O mercado do boi gordo vêm acumulando valorizações diárias ao longo das últimas semanas, com uma intensa disputa entre a indústria e pecuaristas; Além disso, mercado é impulsionado pela maior demanda e lacuna na oferta. Semana vai ser decisiva, veja o motivo
O mercado brasileiro de boi gordo manteve-se aquecido ao longo das últimas semana, com uma intensa disputa entre a indústria frigorífica e os pecuaristas, resultando em negociações em níveis mais elevados em estados como Mato Grosso do Sul e São Paulo. É importante lembrar que o mercado segue apoiado no cenário de baixa oferta de animais para o abate – todas as categorias – e, dessa forma, as negociações acima da referência continuam ocorrendo de forma consistente. A semana que inicia-se, será decisiva para as cotações.
O mercado interno fica mais aquecido com a entrada da massa salarial e as exportações com previsões recordes podem garantir uma nova rodada de alta nos preços. Porém, o mercado segue atento a entra dos animais oriundos dos confinamentos, o que pode frear ofertas acima da referência.
No entanto, destaca-se que as escalas de abate permanecem ajustadas, o que mantém a indústria em constante busca por compras nos estados, de acordo com a análise de Fernando Iglesias, especialista da Safras & Mercado. “A movimentação das escalas de abate ainda é fator preponderante a ser considerado para avaliar a continuidade ou não do movimento de alta”, disse o analista.
Segundo apurou a Scot Consultoria, nas praças paulistas, as cotações de todas as categorias de bovinos destinados ao abate ficaram estáveis na comparação diária. O boi comum está sendo negociado em R$230,00/@, a vaca em R$210,00/@ e a novilha em R$220,00/@, preços brutos e a prazo.
O “boi China” – animal abatido jovem com até 30 meses de idade – está sendo negociado em R$240,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$10,00/@ em relação ao boi comum. Segundo informações da Safras & Mercado, negociações acima da referência média continuaram sendo registradas.
Segundo app da Agrobrazil, um a nova máxima foi registrada. O pecuarista de Araçatuba, interior paulista, negociou seus animais no valo de R$ 245,00/@ com pagamento no prazo de 30 dias e abate programado para o dia 16 de outubro. Veja as informações na imagem abaixo e baixe já o app para acompanhar em momento real o mercado do boi.
Quem colabora com as informações das demais consultorias é o INDICADOR DO BOI GORDO CEPEA/B3, que vem apresentando grandes valorizações e atingindo níveis mais altos dos últimos 30 dias. Conforme apontou o fechamento da semana, a valorização na comparação mensal é de 1,55%. Dessa forma, os preços ficaram cotados em R$ 239,80/@. Veja o gráfico abaixo.
Alerta para os pecuaristas
Segundo levantamento da S&P Global Commodity Insights, neste último dia da semana, as indústrias da região Norte do País elevaram as suas referências de preços (para o boi gordo) de modo a estimular negócios para compor as suas escalas de abate.
No entanto, relata a consultoria, o volume negociado de boiada gorda foi esparso na maior parte das regiões produtoras, alinhado ao discurso de operações minimamente ajustadas para cumprir os contratos de curtíssimo prazo. “O feriado prolongado da próxima semana também limitou o apetite comprador das processadoras”, acreditam os analistas da S&P Global.
“Os relatos de oferta enxuta de animais terminados continuam fundamentando o ambiente altista no mercado, movimento que, apesar de perder alguma intensidade na semana vindoura, deverá ocorrer pontualmente nas regiões onde a disponibilidade de animais terminados é aparentemente maior”, projeta a S&P Global.
Conforme Iglesias, a movimentação do câmbio, com o real mais desvalorizado nas últimas semanas, e a perspectiva de bom consumo no decorrer do último trimestre também são fatores relevantes para a formação dos preços das boiadas no curto prazo.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- Na cidade de São Paulo, a referência para a arroba do boi a prazo atingiu R$ 240. Aumento de 2,13% em relação aos R$ 235 da semana anterior.
- Em Dourados (MS), a indicação foi de R$ 235 na modalidade a prazo. Avanço de 4,44% em comparação aos R$ 225 da última semana.
- Em Cuiabá (MT) viu um aumento de 3,06% na arroba, subindo de R$ 196 para R$ 202 ao longo da semana.
- Em Uberaba (MG), a indicação foi de R$ 230 por arroba. Aumento de 4,55% em relação ao fechamento da semana anterior, quando estava em R$ 220.
- Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 225. Aumento de 2,27% em relação aos R$ 220 registrados na última semana.
Mercado Futuro
O ágio do mercado futuro em relação ao mercado físico do boi gordo (base São Paulo), que chegou a ser de R$ 15-R$ 20/@, tem girado mais próximo de R$ 5-R$ 10/@, informa o zootecnista Douglas Coelho, sócio da Radar Investimentos, em boletim semanal divulgado pela Scot Consultoria.
De acordo com Coelho, o tempo é fundamental para a precificação do seguro de preço mínimo da arroba, na B3. “Quanto maior o tempo até o vencimento (do contrato futuro), maior o risco de acontecer um evento fora do radar”. Por isso, ressalta ele, a busca de uma proteção de até 3 a 4 meses faz mais sentido do que a busca de proteções mais longas.
Exportações de carne bovina
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil totalizaram US$ 885,022 milhões em setembro (20 dias úteis), com uma média diária de US$ 44,251 milhões. O país exportou um total de 195,071 mil toneladas, com uma média diária de 9,753 mil toneladas. O preço médio por tonelada foi de US$ 4.536,90.
Comparado a setembro de 2022, houve uma redução de 27,3% no valor médio diário das exportações, um aumento de 0,9% na quantidade média diária exportada e uma desvalorização de 24,4% no preço médio.
Preços no mercado atacadista permanecem elevados
Ainda segundo Agência Safras, observa-se que o mercado atacadista continuou a registrar aumentos de preços durante a semana. Além disso, o ambiente de negócios aponta para a continuidade desse movimento na primeira quinzena do mês, período marcado por um maior apelo ao consumo. Ele ressalta que a carne de frango continua sendo a preferência da parcela da população de menor renda.
- O quarto do dianteiro teve uma cotação de R$ 17,90 por quilo, um aumento de 1,70% em relação aos R$ 17,60 da semana passada.
- O quarto do dianteiro teve uma cotação de R$ 14,10 por quilo, registrando um aumento de 0,71% em relação aos R$ 14 da semana anterior.
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