Boi gordo se apoia no aumento de 143% das exportações de carne; veja as cotações

O avanço nas exportações de carne bovina tem sido um dos principais fatores de sustentação dos preços, impulsionado por um expressivo crescimento de 143% nos embarques. Veja as cotações do boi gordo.

O mercado do boi gordo registrou uma semana de maior firmeza nas cotações em estados estratégicos como São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rondônia, refletindo um cenário de escalas de abate mais curtas e boa demanda externa. O avanço nas exportações de carne bovina tem sido um dos principais fatores de sustentação dos preços, impulsionado por um expressivo crescimento nos embarques.

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil atingiram US$ 295,515 milhões nos três primeiros dias úteis de março, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso representou uma média diária de US$ 98,405 milhões, consolidando um cenário positivo para os embarques brasileiros.

Em volume, o país exportou 60,545 mil toneladas, com uma média diária de 20,181 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.876,00.

Na comparação com março de 2024, os números indicam:

  • Aumento de 161,3% no valor médio diário exportado;
  • Crescimento de 142,7% na quantidade média diária embarcada;
  • Alta de 7,7% no preço médio da tonelada.

Esses dados reforçam a posição do Brasil como um dos principais fornecedores de carne bovina no mercado internacional, com boas perspectivas diante das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que podem favorecer ainda mais os negócios brasileiros.

Preços da arroba do boi gordo

Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo em 13 de março estavam assim nas principais praças pecuárias:

  • São Paulo (Capital): R$ 310, estável em relação à última semana;
  • Goiás (Goiânia): R$ 295, alta de 1,72% frente aos R$ 290 da semana passada;
  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 295, retração de 3,91%, comparado aos R$ 307 da semana anterior;
  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 295, avanço de 1,72% frente aos R$ 290 registrados anteriormente;
  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 300, estável na comparação semanal;
  • Rondônia (Vilhena): R$ 265, valor inalterado.

Mercado atacadista registra alta

O mercado atacadista acompanhou o movimento positivo, com elevação nos preços da carne bovina, reflexo do bom escoamento durante a primeira quinzena de março.

  • O quarto traseiro do boi foi cotado a R$ 25/kg, registrando alta de 2,04% frente aos R$ 24,50 da semana anterior.
  • O quarto dianteiro do boi foi negociado a R$ 18,50/kg, uma alta de 2,72% comparado aos R$ 18/kg da última semana.

O analista Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, destaca que, embora o cenário tenha sido positivo até agora, a segunda quinzena do mês tende a ter um menor apelo ao consumo, o que pode limitar novas altas nos preços.

Escalas de abate mais curtas

A baixa liquidez no mercado interno resultou no encurtamento das programações de abate dos frigoríficos, conforme levantamento da Agrifatto.

Na sexta-feira (14), a média nacional das escalas de abate foi de 7 dias, um dia útil a menos em comparação à semana anterior.

  • Minas Gerais teve a maior redução, com 2 dias a menos, totalizando 7 dias úteis.
  • Pará e Tocantins reduziram suas escalas em 1 dia útil, ficando com médias de 5 e 6 dias, respectivamente.
  • Paraná e Mato Grosso do Sul seguiram a mesma tendência, com redução de 1 dia útil, encerrando a semana com 7 dias.
  • Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Rondônia mantiveram os mesmos parâmetros da semana anterior.

Dólar em queda

O câmbio também influencia a competitividade das exportações brasileiras. Na última sessão, o dólar comercial encerrou em queda de 0,92%, sendo cotado a R$ 5,7438 para venda e R$ 5,7418 para compra. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 5,7118 (mínima) e R$ 5,7903 (máxima). Na semana, a desvalorização acumulada foi de 0,77%.

Perspectivas para o mercado do boi gordo

O setor pecuário segue atento à conjuntura internacional e à dinâmica da oferta interna. A redução na oferta de fêmeas em algumas praças ajudou a aliviar a pressão de baixa, enquanto os frigoríficos buscam estratégias para ajustar suas escalas.

Fatores como a guerra comercial entre EUA e China e o comportamento da demanda na segunda quinzena de março serão determinantes para a sustentação dos preços da carne e do boi gordo nas próximas semanas.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM