Levantamento retrata mercado genético taurino focado em animais resistentes e produtivos para melhorar a qualidade da carne brasileira e a rentabilidade do comprador
O equilíbrio entre rusticidade, adaptabilidade, resistência a endo e ectoparasitas, e qualidade de carne é o que mais tem atraído os pecuaristas brasileiros no investimento em genética taurina atualmente no Brasil. É o que demonstra o resultado do levantamento TOP 100 Taurino 2020, realizado pelo quinto ano consecutivo mapeando onde estão e quais são os 50 criatórios que mais multiplicaram seu melhoramento genético taurino Brasil afora em 2019.
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O quadro fica evidente com a liderança nas raças Brangus e Braford, que responderam pela maior parte dos negócios em 2019.
Conforme o levantamento, a Brangus contabilizou 1.779 touros vendidos, o que representa 27,7% do total. A raça Braford foi a segunda mais representativa, com a venda de 1.575 touros, o que equivale a 24,52% do total. O mapa também traz, pela primeira vez, registros de reprodutores da sintética Ultrablack, além de Montana e Canchim, especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste do País.
Entre as britânicas, a raça Angus, líder na comercialização de sêmen no Brasil, segue também no topo da comercialização de touros, com 1.507 reprodutores vendidos em 2019, número equivalente a 23,46% do total registrado pelos participantes do TOP 100 2020.
O resultado total do levantamento aponta que os 50 criatórios que mais venderam touros em 2019 comercializaram 6.423 exemplares, o que equivale a uma média de 128 por propriedade. O maior número de animais comercializados por uma propriedade foi de 753 e o menor, de 44. Na prática, 14 fazendas ficaram acima da média. “Conseguimos dizer, com segurança, que a venda de touros taurinos não é feita por grandes volumes de vendas individualmente, temos um número grande de cabanhas entre 100 e 50.
Ou seja, a venda está distribuída em produtores que não comercializam um grande volume de touros. Isso não quer dizer que os animais não sejam selecionados ou que a fazenda não tenha grandes rebanhos. É uma questão de perfil”, explica o médicoveterinário e proprietário da FF Velloso & Dimas Rocha Assessoria Agropecuária, Fernando Velloso.
Pela quinta vez consecutiva, a Gap Genética, do selecionador Eduardo Macedo Linhares, de Uruguaiana (RS), é a propriedade que mais vendeu touros taurinos no Brasil, segundo o TOP 100. Em 2019, o criatório colocou no mercado 753 touros, sendo 536 da raça Brangus, 126 da Angus, 68 da Braford e 23 da Hereford.
O Grupo Pitangueira, de Itaqui (RS), do criador Pedro Monteiro Lopes, também se consagrou como pentacampeão do TOP 100, porém exclusivamente na venda de touros Braford. A propriedade – que, no cômpito geral, ficou na segunda colocação – registrou a comercialização de 486 reprodutores da raça em 2019, somando, nas cinco edições do ranking, 2.489 exemplares comercializados.
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Quem também está pela quinta vez entre as cinco primeiras posições é a Cia Azul Agropecuária, de Uruguaiana (RS), que comercializou 328 reprodutores em 2019, sendo 174 Angus, 87 Braford, 66 Brangus e um Ultrablack. Neste ano, a propriedade apresentou um crescimento nas vendas de touros das raças Brangus e Braford, fato este que Salvador atribui ao aumento de clientes que buscam a genética de raças sintéticas devido ao grau de resistência ao carrapato.
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A Cia Azul, de Uruguaiana (RS), participa, há três anos, do Centro de Referência Angus (CRA), na Verdana Agropecuária, localizada no município de Itatinga/SP, em que é realizada uma prova de desempenho que busca identificar e fomentar o uso da melhor genética de touros nacionais da raça Aberdeen Angus.
A propriedade Cabanha Rincon del Sarandy, localizada em Uruguaiana (RS), de Ignacio Tellechea, é uma das novidades deste ano no ranking. Pela primeira vez está entre as cinco propriedades que mais comercializam touros no Brasil. O resultado foi obtido com a comercialização de 217 touros em 2019, sendo 122 da raça Angus e 82 da Brangus, além das comercializações inéditas da propriedade de nove animais Murray Gray e quatro Ultrablack.
Adaptado de Revista AG (Junho, 2020)