
Demanda interna aquecida e exportações firmes sustentam a valorização da arroba do boi gordo; o cenário é positivo para os pecuaristas, que mantêm a oferta controlada, apontam as consultorias.
O mercado do boi gordo voltou a ganhar força nesta semana, impulsionado por uma combinação de demanda interna aquecida – reforçada pela entrada dos salários e a proximidade da Páscoa – e exportações em ritmo acelerado, com expectativa de novo recorde para o mês de abril.
Segundo especialistas, o cenário é positivo para os pecuaristas, que mantêm a oferta de animais prontos para abate controlada, pressionando os frigoríficos e sustentando a valorização dos preços. Confira abaixo a análise completa sobre os fatores que vão influenciar as negociações do setor nesta semana.
Preços sobem nas principais praças e boi-China chega a R$ 330/@
De acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado, os preços da arroba seguem firmes, com tendência de novos reajustes no curto prazo. Em São Paulo, o boi comum fechou a sexta-feira (4) em R$ 320/@, enquanto o boi-China alcançou R$ 330/@. A média nacional apurada pela Agrifatto foi de R$ 299,45/@.
Veja como ficaram os preços nas principais praças:
- São Paulo: R$ 320 a R$ 325/@
- Goiás: R$ 315 a R$ 320/@ (sudoeste do estado)
- Mato Grosso do Sul: R$ 310/@ (Campo Grande e Naviraí)
- Mato Grosso: R$ 315/@ (Paranatinga e Mirassol d’Oeste)
Cinco regiões tiveram valorização: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Escalas de abate encurtam e dão força aos preços do boi gordo
Segundo a Agrifatto, as escalas de abate recuaram 1 dia útil em média, fechando a semana com 6 dias úteis programados, o menor nível desde novembro de 2024. No Pará, o recuo foi ainda maior: 2 dias úteis, fechando a semana com 5 dias úteis. Mato Grosso e Tocantins também registraram queda de 1 dia útil nas programações.
Essa redução nas escalas indica que os frigoríficos estão encontrando dificuldade em adquirir animais prontos, o que fortalece o poder de barganha dos produtores.
Atacado confirma demanda firme
O mercado atacadista de carne bovina também apresentou alta ao longo da semana, refletindo o aquecimento da demanda:
- Quarto traseiro: R$ 25,50/kg
- Quarto dianteiro: R$ 18,50/kg
- Ponta de agulha: R$ 17,50/kg
A expectativa é que esse movimento se mantenha no curto prazo, especialmente com a movimentação de consumo durante a Páscoa.
Exportações de carne bovina disparam em março
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que, em março, o Brasil exportou 215,4 mil toneladas de carne bovina in natura, com uma receita de US$ 1,055 bilhão. Os números representam:
- Alta de 40,1% no valor médio diário exportado
- Ganho de 29,6% na quantidade média diária exportada
- Avanço de 8,2% no preço médio por tonelada, que chegou a US$ 4.898,90
Com o dólar valorizado, o mercado externo segue como importante suporte à firmeza dos preços no mercado físico.
Mercado futuro mira os R$ 340/@
No mercado futuro da B3, a tendência também é de valorização:
- Contrato junho/25: R$ 329,90/@ (+0,81%)
- Contrato agosto/25: R$ 333,00/@ (+0,74%)
Com as pastagens em boas condições no Brasil Central e a oferta restrita, muitos analistas acreditam que o preço da arroba pode ultrapassar os R$ 340/@ nas próximas semanas, caso as condições de demanda e exportações se mantenham.
O mercado do boi gordo encerrou a primeira semana de abril com cenário amplamente positivo para o pecuarista. Oferta controlada, demanda aquecida e exportações em alta formam a base para a firme valorização da arroba, que já mira patamares ainda mais elevados nos próximos dias.
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