Bolsonaro diz que pode zerar impostos federais para reduzir preço do diesel; e cobra governadores para que haja diminuição da carta tributaria nos estados
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que está disposto a zerar os impostos federais para reduzir o preço do diesel, mas gostaria que a medida viesse acompanhada de redução nas alíquotas de ICMS pelos governos estaduais.
Em entrevista à imprensa após audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no início desta tarde, o presidente afirmou que o monopólio em parte da cadeia de distribuição do combustível também é responsável pelo atual patamar de preços. “Para cada centavo do preço do diesel que queremos reduzir, no caso do PIS/Cofins, equivale buscarmos de algum outro local R$ 800 milhões”, justificou o presidente.
Medidas pode ser uma resposta a possível nova greve dos caminhoneiros que pode parar o Brasil novamente. Prevista para o próximo dia 1º de fevereiro de acordo com o presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, poderá ser maior do que a realizada em 2018, devido ao grau crescente de insatisfação da categoria, principalmente em relação ao preço do diesel e às promessas não cumpridas após a histórica greve no governo Temer.
Bolsonaro considera “razoável” o preço do diesel nas refinarias. O problema, segundo o presidente, é que até chegar nas bombas incide a alíquota de ICMS, a margem de lucro de empresários e das transportadoras. “Tem muito monopólio no meio disso, estamos buscando alternativas, mas não é fácil.”
“Estamos buscando uma maneira de não ter mais este reajuste. Os impostos federais, eu sempre disse, eu estou pronto para zerar, a gente vai para o sacrifício, mas gostaria que o ICMS acompanhasse. Eu não interfiro na Petrobras, deixar bem claro. Petrobras continua com a sua política de preços. Agora, nós temos atualmente [que reduzir] 0,33 centavos o litro.”
Questionado sobre a possibilidade de greve dos caminhoneiros, Bolsonaro fez um apelo para que não haja paralisação. “Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil, apelamos para que eles não façam greve porque todos nós vamos perder”, disse. “[Vai] causar um transtorno, estamos vivendo época de pandemia.”
No Ministério da Economia, Bolsonaro também se reuniu com representantes do setor de bares e restaurantes, que reclamam da restrição de horário de funcionamento em alguns locais, como São Paulo e Belo Horizonte.
O presidente é contrário às medidas adotadas por governadores e prefeitos e garantiu que o governo estudará o pleito dos empresários, que envolve prorrogação de prazos para pagamento do Pronampe; do BEM, voltado a redução e suspensão de contratos de trabalho; e de impostos para empresas enquadradas no Simples.
Adaptado de VALOR ECONÔMICO