Boi trilha caminho ‘difícil’ e maior valor é de R$ 230/@

Para as próximas semanas, as expectativas giram em torno da continuidade da estabilidade nos preços do boi gordo, mas com viés de baixa devido ao cenário de oferta abundante; veja as cotações

O mercado físico do boi gordo brasileiro vêm apresentando estabilidade na primeira semana de março, segundo dados da Scot Consultoria e da Agrifatto. Apesar das expectativas de uma melhoria no consumo interno de carne bovina ao longo do mês, o receio em relação ao excesso de oferta de boiadas gordas ainda persiste. Os preços da arroba se mantiveram relativamente estáveis em diversas praças, com pequenas variações registradas em algumas regiões. No entanto, a pressão baixista sobre os preços continua presente, com os frigoríficos mantendo escalas de abate alongadas e a demanda interna ainda não se recuperando plenamente.

Para as próximas semanas, as expectativas giram em torno da continuidade da estabilidade nos preços do boi gordo, mas com viés de baixa devido ao cenário de oferta abundante. Ainda espera-se uma leve melhora no consumo interno de carne bovina, especialmente com a proximidade do pagamento de salários, o que pode impulsionar temporariamente os preços da carne no atacado. No entanto, essa alta não deve ser suficiente para alterar significativamente a dinâmica do mercado do boi gordo, uma vez que as escalas de abate dos frigoríficos continuam confortáveis e a demanda ainda não demonstra sinais consistentes de recuperação. Assim, os pecuaristas devem se manter atentos às condições de mercado e aos movimentos dos preços, buscando estratégias para mitigar os impactos da pressão baixista sobre o boi gordo.

As informações fornecidas sobre o mercado do boi gordo pela Safras & Mercado corroboram com a tendência de queda nos preços da arroba nas principais praças de produção e comercialização do país. A consultoria ressalta que o ambiente de negócios sugere a continuidade desse movimento, especialmente considerando o avanço da oferta, especialmente de fêmeas, no Centro-Norte do país.

Segundo a consultoria, os frigoríficos não enfrentam dificuldades na composição de suas escalas de abate, que atendem entre nove e dez dias úteis em média. Esta ampla disponibilidade de animais para abate contribui para a pressão baixista sobre os preços do boi gordo, pois os frigoríficos podem negociar em condições favoráveis de oferta.

Por sua vez, o pecuarista até encontra condição para cadenciar o ritmo dos negócios, no entanto, o que se torna apenas um limitador para quedas mais agressivas, pois mesmo com a adoção desse tipo de estratégia o viés ainda é baixista”, diz o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Preços da arroba do boi nas principais praças

  • São Paulo (Capital): R$ 231
  • Goiânia (GO): R$ 218
  • Uberaba (MG): R$ 227
  • Dourados (MS): R$ 223
  • Cuiabá: R$ 206

De acordo com a Scot Consultoria, as cotações nas praças de São Paulo estão estáveis para todas as categorias. O boi comum está cotado em R$ 230/@, a vaca em R$ 205/@ e a novilha em R$ 220/@ (preços brutos e a prazo). A arroba do “boi-China” – gado com no máximo quatro dentes incisivos e até trinta meses de idade – apurou a Scot, está valendo R$ 235 mercado paulista, portanto com um ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”.

A Agrifatto destaca que o mercado do boi gordo iniciou com estabilidade em grande parte do país. No entanto, a pressão negativa continua presente, com os preços registrando queda em algumas praças pecuárias importantes na semana anterior. Em São Paulo, por exemplo, a arroba do boi gordo sofreu uma desvalorização de 0,9%, sendo cotada a R$ 232,00.

As programações de abate nessa região atingiram o maior nível dos últimos meses, indicando uma ampla disponibilidade de animais para abate e mantendo a pressão baixista sobre os preços. A diferença entre o valor da carne vendida pelos frigoríficos e o preço do boi gordo adquirido também aumentou, atingindo o maior nível dos últimos cinco meses. Esse cenário compromete a margem de lucro dos pecuaristas, que enfrentam dificuldades diante das condições desfavoráveis do mercado.

Segundo o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as informações sobre o mercado do boi gordo para contratos futuros – B3 – indicam uma variação nos preços da arroba ao longo da semana em análise. De acordo com os dados, o valor da arroba do boi gordo foi de R$ 235,10, com uma variação diária de 0,02% e uma variação mensal de -0,13%. Além disso, o valor em dólar foi de 47,52. Esses dados demonstram uma certa estabilidade nos preços, com uma leve variação diária e mensal, sugerindo um mercado relativamente equilibrado, embora sujeito a pequenas flutuações.

Atacado

Quanto ao mercado atacadista, a Safras & Mercado aponta para uma acomodação nos preços, mas destaca que há expectativa de alguma alta durante a primeira quinzena do mês, especialmente devido à entrada dos salários na economia, que motiva a reposição entre atacado e varejo. No entanto, mesmo com essa alta eventual nos preços da carne no atacado, a consultoria ressalta que isso não será suficiente para alterar significativamente a dinâmica dos preços do boi gordo, dada a abundante oferta de animais para abate.

Balanço da semana

Na última semana, os preços do boi gordo registraram queda em algumas importantes praças pecuárias, recorda a Agrifatto. Na média, o animal ficou cotado em R$ 233,55/@, com desvalorização de 1,14% no comparativo semanal. Por sua vez, considerando o indicador Cepea, o animal fechou a semana cotado em R$ 235,40/@, apresentando baixa de 0,50%.

“As escalas alongadas promovem conforto para os frigoríficos, que, dessa maneira, continuam pressionando as cotações”, ressaltam os analistas da Agrifatto, acrescentando: “Em São Paulo, as programações de abate estão em 11 dias úteis, o maior nível dos últimos meses”.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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