Bolsonaro quer líderes árabes no Brasil; Isso é bom!

Além disso, Montes quer que empresas desses países árabes, que fornecem cerca de 26% dos fertilizantes importados pelo Brasil, tenham fábricas também no território brasileiro.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem expectativa de receber quatro líderes de países árabes em Brasília ainda neste ano. A revelação foi feita em participação por vídeo gravado na abertura do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, neste segunda-feira (04), na qual o presidente brasileiro falou também que a relação Brasil-países árabes se fortalece no atual cenário, de busca de soluções para segurança alimentar e para o fornecimento de fertilizantes.

O presidente disse que o governo está trabalhando pela vinda ao Brasil do emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, do rei do Bahrein, Hamad bin Isa al-Khalifa, e do príncipe-herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, e o novo presidente do Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan. Como exemplo do compromisso entre os governos árabes e o brasileiro, Bolsonaro lembrou que o chanceler saudita Faisal Bin Farhan Al Saud esteve no Brasília em novembro do ano passado e que Bolsonaro mesmo e seus ministros realizaram visitas recentes aos países árabes.

“Fui o primeiro presidente brasileiro a visitar duas vezes no mesmo mandato a região do Golfo. Na minha última viagem, inaugurei uma nova embaixada, no Bahrein. Contamos hoje com 18 representações diplomáticas dentre os 22 países que integram a Liga Árabe”, disse.

As viagens do secretário de Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha, a nove países árabes, e do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, a três países árabes, ambas neste ano, foram citadas.

De acordo com Bolsonaro, no atual momento, o elo entre Brasil e mundo árabe se fortalece. “Nem diante dos desafios impostos da pandemia, deixamos de desempenhar nosso papel no suprimento de alimentos”, falou.

Segundo o presidente, o mundo árabe é hoje o terceiro maior mercado do Brasil no exterior, e a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 24 bilhões no ano passado, saltando entre janeiro e abril do ano passado de US$ 4 bilhões para US$ 5,2 bilhões em iguais meses de 2022.

Bolsonaro disse que 26% dos fertilizantes que abastecem o agronegócio brasileiro atualmente vêm do mundo árabe, que, no continente africano, a Argélia foi no ano passado o principal parceiro comercial do Brasil, o Egito é o maior destino das exportações brasileiras e o Marrocos é o primeiro fornecedor do mercado brasileiro, ocupando a posição de terceiro maior provedor de fertilizantes.


O ministro da Agricultura, Marcos Montes, defendeu em São Paulo alianças de empresas árabes e brasileiras para a produção de fertilizantes no país.

Em maio, Montes viajou ao Egito, à Jordânia e ao Marrocos para negociar a ampliação do fornecimento do insumo ao Brasil, cujo abastecimento entrou em risco com a Guerra na Ucrânia, que colocou os maiores fornecedores do insumo ao Brasil, a Rússia e Belarus, sob sanções internacionais. 

Agora Montes quer que empresas desses países árabes, que fornecem cerca de 26% dos fertilizantes importados pelo Brasil, tenham fábricas também no território brasileiro. “Por onde passei [nesses países árabes] fui bem recebido. Colhi manifestações de interesse em realizar investimentos e fortalecer laços comerciais com o Brasil”, disse.

“Nossa missão, agora, é transformar essas manifestações em oportunidades concretas de benefícios para todos os atores envolvidos”, afirmou o titular da pasta da Agricultura em fala exibida no Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, da Câmara Árabe-Brasileira. 

“Podemos avançar não apenas no desenvolvimento de parcerias estratégicas voltadas para a produção agropecuária, nas quais já temos alguns exemplos, mas também na formulação de projetos de infraestrutura, logística e de exploração de fertilizantes no Brasil”, disse Montes a uma plateia que incluía empresários dos dois lados da relação bilateral. 


Foto Divulgação.

O presidente brasileiro também afirmou que o montante de investimentos de fundos árabes no Brasil se aproxima de US$ 20 bilhões. “Os fundos árabes tornaram-se uma das principais fontes de capitais para nosso País”, falou. Segundo ele, a participação do Brasil na exposição universal Expo 2020 Dubai, que ocorreu entre 2021 e 2022 nos Emirados, gerou previsão de US$ 10 bilhões em investimentos.

Bolsonaro disse que o governo pretende concluir acordos com os países árabes que facilitem investimentos e evitem a dupla tributação, além de tratados pelo Mercosul. “No âmbito do Mercosul, os resultados alcançados pelo acordo de livre comércio com o Egito inspiram outras iniciativas, como as negociações lançadas com os Emirados Árabes Unidos”, afirmou ao público do fórum.

Comunidade árabe

Bolsonaro conclui sua participação no evento falando do tamanho da comunidade árabe no Brasil. “Temos em nosso País a maior comunidade de ascendência árabe fora do Oriente Médio e Norte da África. São mais de 10 milhões de pessoas integradas à nossa sociedade e parte da nossa riqueza cultural e humana”, disse.

Ele parabenizou a Câmara de Comércio Árabe Brasileira por seus 70 anos e pela realização do fórum. “De grande relevância no diálogo entre nossos países e no fortalecimento dos nossos laços comerciais”, disse sobre o evento, que marca os 70 da Câmara Árabe.

O Fórum Econômico Brasil & Países Árabes é realizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira em parceria com a União das Câmaras Árabes e apoio da Liga dos Estados Árabes, e patrocínio da Travel Plus, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Fambras Halal, Embraer, Parque Tecnológico Itaipu, Pantanal Trading, Embratur, Khalifa Industrial Zone Abu Dhabi  (Kizad), Cdial Halal, Modern Living, BRF, Egyzone/AM Development, Antika/Openet BV, First Abu Dhabi Bank, Egyptian Financial & Industrial Co. (EFIC), Suez Company for Fertilizers Production (SCFP), Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança (Capebe), Prima Foods e Afrinvest.

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