Boi gordo sobe mais de R$ 12/@ e viés de alta deve continuar com “apagão” de bovinos

No início do período – 30 dias úteis, o preço médio da arroba do boi gordo estava em R$ 225,50. Ao longo do mês, o valor subiu, encerrando a sexta-feira, 23, com uma alta de R$ 12,20/@ no período, ou 5,4%, segundo o Cepea.

O mercado físico do boi gordo registrou uma alta nos preços ao longo da última semana, de acordo com o analistas que acompanham o mercado diariamente. No início do período dos últimos 30 dias úteis, o preço médio da arroba do boi gordo estava em R$ 225,50. Ao longo do mês, o valor subiu, encerrando a sexta-feira, 23, com uma alta no período de 5,4%, segundo o Cepea.

Essa valorização representa um aumento expressivo de cerca de R$ 12,20/@ ou aproximadamente 5,4% ao longo do período, veja o gráfico abaixo. Essa alta reflete, em parte, as condições de mercado mencionadas anteriormente, como a demanda aquecida, especialmente para exportação, e as escalas de abate apertadas, que têm pressionado os preços para cima.

O ritmo de negócios tanto de boi gordo quanto de carne bovina segue marcado por relativa constância. Segundo pesquisadores do Cepea, a baixa disponibilidade de animais tem feito com que frigoríficos ajustem os valores de compra conforme a necessidade de completar uma ou outra escala.

Ao mesmo tempo, ainda conforme pesquisadores do Cepea, os negócios antecipados, em sua maioria travados em valores superiores aos atuais, aliviam a necessidade de aquisição, freando as altas na cotação da arroba negociada no spot.

No estado de São Paulo, onde tem sido observado aumento significativo dos negócios a termo/contrato nos últimos anos, os reflexos dessa estratégia se mostram mais evidentes, pesando para diminuir o diferencial de base, de acordo com levantamentos do Cepea.

A alta mais consistente na arroba do boi gordo ao longo de agosto foi impulsionada por alguns fatores-chave:

  1. Escalas de Abate Apertadas: As indústrias frigoríficas enfrentaram dificuldades em alongar as escalas de abate, o que pressionou os preços para cima.
  2. Demanda Externa Forte: A demanda por exportações de carne bovina continuou robusta, com o Brasil caminhando para um recorde histórico nesse setor. Esse cenário favoreceu a valorização dos preços da arroba.
  3. Demanda Interna Sólida: Embora o mercado interno também tenha contribuído, a demanda doméstica permaneceu estável, proporcionando um suporte adicional à alta dos preços.

Esses elementos, combinados, criaram um ambiente favorável para a valorização da arroba ao longo do mês.

Mercado do boi gordo na última sexta-feira

Para a consultor e analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as escalas de abate continuam apertadas, justificando o comportamento das indústrias frigoríficas. “A demanda por exportação tem sido um fator crucial na retomada dos preços da arroba do boi gordo. O Brasil caminha para um recorde histórico nesse quesito, e a demanda doméstica também desempenha um papel importante nessa movimentação de alta,” afirmou Iglesias.

Em 22 de agosto, os preços médios da arroba do boi gordo na modalidade à prazo nas principais praças de comercialização do país foram os seguintes:

  • São Paulo: R$ 238,68 a arroba, contra R$ 235,45 a arroba em 15 de agosto, alta de 1,37%.
  • Goiás: R$ 230,79 a arroba, ante R$ 229,00 a arroba (+0,78%).
  • Minas Gerais: R$ 229,41 a arroba, contra R$ 224,18 a arroba (+2,33%).
  • Mato Grosso do Sul: R$ 240,20 a arroba, ante R$ 237,43 a arroba (+1,1%).
  • Mato Grosso: R$ 215,62 a arroba, ante R$ 210,86 a arroba (+2,2%).

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina permaneceram acomodados. “Ainda não há grande apelo para alta nos preços durante a segunda quinzena do mês, período que tradicionalmente apresenta uma demanda mais fraca,” explicou o analista. No entanto, há otimismo em torno do último bimestre do ano, considerando a taxa de ocupação dentro da economia brasileira e o impacto esperado do 13º salário na atividade econômica.

Exportações em alta

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 485,397 milhões em agosto (12 dias úteis), com média diária de US$ 40,449 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 109,718 mil toneladas, com média diária de 9,143 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.424,00.

Em relação a agosto de 2023, houve um aumento de 11,3% no valor médio diário da exportação, ganho de 13,5% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 1,9% no preço médio, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

A combinação de demanda externa e interna, aliada a escalas de abate apertadas, tem sustentado a alta dos preços do boi gordo no Brasil. Com exportações em alta e perspectivas positivas para o final do ano, o mercado segue otimista.

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