Boi gordo tem ‘disparada tímida’ nos preços com ‘apagão’ de boiada gorda

Mercado físico do boi gordo registra altas com oferta curta e, segundo as consultorias, preços subiram de forma generalizada – do boi comum ao ‘boi china’ – e a tendência deve permanecer no curtíssimo prazo; Confira as cotações

O mercado físico do boi gordo apresentou alta nos preços em diversas praças pecuárias pelo Brasil nesta terça-feira (20), informaram as principais consultorias que acompanham o setor. A pressão para novas valorizações nos preços da arroba, que havia diminuído desde meados da semana passada, voltou a se intensificar diante da maior dificuldade das indústrias em originar a matéria-prima [animal para abate] para compor suas escalas de abate.

No Centro-Norte do país, destaque para Goiás e Mato Grosso do Sul que estão com a maior dificuldade de compor as escalas de abate, as cotações estão propensas a novos reajustes. O físico paulista até conviveu com alta das cotações nos últimos dias, no entanto, sem o apelo a movimentos agressivos de alta, considerando a incidência de animais de parceria (contratos a termo), possibilitando um posicionamento mais confortável das escalas de abate entre frigoríficos de médio e maior porte, disse o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Nesse cenário, a Scot Consultoria, voltou a informar que as indústrias estão oferecendo, mais uma vez, mais para todas as categorias, com o cenário menos ofertado pelos pecuárias e escalas atendendo a menos dias, em média, oito dias.

Com isso, continua a consultoria, a cotação do boi e a da vaca gordos subiu R$3,00/@, sendo comercializados em R$235,00/@ e R$210,00/@, respectivamente. Para a novilha, a alta foi de R$5,00/@, estando apregoada em R$225,00/@.

Já cotação do “boi China” – animal jovem e abatido com até 30 meses de idade – subiu R$2,00/@ e está sendo comercializada em R$237,00/@. Ágio de R$2,00/@ em relação ao boi comum com destino ao mercado interno. A Scot lembra ainda que, todos os preços são brutos e com prazo.

De acordo com informações da Agrifatto, a pressão para elevar os preços da arroba, que havia aliviado na semana anterior, voltou a crescer na segunda-feira (19/8). “Essa retomada é explicada pela falta de impacto dos contratos a termo e pela entrada limitada de animais confinados, que não conseguiram reduzir os preços como os frigoríficos esperavam”, destacaram os analistas.

A consultoria também observou que, mesmo com a oferta restrita de boiadas gordas, os preços não se recuperaram de forma consistente, como ocorreu entre a primeira e a segunda quinzena de julho de 2024.

No mercado futuro, os contratos do boi gordo apresentaram mais uma rodada de valorização. O contrato para vencimento em outubro de 2024 foi o destaque, fechando a R$ 243,55/@, um aumento de 1,14% em comparação ao dia anterior.

Valor médio da arroba de boi gordo pelas principais praças pecuárias

  • São Paulo: R$ 238,07
  • Goiás: R$ 230,79
  • Minas Gerais: R$ 227,24
  • Mato Grosso do Sul: R$ 238,77
  • Mato Grosso: R$ 214,86.

Exportação de carne bovina in natura

Até a terceira semana de agosto, o volume de carne bovina in natura exportado foi de 109,7 mil toneladas – média diária de 9,1 mil toneladas – superando o desempenho médio diário do mesmo período de 2023 em 13,5%.

O preço médio da tonelada ficou em US$4,4 mil, queda de 2,0% na comparação com o mesmo período de 2023. 

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina também apresentaram variações. O quarto traseiro caiu para R$ 17 por quilo, enquanto o quarto dianteiro e a ponta de agulha subiram para R$ 13,50 por quilo.

O analista da Fernando Henrique Iglesias destacou que, embora as exportações continuem em alta, a segunda quinzena do mês deve registrar menor apelo ao consumo, impactando o ritmo de altas nos preços.

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