Com a falta dos EUA o Brasil abocanhou a maior parte dessa fatia, cuja participação (de zero por cento até 2020) subiu de 25% no ano passado para 44% neste.
“Lei que elimina temporariamente as tarifas [de importação], aliada a preocupações com HPAI causam grande mordida nas exportações de carne de frango dos EUA para a República Dominicana”.
Pode não parecer, mas esse é (em tradução literal) o título que adidos agrícolas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) deram a relatório, ora divulgado, em que analisam o desempenho e as tendências da carme de frango na República Dominicana, à qual dedicam sete alentadas páginas.
Pela extensão do relatório, seria de supor que se trata de um grande importador. Mas, quer por sua dimensão territorial (48.670 km2), quer por sua população (cerca de 11 milhões de habitantes), a República Dominicana não se insere nesse grupo. Tanto que nos oito primeiros meses de 2022 importou dos EUA não mais que 100 mil toneladas de carne de frango, menos de 5% do total exportado pelo país no período (perto de 2,161 milhões de toneladas).
Mas o curioso é que, contrapondo-se à “grande mordida” mencionada no relatório, as exportações norte-americanas para a República Dominicana aumentaram, neste ano, mais de 3% em relação a idêntico período de 2021. Daí perguntar-se: onde está a “grande mordida”?
Na verdade, ela está na participação dos EUA no mercado dominicano. Que, conforme o relatório, caiu (dados relativos ao primeiro semestre) de 75% em 2021 para 56% em 2022 (redução de 25%). E quem abocanhou a maior parte dessa fatia foi o Brasil, cuja participação (de zero por cento até 2020) subiu de 25% no ano passado para 44% neste (aumento superior a 75%).
De fato, dados da SECEX/ME mostram que, no primeiro semestre de 2022, as exportações brasileiras de carne de frango para a República Dominica registraram aumento de 263% em relação ao mesmo período de 2021. Mas o volume registrado (pouco mais de 17 mil toneladas) representou menos de 1% das exportações brasileiras do período (2,345 milhões de toneladas).
No gráfico abaixo, do próprio USDA, a evolução das importações dominicanas de carne de frango em 2021 e no primeiro semestre de 2022. Ele aponta, por exemplo, que em maio deste ano as exportações brasileiras superaram as norte-americanas.
A referência a “outros países”, diz respeito ao Chile. Mas como o volume chileno exportado foi mínimo (192 toneladas), sua participação não chega a ser visível no gráfico.
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Fonte: AviSite
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