Boi gordo sofre pressão, mas analista prevê cenário otimista em breve; veja quando

A tendência de aumento de oferta e baixa dos preços no mercado físico pode perdurar por algumas semanas, exatamente nesse período de transição entre a safra e a entressafra. No entanto, há uma perspectiva otimista não muito distante; Veja a análise e cotações

O mercado físico do boi gordo enfrentou uma semana de cotações pressionadas, influenciado principalmente pelas condições climáticas adversas. Conforme análise de Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, a irregularidade das chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e parte da região Norte tem deteriorado a qualidade das pastagens, aumentando a oferta de gado.

A oferta elevada de boiadas é um movimento típico do segundo trimestre“, explicou Iglesias. Ele destacou que os frigoríficos estão conseguindo compor suas escalas de abate com facilidade, algumas ultrapassando 10 dias úteis, refletindo a oferta robusta de gado.

Com a boa oferta de bovinos e a maior necessidade de negociação pela ponta vendedora, a pressão de baixa nos preços da arroba deverá persistir nas próximas semanas, prevê o zootecnista Felipe Fabbri, analista a Scot Consultoria.

Segundo ele, a chegada do período seco está reduzindo significativamente o volume de capim, enfraquecendo o poder dos pecuaristas nas negociações. “A transição do período água-seca está intensificando a necessidade de diminuir a pressão de pastejo no Centro-Norte, refletindo em outras praças”, ressalta Fabbri.

Na avaliação da S&P Global Commodity Insight, com escalas de abate bem definidas e prolongadas, as indústrias frigoríficas brasileiras têm demonstrado pouca urgência em realizar novas aquisições de boiadas gordas. “Essa postura, alinhada à lentidão típica da segunda metade do mês, contribui para um ritmo mais lento nas negociações, afetando a estabilidade dos preços”, observa a consultoria.

Segundo a Agrifatto, para este final de semana, a previsão climática indica a chegada de uma frente fria em vários Estados brasileiros. “A queda das temperaturas prejudica ainda mais as pastagens já desgastadas, ampliando a pressão de baixa sobre os valores da arroba”, observa a consultoria.

Nesse cenário, continua a Agrifatto, a tendência de aumento de oferta e baixa dos preços no mercado físico pode perdurar por várias semanas, exatamente nesse período de transição entre a safra e a entressafra. Contudo, dizem os analistas da consultoria, um movimento de ligeira recuperação nos preços da arroba pode ter início a partir da segunda quinzena de julho ou primeira de agosto, quando as ofertas de boiadas gordas tendem a diminuir de maneira drástica.

Preços da arroba

São Paulo: R$ 215,00 (boi comum), R$ 230,00 (boi China), média de R$ 222,50. Vaca a R$ 200,00 e novilha a R$ 210,00.

Minas Gerais: R$ 195,00 (boi comum), R$ 205,00 (boi China), média de R$ 200,00. Vaca a R$ 180,00 e novilha a R$ 190,00.

Mato Grosso do Sul: R$ 210,00 (boi comum), R$ 220,00 (boi China), média de R$ 215,00. Vaca a R$ 190,00 e novilha a R$ 200,00.

Mato Grosso: R$ 200,00 (boi comum), R$ 210,00 (boi China), média de R$ 205,00. Vaca a R$ 185,00 e novilha a R$ 195,00.

Tocantins: R$ 195,00 (boi comum), R$ 205,00 (boi China), média de R$ 200,00. Vaca a R$ 175,00 e novilha a R$ 180,00.

Pará: R$ 195,00 (boi comum), R$ 205,00 (boi China), média de R$ 200,00. Vaca a R$ 175,00 e novilha a R$ 180,00.

Goiás: R$ 195,00 (boi comum), R$ 205,00 (boi China/Europa), média de R$ 200,00. Vaca a R$ 180,00 e novilha a R$ 190,00.

Rondônia: R$ 185,00 (boi comum). Vaca a R$ 170,00 e novilha a R$ 175,00.

Maranhão: R$ 200,00 (boi comum). Vaca e novilha a R$ 175,00.

Paraná: R$ 215,00 (boi comum). Vaca a R$ 190,00 e novilha a R$ 200,00.

Segundo o CEPEA/B3, o indicador do boi gordo fechou em R$ 222,05 por arroba em 24 de maio de 2024, registrando uma variação diária de -0,20% e uma queda acumulada de 3,18% no mês. Em dólares, o valor da arroba foi de US$ 42,92, refletindo a pressão de baixa nos preços devido ao aumento da oferta de gado e a menor demanda interna.

Mercado atacadista

No mercado atacadista, os preços também caíram. O quarto traseiro do boi registrou uma queda de 5,03%, passando de R$ 17,90 para R$ 17,00 por quilo, e o quarto dianteiro caiu 5,11%, de R$ 13,70 para R$ 13,00 por quilo. Iglesias atribui essas quedas ao consumo reduzido na segunda quinzena do mês e ao elevado estoque de carne nas indústrias.

Exportações

Apesar das pressões no mercado interno, as exportações de carne bovina se mantêm robustas. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 128,332 mil toneladas de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada em maio, rendendo US$ 583,239 milhões, uma alta de 24,6% no valor médio diário e de 39,7% na quantidade média diária exportada em relação a maio de 2023.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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