Os animais da raça Bonsmara foram extensivamente avaliados, para que tivessem resistência ao calor nos quesitos freqüência respiratória e cardíaca, capacidade de andar longas distâncias, quantidade de glândulas sudoríparas.
Em 1937, o Governo da África do Sul, reconheceu que as raças de gado de corte européias não conseguiam sobreviver em condições satisfatórias no clima tropical/subtropical daquele país. Além disso, a principal raça nativa, Afrikaner, que eles dispunham, apesar de resistente ao calor e boa carne, tinha baixa produtividade. O governo sul-africano, então, lançou o desafio ao jovem zootecnista, na época, Jan Bonsma: criar uma raça de gado de corte que fosse resistente às condições próprias do clima tropical e, ao mesmo tempo, com alta produtividade. Esse desafio deu início a uma série de cruzamentos do Afrikaner com várias raças européias locais.
Os animais resultantes desses cruzamentos foram extensivamente avaliados, para que tivessem resistência ao calor (por exemplo, freqüência respiratória e cardíaca, comprimento e grossura do pêlo, capacidade de andar longas distâncias, quantidade de glândulas sudoríparas, etc.). Todo esse processo de medições e avaliações resultou em um animal 5/8 Afrikaner (Sanga) e 3/16 Hereford e 3/16 Shorthorn (Taurinos Britânicos), o qual tinha excelente “eficiência funcional”. Nenhum defeito que afetasse a performance e a reprodução dos animais era permitido. Muitas vezes 100 % dos machos de alguns cruzamentos eram descartados, pois tinham algum problema na sua eficiência funcional.
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É a única raça de gado de corte produzida pela ciência, cuja base é: Fertilidade, musculatura, adaptação, docilidade e excelente qualidade de carne.
Bonsmara no Brasil
A África do Sul esteve até 1994 fechada para o mundo devido ao “Apartheid”. Porém, a partir desse ano o país passou a interagir com o restante do mundo.
Em 1997, o sêmen da raça Bonsmara, proveniente de embriões importados da Argentina, foi usado, no Brasil, num projeto de formação de raças compostas. O resultado foi muito bom e alguns criadores resolveram trazer a raça da África do Sul, pois, acreditaram que ela poderia ajudar a solucionar uma dificuldade da pecuária dos trópicos; ter um touro sem sangue de Zebu que conseguisse trabalhar bem nessas condições de clima e produzisse animais com muita heterose e com carne de altíssima qualidade.
O protocolo sanitário Brasil-África do Sul permite somente o envio de embriões congelados. Portanto, um lote de vacas e touros foi criteriosamente selecionado na África do Sul e os embriões foram coletados e enviados ao Brasil. Em 2000, nasceu a Associação Brasileira dos Criadores de Bonsmara, homologada no Ministério da Agricultura, e já tem criadores nas importantes regiões pecuárias do País.
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Todo esse processo de desenvolvimento e manutenção da raça na África do Sul, desde a sua origem, resultou num sistema de produção, denominado posteriormente de “Sistema Bonsmara”. Os criadores brasileiros, pioneiros na importação da raça, primaram por trazer e manter o “Sistema Bonsmara” no Brasil.
Características 100% Bonsmara, 100% Macia!
O fato do gado Bonsmara ser um animal originário de raças não Zebuínas, Africâner (Bos taurus africanus, Sanga), Shorthorn e Hereford (Bos taurus taurus), produz no cruzamento com raças zebuínas, 100% de heterose. Isso significa aproximadamente 20 a 25% de ganho nas características economicamente importantes, como: ganho de peso, precocidade sexual e de acabamento.
No meio pecuário, “adaptado” é um animal 100% taurino, que realmente consegue trabalhar e ter boa performance sob o clima tropical. Um touro adaptado consegue cobrir a campo uma quantidade expressiva de vacas, durante vários anos. Adaptação é a primeira característica avaliada pelos técnicos, que depois, seguem para as outras. Se o animal demonstrar qualquer indício de má adaptação ao meio ambiente tropical é descartado.
Características importantes na seleção da raça
- Fertilidade: é a principal e mais importante característica de um rebanho.
- Precocidade: tanto as fêmeas como os machos são selecionados para atingir a puberdade o mais cedo possível.
- Intervalo entre partos: característica de grande importância dentro do sistema de avaliação da raça.
- Libido: característica extremamente importante e necessária aos machos.
- Qualidade espermática: esta é uma qualidade importante que deve ser mantida durante vários anos, mostrando que não há degeneração testicular devido ao calor dos trópicos.
PRODUÇÃO:
- Ganho de peso: o animal deve ter genética de ganhar peso rapidamente. Porém, sem aumentar muito altura e tamanho. A raça deve manter porte médio.
- Acabamento: o animal deve estar “acabado”, com cobertura de gordura entre 3 e 6 mm a partir de 16 ,17 @. Uma característica particular da raça é a deposição precoce de gordura por toda a carcaça.
- Peso ao nascer: o animal deve nascer pequeno, facilmente e sem ajuda do criador.
- Relação bezerro/vaca: a vaca deve ter porte médio e desmamar o bezerro com 50% do peso dela. Essa qualidade é muito selecionada nos rebanhos da África do Sul.
- Conversão alimentar: é a busca de animais que ingerindo a mesma quantidade de alimentos ganham mais peso.
Temperamento: esta é talvez a mais importante das características que geram resultados econômicos. Pesquisas demonstram que animais mais calmos ganham mais peso e têm melhor conversão alimentar. Além de serem mais seguros no manejo, sofrerem menos acidentes e produzirem carne de melhor qualidade. Devido a tudo isso, é dada muita importância nessa avaliação, e qualquer animal macho ou fêmea que demonstre agressividade é descartado. Esse rigor nas avaliações resultou numa da raças mais dóceis conhecidas. Conheça a Associação Brasileira dos Criadores de Bonsmara Fazendas que tem animais à venda, http://fazendabarragrande.com, http://www.fazendasantasilveria.com.br
Fotos da Fazenda Santa Silvéria, criadora de Bonsmara