O cenário positivo permanece pelas praças pecuárias, com as escalas de abate ainda curtas e, com isso, sustentando condições favoráveis para a alta de preços no curto prazo. Veja as cotações do boi gordo pelo país
O mercado físico do boi gordo voltou a registrar preços mais altos nesta quarta-feira (21), com destaque para Mato Grosso, apontaram as principais consultorias que acompanham o mercado pecuário diariamente. O cenário positivo permanece pelas praças pecuárias, apoiados pelo cenário das escalas de abate ainda curtas e, com isso, sustentando condições favoráveis para a alta de preços no curto prazo. Veja as cotações do boi gordo pelo país.
No centro-norte do país, com destaque para o estados de Mato Grosso e Goiás, as escalas de abate permanecem curtas e com as indústrias encontrando muitas dificuldades para originar a matéria-prima, o animal pronto para abate. Os pecuaristas que ainda possuem uma maior oferta, com os primeiros lotes de animais confinados prontos para serem entregues para o abate, continuam a pressionar e cadenciar a venda para garantir melhores preços nas negociações.
Em São Paulo, a grande incidência de contratos a termo permite que frigoríficos de médio e grande porte mantenham escalas mais confortáveis. Entretanto, os frigoríficos de pequeno porte, que não possuem essa modalidade, acabam tendo que ofertar mais pelos animais para poder garantir suas operações e escalas de abate. Com isso, o viés ainda é de alta nos preços, embora o movimento tenda a ser mais moderado no curto prazo.
Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, destaca que a expectativa permanece positiva para o último trimestre do ano, período marcado pelo aumento do consumo no mercado doméstico e um ritmo forte de exportações.
Apesar da leve queda nas exportações de carne bovina do Brasil na última segunda-feira e do desempenho fraco do mercado varejista doméstico na segunda metade de agosto, a oferta limitada de boi gordo tem mantido as cotações da arroba firmes, com uma leve tendência de alta, segundo informações da Agrifatto.
Diante desses fatores, de acordo com relatório diário da Scot Consultoria, após a alta da terça-feira, o mercado de São Paulo abriu a quarta-feira estável. “Apesar disso, é observado uma pressão de alta, em razão da redução da oferta de boiadas que chegam nas indústrias”, observa a Scot. Ainda segundo a consultoria, “Outro indicador dessa pressão é a redução das escalas de abate que, em julho, eram maiores que 10 dias, e hoje a média está em oito dias.”
Com isso, pelos dados da Scot, o boi gordo segue apregoado em R$ 235/@ no mercado de SP, a vaca em R$ 210/@ e a novilha em R$ 225/@. O “boi-China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo comercializado a R$ 237/@, com ágio de R$ 2/@ sobre o animal “comum” – destinado ao mercado interno.
Preço da arroba de boi gordo pelas praças pecuárias do país
- Em São Paulo, a referência média para a arroba do boi foi de R$ 239,00 na modalidade à prazo.
- Em Goiás, a arroba foi indicada em R$ 230,79
- Em Minas Gerais, o preço médio ficou em R$ 227,24
- Mato Grosso do Sul teve a arroba foi cotada a R$ 240,00
- Em Mato Grosso, valor foi de R$ 215,43
Baixa oferta mantém viés de alta, aponta Cepea
O ritmo de negócios tanto de boi gordo quanto de carne bovina segue marcado por relativa constância. Segundo pesquisadores do Cepea, a baixa disponibilidade de animais tem feito com que frigoríficos ajustem os valores de compra conforme a necessidade de completar uma ou outra escala.
Ao mesmo tempo, ainda conforme pesquisadores do Cepea, os negócios antecipados, em sua maioria travados em valores superiores aos atuais, aliviam a necessidade de aquisição, freando as altas na cotação da arroba negociada no spot.
No estado de São Paulo, onde tem sido observado aumento significativo dos negócios a termo/contrato nos últimos anos, os reflexos dessa estratégia se mostram mais evidentes, pesando para diminuir o diferencial de base, de acordo com levantamentos do Cepea.
Mercado atacadista
No mercado atacadista, os preços permaneceram estáveis. Segundo Iglesias, a segunda quinzena do mês, tradicionalmente marcada por menor apelo ao consumo, não tem grande espaço para aumentos consistentes nos preços.
No entanto, o forte ritmo de exportações, com embarques significativos, tem ajudado a enxugar o mercado doméstico, equilibrando a oferta.
Os preços dos cortes no atacado foram registrados da seguinte forma: o quarto traseiro foi precificado a R$ 17 por quilo, enquanto o quarto dianteiro e a ponta de agulha ficaram a R$ 13,50 por quilo.
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