Boi gordo se mantém estável e com expectativas positivas

Preços da carne voltam a subir; O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no decorrer da primeira quinzena do mês.

O mercado físico de boi gordo teve mais um dia de preços estáveis na terça-feira, 11, véspera de feriado de Nossa Senhora Aparecida. Entretanto, apesar da grande comodidade do mercado neste momento, os preços seguem estáveis nas praças paulistas.

Ao mesmo tempo, o Ministério da Agricultura tranquilizou o mercado em relação ao caso de doenças neurodegenerativas investigados no estado da Bahia, confirmando que eles não estão relacionados à Doença da Vaca Louca. O Brasil adota todas as normas técnicas da Organização Internacional da Saúde Animal, apresentando assim risco insignificante para a propagação da forma clássica da doença.

De acordo com o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias a movimentação é tímida em uma semana de ritmo lento de negociações devido ao feriado desta quarta-feira (12). “Os frigoríficos no geral ainda operam com escalas de abate confortáveis, que hoje atendem entre sete e oito dias úteis em média”, diz Iglesias.

Com parte da indústria fora das compras, as cotações no mercado do boi gordo paulista permaneceram estáveis. No entanto, ofertas abaixo da referência já foram observadas, sem efetivação de negócios.

As cotações da vaca e novilha gordas também registraram estabilidade no mercado paulista, nesta terça-feira, valendo R$ 267/@ e R$ 277/@, respectivamente, preços brutos e a prazo, de acordo com os dados da Scot.

No interior paulista, informa a IHS, depois de efetivações até R$ 300/@ no boi-China, compradores passam a sinalizar até R$ 290/@ para novos negócios. Segundo o app da Agrobrazil, o pecuarista de Santa Cruz Do Rio Pardo, interior paulista, informou negociação de R$ 295,00/@ com o pagamento à vista e abate programado para 27 de outubro.

Já o Indicador do Cepea, no fechamento da última terça-feira, trouxe uma variação negativa na comparação diária de -0,58%. Diante dessa variação, os preços foram de R$ 304,05/@ pra o patamar de R$ 302,30/@, de acordo com o gráfico abaixo.

Desta forma, mesmo com uma resposta mais consistente no consumo doméstico de carne bovina e ritmo acelerado das exportações, a atual oferta de animais parece atender sem grandes dificuldades a necessidade das indústrias, contribuindo para a estabilidade da arroba em grande parte do País.

No mercado atacadista, o ritmo das vendas de carne bovina avançou dentro das expectativas do setor. “O volume de negócios foi suficiente para manutenção dos preços dos principais cortes bovinos, já que não há relatos de sobras de mercadoria nos entrepostos”, observa a IHS, que acrescenta: “a dinâmica da produção tem sido auxiliada pela firme ritmo das exportações”.

Durante a primeira semana de outubro/22 foram exportadas 55,62 mil toneladas de carne bovina in natura, o que resultou em uma média diária de 11,12 mil toneladas/dia – um avanço de 170,7% frente à média de outubro/21 (4,1 mil toneladas), informou nesta terça-feira (11/10) a Scot Consultoria, com base em dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Esse aumento expressivo nos embarques deste início de outubro, diz a Scot, está relacionado à forte queda na exportação registrada no último trimestre de 2021, um reflexo do embargo das exportações para a China, em função dos casos atípicos de “vaca louca” no Brasil (detectados em Minas Gerais e no Mato Grosso).

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Foto: Nelore Jaburi

Em comparação à semana anterior,  as exportações da primeira semana de outubro avançaram 15,9%, representando o maior volume diário embarcado desde a terceira semana de setembro/21, de acordo com levantamento da consultoria Agrifatto.

Giro do boi gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 292. 
  • Em Dourados (MS), a cotação seguiu em R$267.
  • Em Cuiabá (MT), a arroba de boi gordo finalizou o dia cotada a R$ 258.
  • Em Uberaba (MG),  as cotações ficaram em R$ 287.
  • Em Goiânia (GO), a arroba continuou cotada em R$ 260.

Boi: mercado atacadista

Os preços da carne bovina voltaram a subir no mercado atacadista. O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no decorrer da primeira quinzena do mês, período que conta com maior apelo ao consumo em função da entrada dos salários na economia.

Então, o quarto dianteiro foi precificado a R$ 16 por quilo, alta de R$ 0,40.  Já a ponta de agulha teve preço de R$ 15,60. Por fim, o quarto traseiro teve preço de R$ 21,10, alta de R$0,25 por quilo.

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