Com baixa movimentação e mercado travado entre as pontas – compradores e pecuaristas – os preços abriram a semana com uma valorização de quase R$ 6,00/@ na praça paulista!
O mercado físico do boi gordo ainda registrou preços mistos pelas principais praças pecuárias do país nesta segunda-feira, 25. O mercado segue truncado e bastante disputado entre as partes – compradores e pecuaristas – que buscam melhores oportunidades. Se de um lado a indústria relata dificuldades no escoamento da carne bovina no mercado interno, do outro o pecuarista se preocupa com o aumento do custo de produção.
Sendo assim, com o cenário de grandes variações entre as praças pecuárias, os produtores precisam se atentar aos fatores que influenciam nos preços ofertados para a sua região. Os frigoríficos ainda apontam para uma posição confortável em suas escalas de abate e seguem testando o mercado.
A semana teve início com tentativas de compra por parte dos frigoríficos abaixo da referência média no Centro-Oeste. Já na praça paulista o preço seguiu de maneira bem variada, com indústrias oferta preços acima da referência em algumas negociações, o que elevou o preço médio da região.
Dessa forma, com grande expectativa para a semana, o Indicador do Boi Gordo CEPEA, abriu a semana com uma nova valorização e, na comparação mensal, já acumula alta de 3,04%. Sendo assim, os preços que estavam em 324,10/@ fecharam a segunda-feira cotados a R$ 330,00/@ – isso representa uma valorização diária de quase 6,00/@. Ainda segundo a instituição, o preço em dólar está em US$ 61,41/@.
Segundo a Scot Consultoria, com o mercado truncado e preços estáveis, a referência para a vaca gorda R$280,00/@ e para novilha gorda R$300,00/@, preços brutos e a prazo.
Bovinos com destino à exportação – animais jovens de até 30 meses de idade – estão sendo negociados por R$315,00/@. Conforme aponta a Agrobrazil, os abates que foram programados para o início de agosto, tiveram negociações com preços de R$ 320,00/@. O mercado da exportação segue aproveitando o maior competitividade da carne brasileira frente aos seus concorrentes, que foi impacto pela alta do dólar.
“A oferta enxuta de animais na maior parte das praças pecuárias brasileira deve dar algum suporte aos preços da arroba, evitando quedas mais significativas”, relatam os analistas.
No mercado futuro, segundo relatório diário da Agrifatto de São Paulo, na B3 os contratos voltaram a se valorizar no primeiro pregão da semana, o futuro com vencimento para jul/22 encerrou o dia cotado a R$ 320,75/@, com uma variação de 0,31%.
Com escalas de abate preenchidas até o final da primeira semana de agosto, a última semana de julho deve ser marcada por baixa liquidez nas negociações de boiada gorda, projeta a equipe de analistas da IHS Markit.
Pelo lado da oferta, observa a IHS, os pecuaristas também permanecem cautelosos, aguardando melhores condições de preços para retornar as negociações. No entanto, a oferta de animais terminados a pasto é bastante escassa, reflexo do avanço da entressafra.
Exportações de carne bovina, segundo Agrifatto
Durante a última semana foram exportadas 40,54 mil toneladas de carne bovina in natura, o que representa uma queda de 10,44% no comparativo semanal. Dentro dos 16 dias úteis de jul/22 já foram embarcadas 129,67 mil toneladas da proteína bovina, 0,63% a menos que o mesmo período no ano passado. Com o resultado da última semana, já se traça uma expectativa de embarques de mais de 160 mil toneladas em todo o mês de jul/22.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil, segundo Safras
- Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi continuou em R$ 315.
- Em Dourados (MS), os preços permaneceram em R$285.
- Em Cuiabá (MT) a arroba de boi gordo teve preço de R$ 288.
- Em Uberaba (MG), os preços ainda são de R$295.
- Em Goiânia (GO), preços também mantêm-se em R$ 290 a arroba.
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Atacado da carne bovina
O mercado atacadista do boi gordo voltou a operar com preços em queda. O quadro é de queda de preço no mercado atacadista de carne bovina com osso em São Paulo. O excesso na oferta, atrelado a um consumo enfraquecido, dificultou os negócios.
Por conta disso, o quarto dianteiro do boi permaneceu com preço de R$ 16,80. Já a ponta de agulha recuou a R$ 16,50. Por fim, o quarto traseiro do boi teve queda e os preços foram de R$ 21,90 por quilo.
Na comparação feita semana a semana, a cotação da carcaça casada de bovinos castrados caiu 1,7%, estando cotada em R$18,91/kg, e a carcaça casada de bovinos inteiros ficou cotada em R$17,12/kg, queda de 5,1%.