De acordo com a consultoria Safras & Mercado, esse movimento, embora contido, está alinhado com a atual oferta de animais no mercado, caracterizando 2024 como um ano de grandes abates e significativo descarte de matrizes; confira cotações e perspectiva
O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com uma reação positiva nos preços, observando altas mais acentuadas nas praças de produção e comercialização de Goiás e Mato Grosso. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, esse movimento, embora contido, está alinhado com a atual oferta de animais no mercado, caracterizando 2024 como um ano de grandes abates e significativo descarte de matrizes.
No entanto, as escalas de abate começam a diminuir em alguns estados, como Mato Grosso, embora ainda se mantenham confortáveis em termos históricos. O analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, destaca que essa redução não é suficiente para causar grandes preocupações no curto prazo.
No curto prazo, o bom momento do setor de exportação (favorecido pela valorização do dólar frente o real) e a possibilidade de uma redução de oferta de fêmeas ao abate podem dar sustentação aos preços no mercado do boi gordo, relata o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria.
“É possível que, ao longo da segunda quinzena de junho/24, os preços físicos passem a ‘conversar’ melhor com os preços indicados no mercado futuro”, acrescenta Fabbri, referindo-se aos movimentos recentes de valorização dos contratos do boi gordo negociados na B3.
Na avaliação do analista da Scot, a boa oferta de boiadas gordas pressionou os preços na primeira quinzena deste mês, quadro que, hoje, aparenta ter encontrado um “piso” em São Paulo, reduzindo, ao menos, a tendência de queda no curto prazo. Na última semana, diz Fabbri, o destaque ficou novamente para o segmento de exportação de carne bovina in natura. “A exportação segue como uma boa válvula de escape neste momento de maior oferta”, ressalta ele.
No entendimento dos analistas da Agrifatto, a pressão de baixa sobre os valores da arroba foi menos marcante nesta última semana, na comparação com a semana anterior. De acordo com a consultoria, a disponibilidade de gado terminado teve uma pequena queda ao longo da semana passada, especialmente no caso de vacas e novilhas, “sugerindo que os preços da arroba podem ter atingido um ponto mínimo e, potencialmente, indicando o início de uma recuperação gradual nas próximas semanas”.
Na última sexta-feira, a cotação do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 217,50/@ (média entre o animal “comum” e o “boi-China), segundo apuração da Agrifatto. “Todas as dezessete praças acompanhadas mantiveram suas cotações estáveis”, observa a consultoria.
O Indicador do Boi Gordo CEPEA/B3 registrou, em 17 de junho de 2024, um valor de R$ 221,50, com variações diárias e mensais ligeiramente positivas.
Preços da arroba de boi gordo
- São Paulo: R$ 219,13.
- Goiás: R$ 203,33
- Minas Gerais: R$ 206,59.
- Mato Grosso do Sul: R$ 213,57.
- Mato Grosso: R$ 206,86.
Mercado atacadista
No mercado atacadista, os preços se mantiveram estáveis na segunda-feira (17), com sinais de possível queda devido à menor demanda característica do período. Atualmente, o quarto traseiro é vendido a R$ 17,00/kg, enquanto a ponta de agulha e o quarto dianteiro estão precificados a R$ 12,50/kg.
Exportações de carne bovina
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 433,219 milhões em junho, com uma média diária de US$ 43,321 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Foram exportadas 97,254 mil toneladas, com preço médio de US$ 4.454,50 por tonelada. Em comparação com junho de 2023, houve uma queda de 6,6% no valor médio diário das exportações, mas um aumento de 6% na quantidade média diária exportada.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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