Apoiado em uma semana mais curta, lacuna na oferta de boi gordo e os volumes recordes na exportação, deixam boi apregoado a R$ 360,00/@; Veja!
A semana foi mais curta após o feriado prolongado do carnaval. Dessa forma, o mercado ficou calmo e pouco movimentado nesta sexta-feira, 04, nas praças paulistas como resultado do dificuldade em originar animais jovens com padrão exportação para o abate. Além disso, a indústria tenta reavaliar o mercado e montar suas estratégias neste momento de tensão com a Guerra na Rússia.
Embora a oferta de animais prontos para abate continue restrita, grande parte das indústrias frigoríficas continua cadenciando o ritmo de suas aquisições de gado. Confira abaixo como o mercado se comportou ao longo dessa semana e quais são, neste momento, as perspectivas de movimentos para o resta do mês.
Segundo os dados divulgados pela Scot Consultoria, em seu relatório diário, as cotações estão estáveis na comparação feita dia a dia, em R$338,00/@ para o boi gordo, R$303,00/@ para a vaca gorda e R$332,00/@ para a novilha gorda, preços brutos e a prazo.
Por outro lado, o ágio para bovinos com até trinta meses chega até R$30,00/@, com negócios firmados em R$360,00/@, deixando o pecuarista mais animado neste momento. Os pecuaristas de Pompéia, em São Paulo, venderam lotes no valor de R$ 360,00/@ com pagamento a vista e abate programado para o dia 18 de março. Confira a imagem abaixo com os detalhes sobre a negociação.
Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 345,55/@, na quinta-feira (03/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 316,18/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 313,18@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 334,97@.
O Indicador do Boi Gordo, do Cepea, trouxe uma queda de 0,35% na comparação diária, o que fez com que os preços retornassem ao patamar de R$ 341,15/@ nesta sexta-feira. Os preços do boi gordo até oscilaram ao longo de fevereiro, mas se mantiveram acima dos R$ 330,00 – Indicador CEPEA/B3, estado de São Paulo. No acumulado do mês (entre 31 de janeiro e 25 de fevereiro), o Indicador registrou ligeira queda de 0,22%, encerrando o período a R$ 343,05. Os valores seguiram sustentados pela oferta baixa de animais e pela demanda externa aquecida, sobretudo por parte da China.
“De certa forma, lotes de animais que cumprem os requisitos de exportação, sobretudo ao mercado chinês, continuam sendo comprados a valores acima das máximas vigentes”, destaca a IHS.
Escalas de abate
Em uma semana curta, os frigoríficos retomaram os trabalhos buscando alongar as suas escalas. Nesse cenário, a arroba se mantém firme nas principais praças e a média nacional das escalas de abate se encontra em 8 dias úteis:
- Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 8 dias úteis já programados, avanço de 1 dia no comparativo entre as semanas. A média das escalas das indústrias paraenses encerrou a semana na casa dos 12 dias úteis, alta de 1 dia ante a sexta-feira passada.
- Em Minas Gerais os frigoríficos fecharam a semana com a média de 10 dias úteis escalados, um acréscimo de 2 dias no comparativo semanal.
- As indústrias goianas e tocantinenses enfrentaram maiores dificuldades em adquirir o boi gordo e a média das escalas nos estados reduziram para 7 dias úteis, queda de 1 dia ante a semana passada para ambas as regiões.
- Em Rondônia e Mato Grosso as programações se encontram completas em 7 dias úteis, com os frigoríficos mato-grossenses avançando 2 dias e os rondonienses 1 dia, no comparativo semanal.
- Dentre os estados analisados, os frigoríficos sul-mato-grossenses são os que encontram maiores dificuldades em preencher suas escalas, que se encontra na média de 4 dias úteis, 1 dia a menos do que foi visto na semana passada.
Exportação de carne bovina bate recorde
As exportações de carne bovina do Brasil voltaram a registrar números expressivos, após volume recorde em janeiro. No último mês, o volume embarcado chegou a 159,1 mil toneladas, alta de 55,8% sobre o montante embarcado em fevereiro de 2020, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Em relação ao faturamento, o resultado foi ainda melhor. Foram US$ 889,4 milhões arrecadados em fevereiro deste ano, com elevação de 91,9% sobre o resultado em mesmo período de 2021.
Segundo o analista, a tendência é que os embarques de carne bovina se mantenham aquecidos pelos próximos meses, com vendas mensais superando a marca das 140 mil toneladas, como já aconteceu neste início de ano.
Perspectivas
As vendas externas de carne bovina bateram um novo recorde (tanto em volume quanto em receita) no primeiro bimestre de 2022, mas o fraco consumo doméstico da proteína surge como principal obstáculo para a maior procura por lotes de boiada gorda, observa a IHS.
Nesse contexto, continua a consultoria, o ambiente sugere certa estagnação nos preços da arroba nas principais regiões brasileiras, salvo algumas exceções. “De certa forma, lotes de animais que cumprem os requisitos de exportação, sobretudo ao mercado chinês, continuam sendo comprados a valores acima das máximas vigentes”, destaca a IHS.
Entre os principais importadores da carne bovina nacional, China e EUA são os países que pagam valores mais altos pelo produto brasileiro.
“Tais operações são concedidas com a opções de prêmios para boi exportação acima dos R$ 30 por arroba”, informa a IHS.
Diante da dificuldade de originação do chamado boi-China (abatido mais jovem, geralmente com idade inferior a 30 meses), algumas unidades paulistas chegam a deslocar as suas compras de boiadas para estados vizinhos ou até mais longe (regiões ao Norte).
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Por outro lado, unidades de abate com foco maior no mercado interno não conseguem mitigar os seus custos aos preços da carne, encontrando dificuldades na formação de receitas neste momento, relata a IHS.
Desta forma, a estratégia para muitos frigoríficos é regular ao máximo os abates, limitando as compras de gado terminado ou até mesmo reescalonando as programações, à espera de repiques de venda no atacado.