A raça surgiu dois séculos atrás, em regiões inóspitas da Austrália, para auxiliar colonos ingleses no manejo do gado
Jack foi o primeiro boiadeiro australiano que a estudante de medicina veterinária Helena Curi trouxe para casa. Apaixonada pela raça, ela comprou o animal no início da faculdade, quando passou a morar sozinha.
“Uma das características que mais me chamou atenção foi a lealdade forte a um único dono”, relembra.
A raça surgiu no século 19, a partir do cruzamento de animais das raças dingo e kelpie. Colonos ingleses utilizavam esses cães no manejo do gado em regiões inóspitas da Austrália. Hoje, existem duas pelagens bastante características: os blue heeler, de cor azul-acinzentada, e os red heeler, de pelo vermelho-alaranjado.
Heeler, aliás, significa calcanhar — alvo das mordiscadas dos boiadeiros australianos. Os cachorros miram as patas e “empurram” o gado na direção do comando.
Segundo Helena, a maioria dos animais da raça apresenta, desde cedo, aptidão para o trabalho. Para ela, na hora de escolher um filhote, o pecuarista precisa observar quais se mantêm atentos ao gado. “
Se ele fica com o olho no bezerro, pode ter certeza que será um animal de fácil treinamento”, afirma.
A universitária costuma apresentar os filhotes à fazenda aos três meses de vida após vaciná-los corretamente. “Mas o treinamento pesado é só a partir dos seis ou sete meses. Nesta idade, ele está com a estrutura formada e entende melhor os comandos”.
Ela considera a ajuda dos cachorros muito bem-vinda, principalmente no manejo de pequenos lotes de animais. “A gente começa a pé. Então, mandamos o cão na frente e não precisamos ficar correndo atrás do rebanho”, diz.
É BOM SABER!
Expectativa de vida: 10 a 13 anos
Altura: 43 a 50 centímetros
Peso: 15 a 20 quilos
Projeto adestra cães para a lida com gado
Fonte: Canal Rural