O movimento está pressionando ainda mais os preços do boi gordo em ambos os Estados”, disse a consultoria, no boletim.
São Paulo, 19 – A decisão da China de suspender as importações de carne bovina da unidade da JBS em Mozarlândia (GO), no Vale do Araguaia, vem saturando o mercado de animais prontos para abate da região, afirma o presidente do Sindicato Rural de Mozarlândia, Belchior Machado. Segundo ele, há mais de 60 dias a unidade está sem abates. “Está improdutiva. Assim, a oferta de bois gordos se acumula na região, com mais de 200 mil animais terminados”, afirma Machado.
Para Machado, a perda para os pecuaristas diante da situação é alta, já que, segundo ele, a capacidade de abate desta unidade é de cerca de 2,5 mil animais/dia. “Tem muito produtor com um prejuízo enorme”, assinala.
Em boletim da última segunda-feira (16), a consultoria IHS Markit confirmou que, diante da situação, há muito gado terminado na região de Mozarlândia sendo enviado a Estados vizinhos, sobretudo São Paulo e Mato Grosso do Sul. “O movimento está pressionando ainda mais os preços do boi gordo em ambos os Estados”, disse a consultoria, no boletim.
Esta unidade da JBS foi suspensa pelos chineses em 11 de março, inicialmente por uma semana, mas, depois, em 24 de março, a Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) manteve a suspensão por tempo indeterminado.
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Em entrevista no dia 11 de maio, antes da divulgação dos resultados financeiros da JBS no primeiro trimestre de 2022, o CEO Global da empresa, Gilberto Tomazoni, afirmou que a unidade havia passado por uma nova inspeção para a retomada dos embarques. Na ocasião, ele comentou que a expectativa era de que a unidade voltasse a exportar carne bovina para a China “rapidamente”.
O governo chinês, no entanto, ainda não sinalizou o Ministério da Agricultura sobre a retomada das importações de carne bovina na unidade. Em nota encaminhada à reportagem, a pasta informou que a equipe do ministério tem mantido “diálogo constante com o lado chinês” e, em breve, realizará novas reuniões para discutir o tema dos frigoríficos temporariamente suspensos. Procurada, a JBS disse que não comentaria.
Fonte: Estadão