
Novas valorizações na arroba foram observadas ao longo dessa semana, apoiado principalmente no menor volume de fêmeas para abate, encurtamento das escalas de abate e aumento das exportações; veja as cotações do boi gordo
O mercado físico de boi gordo segue em um lento processo de recuperação das cotações, mas com viés de alta em importantes praças pecuárias pelo país. A redução da oferta de fêmeas no Centro-Norte brasileiro, o que encurtou as escalas de abate, tem sido um dos principais fatores desse movimento.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, consultor da Safras & Mercado, as exportações seguem em alto nível, exigindo da indústria frigorífica a busca por animais jovens que cumpram os requisitos de exportação para a China. “No curto prazo, não há espaço para movimentos consistentes de alta, no entanto, o cenário já se mostra de maior otimismo se comparado a fevereiro”, avalia.
Preços da arroba do boi gordo
Os valores da arroba seguem em tendência de alta em diversas regiões do Brasil:
- São Paulo: R$ 313,58 (prazo) contra R$ 312,67 anteriormente.
- Goiás: R$ 299,64, contra R$ 299,29 ontem.
- Minas Gerais: R$ 307,35, ante R$ 290,59 ontem.
- Mato Grosso do Sul: R$ 300,34, contra R$ 298,41 do dia anterior.
- Mato Grosso: R$ 299,89, contra R$ 299,76 anteriormente.
De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços da arroba do boi gordo, da reposição e da carne têm se mantido dentro de uma faixa de variação estável. Isso indica que, embora a oferta não seja elevada, tem sido suficiente para atender à demanda nos diferentes segmentos do mercado.
No atacado da Grande São Paulo, desde 24 de fevereiro, os cortes com osso acumulam queda inferior a 1%, comportamento semelhante ao do Indicador do boi gordo Cepea/Esalq. Ontem (19), a arroba foi negociada a R$ 310,25, uma leve retração de 0,23% em relação ao mês anterior.
Os preços do bezerro seguem estáveis desde novembro, após o ajuste registrado no fim do ano passado. No Mato Grosso do Sul, o Indicador Cepea/Esalq ficou em R$ 2.709,00, com peso médio de 211,19 quilos nos últimos cinco dias.
Mercado do ‘boi-China’
O preço do “boi-China” registrou avanço diário de R$ 2/@ em São Paulo, atingindo R$ 316/@, conforme apuração da Scot Consultoria.
Por outro lado, as demais categorias de animais terminados mantiveram estabilidade no estado:
- Boi gordo comum: R$ 312/@
- Vaca gorda: R$ 280/@
- Novilha gorda: R$ 295/@
As escalas de abate atendem, em média, sete dias, conforme levantamento da Scot.
Segundo Felipe Fabbri, zootecnista e analista da Scot, a pressão de baixa na arroba cessou, e os preços começaram a reagir em algumas regiões. “Com a desova de fêmeas da estação de monta devendo ser menos intensa, o poder de barganha do pecuarista tende a crescer”, explica.
O especialista destaca que a dificuldade de compra de boiadas por parte dos frigoríficos – tanto de fêmeas quanto de machos – tem impedido um avanço significativo das escalas de abate. Além disso, a demanda firme no mercado externo limitou o viés de baixa observado nas últimas semanas.
Exportações em alta
As exportações brasileiras de carne bovina in natura atingiram um volume recorde no primeiro bimestre de 2025. Na parcial de março, houve um avanço de 76,6% na média diária em relação ao volume registrado no mesmo período de 2024.
Os preços da carne bovina brasileira tiveram alta na China na última semana, com o dianteiro bovino negociado entre US$ 5.400 e US$ 5.500 por tonelada. O movimento foi impulsionado pela reposição de estoques e pela desvalorização do real, segundo a Agrifatto.
No entanto, importadores chineses seguem cautelosos, enquanto exportadores brasileiros mantêm uma postura firme para sustentar os preços da proteína in natura. A diferença entre o boi gordo na China e o animal terminado no Brasil voltou a registrar deságio de -4,31%, encerrando fevereiro.
No atacado, a carne bovina chinesa está 172% acima da brasileira, abaixo da média histórica de 249%, o que indica margens mais apertadas para os exportadores.
O mercado segue atento às movimentações da oferta e demanda, especialmente com as projeções de retomada gradual dos preços da arroba ao longo do ano.
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