Frigoríficos com foco no mercado interno estão se adaptando ao fluxo de vendas, enquanto aqueles com foco nas exportações mantêm ritmo acelerado de embarques.
Os preços do boi gordo voltaram a subir no mercado físico brasileiro nesta quarta-feira, 26. “A diferença entre os preços do mercado paulista e as demais praças de produção e comercialização segue caindo”, diz o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias. Segundo ele, a oferta de animais terminados de uma forma geral é restrita, com uma disputa muito acirrada para as boiadas que cumprem os requisitos para exportação ao mercado chinês.
As indústrias frigoríficas continuam tendo bastante dificuldade em compor as escalas de abate, em meio ao cenário de oferta restrita de boiadas prontas em todo o País.
Segundo apurou a IHS Markit, alguns frigoríficos reduziram o nível de produção diária para se adaptar ao menor fluxo das vendas de carne bovina no mercado interno. Com isso, relatou a consultoria, algumas indústrias tentaram reduzir os valores oferecidos pela boiada, sem conseguir, porém, efetivar novas compras de boiadas.
Segundo informações obtidas pelo Grupo Pecuária Brasil – GPB e divulgadas no Telegram, pecuaristas estão concretizando vendas em São Paulo por R$ 239/@ com pagamento à vista e embarque para domingo. Lembrando que são animais padrão China, com destino a exportação.
Ainda segundo o relatório diário do GPB, os preços em São Paulo, seguem com média de R$ 235/@ para animais machos inteiros, e novilhas com 10 a 15@ com preços de R$ 225/@.
Giro pelas praças nesta quarta-feira
No Mato Grosso, a arroba do boi gordo se valorizou nesta quarta-feira. Nas principais praças do Estado, a oferta de gado parece insuficiente para suprir a necessidade de abate das indústrias, que atendem a forte demanda das exportações.
Em Rondônia, a baixa disponibilidade de boiada também promoveu novos ajustes positivos nos preços da arroba.
Em São Paulo, os poucos lotes terminados nos confinamentos foram comprados, e os negócios ocorreram mediante a valores acima das máximas anteriores.
Em Minas Gerais, os preços ficaram estáveis nesta quarta-feira. Alguns frigoríficos pesquisados alegaram posicionar as cotações abaixo das máximas vigentes, na tentativa de efetivar negócios com margens mais atrativas, de acordo com a IHS Markit.
- Soja: cinco sacas a mais por hectare com agricultura de precisão
- ‘Sem carne’: Carrefour enfrenta retaliação de frigoríficos no Brasil após boicote
- Desenvolvimento da raiz impacta diretamente na produtividade do milho
- Você sabe por que os humanos começaram a beber leite de vaca?
- CerealCred: nova solução de crédito para associados da Acebra em parceria com a Farmtech
Mercado do boi gordo: escalas de abate curtas e alta nos preços da arroba
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na última quarta-feira (26/8), em São Paulo, a cotação do boi comum ficou em R$231,00/@, preço bruto e à vista, R$230,50/@ com desconto do Senar, e em R$227,50/@ com desconto do Funrural e Senar. Alta diária de R$1,00 ou 0,44%.
Para boiadas que atendem ao mercado chinês, bovinos jovens de até 30 meses, o ágio chega em até R$5,00 sobre a cotação do boi comum.
As escalas de abate curtas e o fim do mês se aproximando, com o esperado aumento de consumo, pode alterar as ofertas e o ritmo dos preços nos próximos dias.