A área em produção foi de 1,951 milhões de hectares com produtividade média de 26,33 sacas de 60kg. Produção de café arábica foi de 43,24 milhões de sacas e conilon de 7,98 milhões.
A Companhia Nacional do Abastecimento – Conab, vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, divulgou o quarto levantamento da safra de café neste mês de dezembro, o qual aponta que o Brasil, neste ano de 2016, teve a maior safra de café da sua história. A produção atingiu um volume de 51,37 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado das espécies arábica e conilon, sendo que a safra de arábica foi de 43,24 milhões e a de conilon de 7,98 milhões. Esse volume de 2016 representa um aumento de 18,8% em relação a 2015. O recorde nacional da produção de café apurado anteriormente foi de 50,8 milhões de sacas em 2014.
A Conab realiza quatro levantamentos da safra de café em períodos distintos de cada ano com base no calendário da cultura. O primeiro, feito em novembro e dezembro, é divulgado em janeiro na pós-florada. O segundo no mês de maio com divulgação em junho na pré-colheita. O terceiro, realizado em agosto e divulgado em setembro, ocorre no período de plena colheita no país – março a outubro. E o quarto levantamento, que ora é objeto de divulgação, é o último de cada ano e compreende o período em que a colheita já foi finalizada e, assim, as estimativas são corrigidas e ajustadas com base nos dados consolidados e coletados no campo. O Quarto Levantamento da Safra de Café de 2016 – Dezembro 2016 está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
Nesse contexto, de acordo com a metodologia da Conab, o Levantamento aponta que a área em produção no país teve ligeira redução de 1,5% em relação à área de 2015, e totalizou 1,951 milhões de hectares. Em contrapartida, a produtividade média foi de 26,33 sacas por hectare, o que representou um aumento de 17,1% em relação à safra passada. Explica-se tal ganho em função da adoção de novas tecnologias pelos produtores de café, assim como, de condições climáticas favoráveis ocorridas nas principais regiões produtoras de arábica, aliadas ao ciclo de bienalidade positiva, que favoreceram as lavouras na maior parte dos estados produtores. O Levantamento aponta ganhos em São Paulo de 46,7%; Mato Grosso (39,4%); e Minas Gerais (32,2%).
A Conab demonstra ainda que o café arábica continua predominando nas lavouras de café no país, pois nesta safra representou 84,4% da produção total do grão com de 43,38 milhões sacas produzidas. Tal resultado foi 35,4% superior à safra de 2015 e é atribuído, em grande parte, ao aumento de 46 mil hectares da área em produção, além da adoção de novas tecnologias com a inclusão de novas áreas que se encontravam em formação e renovação, e também, óbvio, das condições climáticas mais favoráveis verificas nessas áreas.
O café conilon, que representou 15,6% do total produzido no País, teve um volume apurado de 7,98 milhões de sacas de 60kg beneficiadas, a despeito de apresentar uma redução de 28,6% na produção, se comparada com a safra passada. Nesse caso específico foi registrada uma diminuição de 4% na área plantada e, ainda, problemas adversos climáticos ocorridos como seca e má distribuição de chuvas por dois anos consecutivos no Espírito Santo, maior produtor de café conilon no País. Nos demais estados produtores de conilon, como Rondônia e Bahia, também ocorreram estiagens nas fases críticas das lavouras. Em Rondônia, a quebra de produtividade foi um pouco amenizada com a produção de novas áreas de café clonal (cultivares mais produtivas de café conilon), cuja produtividade foi superior às cultivares tradicionais.
Autoria: Lucas Tadeu Ferreira | Embrapa Café