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Apoiado na melhora na demanda pela carne bovina, os preços da arroba do boi gordo seguiram sustentadas ao longo da terceira semana de outubro. Pecuaristas podem ver uma nova rodada de alta, não tão intensa, na virada do mês
A semana fechou no mercado do boi gordo com sustentação dos preços vigentes pelas praças pecuárias do Brasil. Segundo os analistas, o cenário deu continuidade no panorama observado ao longo dos últimos dias no mercado do boi gordo: intenções de compra esparsas e baixo volume de negócios efetivados.
Apesar do menor apetite de compra das indústrias frigoríficas, reflexo da segunda quinzena do mês, que historicamente apresenta menor apetite no mercado consumidor, os preços seguiram sustentados pela baixa oferta de animais para abate. Um ponto positivo no mercado externo é o anúncio de redução na produção de carne bovina nos EUA, um dos grandes concorrentes do Brasil. Além disso, a expectativa de aumento da demanda pela China nos próximos meses.
Segundo informações da consultoria Safras & Mercado, os frigoríficos têm conseguido avançar as suas escalas de abate de maneira mais uniforme. O mercado físico do boi gordo fechou a semana com bom volume de negociações na região Norte. Mas, mesmo assim, não há espaço para queda contundente nos preços da arroba, partindo do pressuposto que os fatores de demanda de carne bovina ainda são relevantes para sustentar os preços no mercado doméstico.
Estaremos no ápice do consumo do mercado doméstico durante o último bimestre, e isso se soma ao bom ritmo das exportações, fatores que ajudam a manter um quadro enxuto de oferta no mercado interno, disse o analista Fernando Henrique Iglesias.
Segundo o boletim diário da Scot Consultoria, nas praças paulistas, com as escalas de abate bem-posicionadas, em média, com 9 dias, as cotações dos bovinos destinados ao abate seguem estáveis na comparação dia a dia. O boi destinado ao mercado interno está sendo negociado em R$235,00/@, a vaca gorda em R$215,00/@ e a novilha gorda em R$227,00/@, preços brutos e a prazo.
Segundo o app da Agrobrazil, o pecuarista de Mato Grosso do Sul, município de Jardim, negociou os animais no valor de R$ 230/@ para o mercado comum, com pagamento no prazo de cinco dias e abate programado para o dia 01 de novembro.
Ainda em relação ao mercado interno, o Indicador do Boi Gordo Cepea/B3, segue com preços médios acima de R$ 240/@. Acumulando uma variação mensal positiva de 2,10%, os preços são um dos maiores observados nos últimos 30 dias, mostrando que o mercado segue precificando melhor os bovinos para abate.
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O “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo negociado em R$240,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@ em relação ao boi comum. Entretanto, segundo os analistas, é esperado aumento do ágio devido ao aumento das exportações para China no próximo mês.
Confira os preços da arroba de boi gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, capital, a referência média para a arroba do boi ficou em R$ 236 a R$ 237,00.
- Em Goiânia (GO) a indicação foi de R$ 230 para a arroba do boi gordo.
- Em Uberaba (MG), a arroba teve preço de R$ 235.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 236.
- Em Cuiabá (MT), a arroba ficou indicada em R$ 206.
Preços do boi gordo devem ter novas altas
“Munidos de escala que atendem minimamente aos compromissos operacionais de curto prazo, as indústrias frigoríficas brasileiras permaneceram ausentes do ambiente de negócios e apenas apontaram preços da arroba bovina abaixo dos atuais”, relatam os analistas da S&P Global Commodity Insights.
Porém, a consultoria diz que não captou uma tendência de baixa nos preços do arroba, tendo em vista que o volume de oferta de animais terminados ainda é enxuto e há expectativas para um incremento de demanda conforme se aproxima o período final de ano – marcado pelas comemorações entre amigos e familiares, o que, obrigatoriamente, resulta na maior procura de cortes para churrasco.
Neste contexto, a S&P Global prevê uma nova rodada de alta da arroba nos três dois meses seguintes do ano, período marcado pelo avanço da entressafra de “boi de capim”. Além disso, ressaltam os analistas, no curto prazo, o mercado deve “sentir” a falta de “boi de ração”, já que muitos pecuaristas deixaram de investir no segundo ciclo de engorda no cocho, devido às margens negativas de operação no momento de decisão pelo confinamento.
Atacado
O mercado atacadista seguiu com preços firmes. O ambiente de negócios volta a sugerir maior espaço para reajustes no decorrer do último bimestre, período pautado por maior apelo ao consumo. Vale destacar que a carne de frango ainda conta com a preferência da parcela da população de menor renda, disse Iglesias.
- O quarto traseiro seguiu a R$ 18,25 por quilo.
- O quarto dianteiro foi precificado a R$ 14,00 por quilo.
- A ponta de agulha segue no patamar de R$ 14,05 por quilo.
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