Boi gordo teve disparada histórica e, agora, pecuarista precisa de atenção

Arroba do boi gordo apresentou, nas últimas semanas, uma das maiores altas já registradas no mercado com preço ultrapassando os R$ 360/@ em algumas negociações; Mas, agora, analistas recomendam atenção dos pecuaristas.

O mercado do boi gordo no Brasil atravessa um momento de ajuste após uma das maiores altas de preço já registradas. Nas últimas semanas, a arroba chegou a níveis recordes, mas agora o mercado dá sinais de estabilização, exigindo cautela e estratégia por parte dos pecuaristas. O cenário é influenciado por fatores internos, como o consumo doméstico, e externos, como as exportações, que continuam em destaque.

Segundo dados da Agrifatto, o preço médio da arroba no mercado paulista está em R$ 355/@, enquanto em outras 16 regiões monitoradas a média é de R$ 320,90/@. Embora os valores tenham se mantido estáveis, o mercado físico ainda demonstra tendência de acomodação.

O analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, avalia que o recente movimento de alta perdeu força, algo esperado após um período de valorização tão expressivo. Segundo ele, é importante mencionar que não há avanço consistente das escalas de abate de gado, da mesma maneira que as exportações seguem bastante representativas na atual temporada, com o país caminhando para um recorde absoluto.

Apesar disso, as escalas de abate seguem sem avanço consistente, o que reforça a necessidade de atenção dos pecuaristas. Para a Agrifatto, monitorar o comportamento do mercado interno e das exportações será fundamental nas próximas semanas.

Giro do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país:

  • São Paulo: R$ 360,00/@
  • Goiás: R$ 354,00/@
  • Minas Gerais: R$ 334,00/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 342,00/@
  • Mato Grosso: R$ 332,00/@

Exportações continuam relevantes, mas com desafios

As exportações de carne bovina continuam sendo um pilar para o setor, com o Brasil caminhando para um recorde histórico na temporada. No entanto, as negociações com a China desaceleraram. Frigoríficos brasileiros relataram que as compras para novembro e dezembro já estão fechadas, e os novos contratos, direcionados a janeiro de 2025, apresentam preços US$ 100/t abaixo do registrado na semana passada.

Essa queda impacta diretamente os exportadores, que optaram por reduzir as negociações. O dianteiro bovino destinado à China permanece cotado em US$ 5.600/tonelada, mas há incerteza quanto à continuidade desse patamar.

Mercado doméstico e consumo sazonal

No mercado interno, o consumo de carne bovina enfrenta concorrência crescente de outras proteínas, como o frango. Os preços no atacado, no entanto, permanecem firmes:

  • Quarto dianteiro: R$ 20,50/kg
  • Quarto traseiro: R$ 26,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 19,50/kg

Com a chegada das festas de fim de ano, há expectativa de aumento na demanda doméstica. Tradicionalmente, o consumo de carne bovina se intensifica na segunda quinzena de dezembro, o que pode influenciar os estoques e os preços no curto prazo.

Impacto do câmbio no setor

O dólar comercial fechou em alta de 1,81%, cotado a R$ 5,9134, o que influencia diretamente o custo e a competitividade das exportações brasileiras. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 5,8015 e R$ 5,9295, refletindo o cenário econômico global.

Alta histórica em novembro e ajustes no horizonte

Pesquisas do Cepea mostram que todos os segmentos da cadeia pecuária registraram altas em novembro. Até o dia 26, o Indicador CEPEA/B3 do boi gordo subiu 10,5%, com média de R$ 352/@. O bezerro e o boi magro também tiveram valorizações expressivas, de 14,4%, atingindo R$ 2.608,14 e R$ 4.166,85, respectivamente.

No entanto, agentes do setor já relatam dificuldade em repassar os aumentos ao consumidor final, o que pode gerar ajustes nas cotações nas próximas semanas.

Atenção redobrada para o futuro

O cenário exige planejamento cuidadoso por parte dos pecuaristas. Estratégias de venda devem considerar as oscilações do mercado interno e externo, além de fatores como o consumo sazonal e o impacto cambial. A recomendação da Agrifatto é clara: acompanhar de perto o comportamento das exportações e a dinâmica do varejo doméstico para garantir resiliência frente às oscilações.

Com um final de ano marcado por incertezas, o mercado do boi gordo continuará exigindo atenção e adaptação dos produtores para manter a rentabilidade em um ambiente cada vez mais complexo.

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