Boi tem recorde de R$ 355/@, mas sinal vermelho foi ligado

Os preços do boi gordo, de forma geral, terminaram a semana andando de lado e com cenário de prejuízo para os pecuaristas na maior parte do país!

O mercado físico do boi gordo fechou mais uma semana com preços mistos nesta sexta-feira, 18, com grande diferencial de base entre as praças pecuárias pelo país. A divisão entre regiões exportadores e aquelas que produzem apenas para atender o mercado interno é muito evidente neste momento. Situação essa que traz grande prejuízo aos pecuaristas, confira abaixo as principais informações!

Depois de seis semanas de estabilidade, a base referencial de preço para arroba do boi gordo nas praças do interior de São Paulo subiu – batendo recorde de R$ 355,00/@ – e, mais uma vez, impulsionada pela enorme dificuldade dos frigoríficos locais em comprar lotes de boiada gorda em volumes mais significativos.

Com isso, o valor máximo do boi gordo no mercado paulista, segundo apuração da IHS, chegou nesta sexta-feira a R$ 345/@, a prazo, um acréscimo de R$ 5/@ sobre o valor de negociação do dia anterior.

Pelos dados levantados pela Scot Consultoria, os preços do boi gordo direcionado ao mercado doméstico de São Paulo fecharam a semana a R$ 338/@, enquanto a vaca e a novilha prontas para abate foram negociadas em R$ 303/@ e R$ 330/@ (preços brutos e a prazo), respectivamente.

Conforme supracitado, os bovinos com destino à exportação chegam a R$ 355,00/@, o maior valor já registrado para a categoria, segundo as negociações informadas para a data de ontem. Os pecuaristas de Araçatuba, em São Paulo, venderam lotes no valor de R$ 355,00, com pagamento à vista e abate programado para o dia 22 de fevereiro.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 344,53/@, na sexta-feira (18/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 313,89/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 313,80@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 334,97@.

Entretanto, mais uma vez o Indicador CEPEA/B3, apresentou queda nos preços de 1,45% na comparação diária. Com isso, os valores da média paulista recuaram ao patamar de R$ 340,90/@. Ainda segundo os valores divulgados, a variação mensal acumula queda de 0,84%.

Frigorífico busca gado em outros estados

Segundo a IHS Markit, neste período final da semana, as indústrias localizadas em São Paulo iniciaram uma forte busca por lotes de boiadas gordas existentes em praças de fora do Estado, sobretudo nas regiões do Mato Grosso do Sul.

“Há informações de indústrias paulistas ‘originando’ (comprando) animais até mesmo em praças ao extremo norte de Campo Grande”, relatam os analistas da IHS.

Recentemente, os preços dos animais terminados situados em fazendas do Mato Grosso do Sul chegaram a ser pressionados negativamente em função do menor apetite comprador das unidades de abate locais.

Escalas de abate seguem com dificuldades

A segunda quinzena de fev/22 iniciou como foi a primeira, negócios ocorrendo de maneira pontual e a maioria dos frigoríficos sem conseguir alongar suas escalas. Em algumas regiões do país as fortes chuvas na semana prejudicaram a compra e transporte de gado.

  • Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 9 dias úteis já programados, avanço de 1 dia no comparativo entre as semanas.
  • As indústrias paraenses são as que encontram maior facilidade em manter as suas escalas alongadas, encerrando a sexta-feira na casa de 16 dias úteis programados.
  • Em Goiás, Minas Gerais e Tocantins os frigoríficos fecharam a semana com a média de 8 dias úteis escalados, com os goianos recuando 3 dias, os mineiros estáveis e os tocantinenses avançando 1 dia ante a semana passada.
  • Em Rondônia e Mato Grosso do Sul as programações se encontram completas em 7 dias úteis, ambos sem alterações no comparativo semanal
  • Já nas indústrias mato-grossenses as escalas de abate se encontram na média de 6 dias úteis, 1 dia de queda ante a semana passada.

Exportação recorde de carne bovina

As exportações brasileiras de carne bovina in natura apresentaram uma receita de US$ 404 milhões na segunda semana de fevereiro, o que representa 87% do montante obtido em todo mês de fevereiro do ano passado. Em volume embarcado, foram mais de 73 mil toneladas, um acréscimo de 63% sobre o volume registrado em igual período de 2021.

Segundo o analista da Agrifatto, Yago Travagini, a demanda chinesa está aquecida após o fim do embargo. “A exportação de carne bovina caminha muito bem após a retomada das compras chinesas, pois grande parte do volume negociado foi absorvido por aquele país. Os chineses estão ávidos pela carne bovina brasileira”, destaca.

Com a demanda aquecida, a expectativa é de que as vendas alcancem recorde em fevereiro. “Devemos ter um recorde em fevereiro, com mais de 140 mil toneladas exportadas. A receita também pode chegar a valores inéditos neste mês e totalizar até US$ 800 milhões”, projeta.

Outro ponto de destaque é o avanço no preço médio da carne bovina exportada neste mês de fevereiro, cotada em US$ 5.504/tonelada – acréscimo de 21% sobre o valor médio de fevereiro/2021.

boiada touros nelore passando pela porteira trocando de pasto
Foto: Fazenda Modelo

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 345.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 307.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 307.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 340 por arroba.
  • Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 310 para a arroba do boi gordo.

Atacado

Já os preços da carne bovina seguem firmes no atacado. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda aponta para pouco espaço para reajustes durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo. Além disso, a população descapitalizada segue optando por proteínas mais acessíveis, principalmente a carne de frango, dinâmica que será proeminente em todo o ano.

Assim, o quarto traseiro ainda foi precificado a R$ 23,70 por quilo. A ponta de agulha seguiu no patamar de R$ 14,30 por quilo. O quarto dianteiro permaneceu a R$ 15,50 por quilo.

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