Boi segue a R$ 360/@, com apetite do “Tigre Chinês”

O mercado do boi gordo segue sustentado pelas exportações brasileiras de carne bovina que continuam aceleradas; O apetite do “Tigre Chinês”, ainda é voraz!

O mercado físico do boi gordo retornou do feriado, nessa quarta-feira, com a realização de negócios acima da referência média, principalmente entre os animais que cumprem os requisitos de exportação para a China. As indústrias estão com escalas mais curtas em relação a média de fevereiro, enfrentando grande dificuldade em originar a matéria-prima. Confira abaixo o fechamento e o que esperar deste mercado!

O boi China, em específico, permanece muito demandado no mercado brasileiro, com ofertas ficando acima da referência e um ágio que chega a R$ 30/@ em relação ao boi comum. O cenário é pautado pelo volume recorde de vem sendo embarcado, onde o principal destino é a China.

O valor subiu, principalmente, para os animais que cumprem os requisitos de exportação para a China, onde arroba chega a R$ 360,00/@!

De acordo com o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, a alta dos preços da arroba pode estar ligada com o aumento no consumo e uma semana mais curta. “Nós passamos por um janeiro e fevereiro com preços muito estáveis e tivemos poucas oscilações ao longo deste período. Na última terça-feira, nós chegamos ao patamar de R$ 360,00/@ e já tem novos negócios sendo realizados hoje neste valor”, comentou. 

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 352,48/@, na quarta-feira (02/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 316,18/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 313,18@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 334,97@.

Com boa demanda para exportação e oferta enxuta, negócios de R$360,00/@ para bovinos machos com até trinta meses já ocorrem. Os pecuaristas de Morro Agudo, em São Paulo, venderam lotes no valor de R$ 360,00/@ com pagamento a vista e abate programado para o dia 07 de março.

O Indicador do Boi Gordo, do Cepea, abriu o mês de março com recuo nos preços, com uma variação negativa de -0,93% na comparação diária e um valor de R$ 339,85/@. Cabe aqui ressaltar, que além do valor estar abaixo da média nacional, muito se tem questionado sobre a validação dos dados que são utilizados para compor a média.

“Há relatos de forte atuação de indústrias paulistas exportadoras que buscam comprar animais terminados no Maranhão e também no sul do Tocantins”, informa a consultoria.

O fato de os importadores chineses pagarem valores bastante interessantes para a carne bovina brasileira é um importante motivador para altas mais consistentes dos preços do boi gordo. Em relação ao mercado doméstico, o ambiente segue muito complicado, com os frigoríficos encontrando dificuldades na formação de receitas neste momento. Basicamente, há dificuldade de repasse do custo da matéria-prima ao longo da cadeia produtiva.

Com relação à rentabilidade das indústrias frigoríficas que atuam no mercado interno, a alternativa está sendo a valorização dos subprodutos que estão permitindo fechar as contas. “Hoje, as indústrias de mercado interno conseguem de lucro em um subproduto em torno  de 30% a 38% na venda, isso que está dando um fôlego para os frigoríficos”, relatou Caio.

Frigoríficos brasileiros temem calote da Rússia

Até que as companhias exportadoras se manifestem oficialmente, o cenário ficou complicado para os embarques à Rússia. E os frigoríficos devem ser os primeiros a sentirem o golpe.

As empresas de navegação anunciam reavaliação de rotas e os bancos do país têm dificuldades de enviarem remessas ao exterior – mesmo com o sistema Swift ainda operante para eles.

“Para tudo, todos estão reavaliando e até os importadores russos não devem saber o que fazer”, informa Daniel Freire, presidente do Sindicarne do Pará, uma das origens de embarques de carne bovina para o país.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi subiu para R$ 356 a arroba.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 311, estável.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 303, sem alterações.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 335 por arroba, contra R$ 332 anteriormente.
  • Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 317 para a arroba do boi gordo, contra R$ 315 anteriormente.

Atacado

O mercado atacadista do boi seguiu com preços firmes no decorrer da quarta-feira. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por algum espaço para alta dos preços ao longo da primeira quinzena do mês, período que conta com maior apelo ao consumo. “O movimento será limitado, uma vez que a população brasileira permanece descapitalizada, optando por proteínas mais acessíveis”, pondera.

Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 23,70, por quilo. Ponta de agulha segue no patamar de R$ 14,30, por quilo. Quarto dianteiro permanece cotado a R$ 15,50, por quilo.

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