A escassez de boi gordo ainda faz com que parte das regiões pecuárias do país enfrentem dificuldades em alongar as suas escalas; Arroba vai subir mais?
Após uma semana de grande valorização no mercado físico do boi gordo, os preços encerram a sexta-feira, 11, com avanço das cotações diante da baixa oferta de animais para abate. A escassez de boi gordo ainda faz com que parte das regiões pecuárias do país enfrentem dificuldades em alongar as suas escalas, o que ajuda a manter a média nacional estável na casa dos 8 dias úteis.
Segundo as avaliações, das consultorias, foi observada a valorização nos preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda em importantes praças pecuárias, com destaque para os avanços registrados em São Paulo e no Centro-Oeste do País. Veja o que esperar desse mercador!
A semana termina com o mercado paulista menos comprador, com isso os preços ficaram estáveis na comparação feita dia a dia. Na semana, a cotação do boi gordo subiu R$4,00/@, a da vaca gorda caiu R$3,00/@ e a da novilha gorda permaneceu estável. Com isso, as cotações do boi, vaca e novilha gordos estão em R$342,00/@, R$300,00/@ e R$332,00/@, nessa ordem, preços brutos e a prazo, para animais com destino ao mercado interno.
O ágio para bovinos com destino à exportação chega a R$20,00/@. Os pecuaristas de São José do Rio Preto, em São Paulo, venderam lotes no valor de R$ 360,00/@ com pagamento à vista e abate programado para o dia 22 de março. Confira a imagem abaixo com os detalhes sobre a negociação.
A semana terminou com um avanço de quase R$ 7,00/@, segundo o Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq. Os valores oscilaram acima de R$ 350,00/@ durante a semana, fechando a semana com uma média de R$ 347,00/@, após avanço de 0,52% na comparação diária.
Com os preços da arroba em patamares elevados, os pecuaristas estão investindo na precocidade do rebanho para atender a demanda chinesa. Por outro lado, as cotações das fêmeas estão perdendo valor e estão se distanciando das referências do boi gordo.
Conforme previsto pelos analistas que acompanham o setor pecuário, o movimento de alta no mercado boi gordo ganhou mais força neste último dia da semana, refletindo a grande escassez de animais terminados no País, além do ritmo forte das exportações brasileiras de carne bovina.
Sendo assim, em São Paulo, conforme supracitado, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 347,93/@, na sexta-feira (11/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 316,18/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 310,99@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 325,34@.
Neste momento, diz a IHS, as indústrias frigoríficas no Sudeste relatam dificuldades em comprar animais para atender a pujante demanda externa, o que motiva a busca por boiadas em regiões com melhores ofertas.
Escalas de abate
- Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com cerca de 12 dias úteis já programados.
- A média das escalas das indústrias paraenses encerrou a semana na casa dos 13 dias úteis.
- Em Minas Gerais, os frigoríficos fecharam a semana com a média de 6 dias úteis escalados.
- Já em Rondônia, a média das programações se encontram completas em 8 dias úteis.
- As indústrias goianas e sul-mato-grossenses possuem as escalas na casa de 7 dias úteis.
- Em Tocantins, as programações de abate se encontram próximas dos 6 dias úteis.
- Dentre os estados analisados, os frigoríficos mato-grossenses são os que encontram maiores dificuldades em preencher suas escalas, que se encontra na média de 5 dias úteis.
Exportações
Com a movimentação de 182.341 toneladas, novo recorde para o mês, e uma receita de US$ 975,8 milhões, as exportações totais de carne bovina (carnes in natura, somadas as carnes processadas) apresentaram em fevereiro um crescimento de 47% no volume e de 77% na arrecadação de divisas, em relação a fevereiro de 2021, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou as informações da Secretaria de Comercio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.
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Vendas aquecidas
No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos ficaram estáveis nesta sexta-feira, segundo a IHS Markit. “O ritmo das vendas de carne bovina no mercado doméstico segue aparentemente consistente, a ponto de garantir firmeza aos valores negociados no atacado”, relata a IHS.
Com uma produção de carne bovina bem equalizada à demanda vigente, as expectativas são de que haja um pequeno espaço para testar ajuste (para cima) nos preços dos cortes. “O firme fluxo das vendas externas e as altas nos preços das carnes concorrentes, sobretudo do frango, devem favorecer um quadro de suporte ao mercado da carne bovina nesta primeira quinzena de março”, prevê a IHS.