
Cotação da arroba do boi gordo segue firme, com escalas curtas, exportações aquecidas e expectativa de retomada forte após os feriados
O mercado físico do boi gordo iniciou a semana mantendo o mesmo padrão observado nos últimos dias: oferta restrita de animais prontos para abate, escalas curtas e firmeza nas cotações em todo o país. Com a melhora das pastagens devido às chuvas recentes, os pecuaristas seguem retendo os lotes, esperando alcançar valores mais atrativos — e em São Paulo já se fala em pedidos de até R$ 340 por arroba.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o ritmo de negócios deve continuar em compasso de espera com os feriados de Páscoa e Tiradentes, mas o cenário tende a mudar rapidamente.
“Haverá maior apetite da indústria na retomada das negociações, na próxima terça-feira (22). A exportação segue em excelente ritmo, com melhora dos preços pagos pela carne bovina no exterior”, destaca o especialista.
Preços da arroba do boi gordo nas principais praças
De acordo com levantamento da Agrifatto e de outras consultorias, os valores seguem firmes e com viés altista:
- São Paulo: R$ 328,67 (sexta: R$ 329)
- Goiás: R$ 321,25 (anteriormente: R$ 320,89)
- Minas Gerais: R$ 320,29 (dia 11: R$ 320,88)
- Mato Grosso do Sul: R$ 322,61 (sexta: R$ 322,39)
- Mato Grosso: R$ 330,61 (anteriormente: R$ 330)
Em São Paulo, a arroba do boi-China já é negociada a R$ 335, segundo a Agrifatto. Já a Scot Consultoria apurou que o boi comum está em R$ 325, vaca gorda a R$ 290 e novilha gorda a R$ 307.
Exportações disparam e sustentam mercado
Outro fator de sustentação dos preços é o aquecimento das exportações de carne bovina in natura. Segundo a Agrifatto, com base em dados da Secex:
- Na segunda semana de abril, foram exportadas 60,77 mil toneladas, com média diária de 12,15 mil t.
- O desempenho representa alta de 29,93% frente à semana anterior e 22,46% acima da média de abril de 2024.
- A expectativa é que o Brasil atinja 208 mil toneladas exportadas em abril, o que seria um novo recorde histórico para o mês.
Em março/25, o país já havia registrado 215,43 mil toneladas exportadas, o maior volume da série histórica para o mês.
Atacado mantém firmeza e cortes avançam
No atacado, os preços da carne bovina seguem firmes, com alta nas últimas semanas. Os destaques:
- Quarto dianteiro: R$ 20,00/kg
- Quarto traseiro: R$ 26,00/kg
- Ponta de agulha: R$ 18,00/kg
- Carcaça casada: R$ 22,23/kg (+2,57% na semana)
- Vaca casada: R$ 20,25/kg (+2,46%)
- Dianteiro bovino: R$ 20,07/kg (+3%)
- Ponta de agulha: R$ 19,14/kg (+3,2%)
A firmeza dos cortes reflete maior escoamento interno, especialmente no início de mês, além de um ambiente de consumo mais aquecido.
Mercado futuro do boi gordo: julho se destaca com alta expressiva
Na B3, os contratos futuros oscilaram ao longo da semana, com destaque para julho:
- Abril/25: R$ 325,10/@ (+1,8%)
- Maio/25: R$ 322,90/@ (+0,25%)
- Julho/25: R$ 331,25/@ (+2,25%)
- Outubro/25: R$ 349,60/@ (queda na semana)
Segundo a Agrifatto, o contrato de julho mostra otimismo com o mercado, enquanto outubro passou a registrar realização de lucros após semanas de alta.
Câmbio: dólar fecha em queda
A moeda norte-americana encerrou o dia em R$ 5,8513 para venda, com recuo de 0,29%. A movimentação do câmbio segue no radar do mercado exportador, com impacto direto sobre a competitividade da carne brasileira no exterior.
Expectativa: mercado deve reagir após feriado
Com escalas de abate curtas, pastagens favoráveis, retomada pós-feriado e exportações em alta, o mercado do boi gordo tende a ganhar ainda mais tração nos próximos dias. A busca por preços próximos ou acima de R$ 340/@ já não parece tão distante para o pecuarista que pode esperar — e a indústria, cada vez mais pressionada, terá que reagir.
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