Os preços da arroba no Brasil tiveram mais uma semana de alta, acumulando R$ 25,00/@ de valorização em setembro. O ambiente de negócios ainda sugere por alta dos preços da arroba do boi diante com expectativas de aumento no consumo e nas exportações.
Após um longo período de quedas, a arroba do boi gordo para abate está registrando variações positivas no mês de setembro. Lembrando que, segundo o Cepea, o Indicador chegou a apresentar uma queda de mais de 20% ao longo deste ano. Porém, as indústrias tem encontrado maior dificuldade na aquisição da matéria prima, aliado a melhora no consumo interno e aumento nas exportações de carne bovina. Por outro lado, o pecuarista segue cadenciando as vendas a espera de melhores preços, visando uma melhor margem nas negociações.
As perspectivas da Scot Consultoria para o mercado do boi gordo são positivas, com expectativas de aumento no consumo e nas exportações. A analista da Scot Consultoria, Ana Paula Oliveira, explicou que essa recuperação se deve à redução na oferta de boiada desde agosto, combinada com um aumento nas exportações de carne e no estoque de carne no país no primeiro semestre.
O mercado físico de boi gordo registrou preços mais altos nessa última semana. Segundo o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alta dos preços no curto prazo, em linha com o posicionamento das escalas de abate, que ainda estão apertadas.
Segundo balanço divulgado pelo zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot, em São Paulo, desde o início de setembro/23, a arroba do boi gordo “comum” acumula aumento de R$ 25/@, a mesma valorização registrada para o “boi-China”. A novilha paulista também subiu bem desde o começo do mês – avanço de R$ 13/@. “O mercado do boi gordo está dando sinais de novas altas em curto prazo, com uma oferta de bovinos reduzida e o ímpeto do comprador ávido, puxado por uma melhora na exportação e no consumo doméstico”, justifica Fabbri.
Já a arroba do “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está precificada em R$225,00, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@ em relação ao boi comum. Entretanto, segundo os relatos, existem negociações acima dessa referência. Segundo o App da Agrobrazil, o pecuarista de Campo Grande (MS), informou negociação de animais no valor de R$ 233,50/@, com pagamento no prazo de 30 dias e abate programado para o dia 26 de setembro.
Ainda sobre a valorização dos preço ao longo de setembro, o Indicador do Boi Gordo Cepea/B3, já acumula uma variação positiva de 11,16% no comparativo mensal. Dessa forma, conforme mostra o gráfico abaixo, o valor está atualmente cotado em R$ 222,10/@.
Os pecuaristas cadenciaram o ritmo das negociações, buscando melhora das margens operacionais, bastante deterioradas no decorrer do mês de agosto. “Os preços da carne bovina no atacado também vêm se recuperando, sinalizando para estoques enxutos, mesmo com a maior parte da população mantendo a preferência pela carne de frango e com a reposição mais lenta típica da segunda quinzena de cada mês”, diz Iglesias.
Segundo ao analista da Scot, o último trimestre do ano tende a ser de boa demanda doméstica por carne bovina, pois o período é marcado pela geração de empregos temporários, pagamento de décimo terceiro salário, além das festas de final de ano – o que resulta na corrida dos brasileiros pelos tradicionais e indispensáveis cortes de churrasco.
“Não é loucura crer em um mercado firme até o fim de 2023” Fabbri, da Scot Consultoria
Adicionalmente, Fabbri ressalta outros dois elementos que podem impactar negativamente o processo de recuperação da arroba: a disponibilidade de boiadas do segundo ciclo de confinamento e os acordos anteriormente estabelecidos entre compradores e vendedores, o que pode reduzir a demanda de aquisição de boiadas.
Giro do boi gordo pelo Brasil, segundo Agência Safras
- São Paulo (Capital) – R$ 225,00, ante R$ 210,00 em 15 de setembro, subindo 1,89%.
- Minas Gerais (Uberaba) – R$ 220,00 a arroba, contra R$ 205,00, alta de 7,32%.
- Goiânia (Goiás) – R$ 220,00 a arroba, ante R$ 200,00 (5%).
- Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 225,00 a arroba, estáveis.
- Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 189,00 a arroba, ante R$ 181,00, alta de 4,4%.
As perspectivas da Scot Consultoria para o mercado futuro são positivas, com expectativas de aumento no consumo interno e nas exportações, especialmente para a China, devido ao seu feriado do ano novo lunar. Os contratos na B3 para os próximos meses indicam um cenário favorável, com valores próximos a R$ 235 a R$ 238 por arroba.
Exportação de carne bovina
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 540,368 milhões em setembro (10 dias úteis), com média diária de US$ 54,037 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 119,984 mil toneladas, com média diária de 11,998 mil toneladas.
O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.503,70. Em relação a setembro de 2022, houve alta de 15,8% no valor médio diário da exportação, de 54,9% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 25,2% no preço médio.
Exportação de gado vivo: Brasil abre cinco novos mercados
Os ministérios da Agricultura (MAPA) e das Relações Exteriores (MRE) anunciaram, na quarta-feira (20/9), na reunião para entrega do Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) para o chefe do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da Federação Russa que a exportação de gado vivo foi habilitada para mais cinco países.
Os países habilitados são Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Rússia, que fazem parte da União Econômica Eurasiática (UEEA). Nos últimos cinco anos, estima-se que o bloco importou US$200 milhões em bovinos vivos por ano.
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