias na infraestrutura de transporte e políticas de incentivo ao setor exportador. “A competição no mercado global de soja é acirrada, e a Argentina terá que fazer mais do que simplesmente recuperar o terreno perdido,” concluiu o analista.

Qual a expectativa para a produção do Brasil em 2024?

A expectativa para a produção de farelo de soja no Brasil em 2024 é positiva, com previsões de crescimento impulsionadas por uma combinação de fatores, como a recuperação dos preços internacionais da soja e o aumento da demanda global, especialmente da China. De acordo com estimativas de analistas do setor, a produção brasileira de farelo de soja deve ultrapassar 35 milhões de toneladas em 2024, o que representaria um aumento em relação ao ano anterior.

Esse crescimento é sustentado pela expansão da área plantada e pela adoção de tecnologias agrícolas que melhoram a produtividade das lavouras. Além disso, o Brasil continua a investir na infraestrutura logística, o que facilita a exportação do farelo de soja, tornando-o mais competitivo no mercado internacional.

Este cenário ressalta a importância estratégica do setor agroexportador para a economia argentina e os desafios que o país ainda enfrenta para se manter competitivo em um mercado global cada vez mais dinâmico e exigente.

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