Preços da arroba do boi gordo seguem em alta no Brasil, fechando o mês de novembro com avanço nas cotações; Os principais fatores que sustentam a alta dos preços do boi são a oferta restrita de animais terminados e a demanda aquecida
O mercado físico do boi gordo no Brasil voltou a apresentar negociações acima da referência média na quinta-feira (30), no encerramento do mês de novembro. Esse cenário traz uma maior expectativa de alta para as cotações dos animais destinados ao abate no mês de dezembro. Os principais fatores que sustentam a alta dos preços do boi são a oferta restrita de animais terminados e a demanda aquecida – interna e externa, que deve se intensificar diante da entrada da massa salarial e as festividades de fim de ano.
Segundo informações da Safras & Mercado, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo. Colaborando com as informações, segundo dados da Agrifatto, considerando o valor médio das cotações do boi gordo paulista, a arroba subiu para R$ 242,50, ante a média de R$ 240 registrada no dia anterior.
Os principais fatores que sustentam a alta dos preços são a oferta restrita de animais terminados e a demanda aquecida. A oferta de boiadas terminadas a pasto está reduzida devido às chuvas irregulares no Centro-Norte do país, que mantêm as pastagens em condições ruins. Por sua vez, a demanda segue forte, impulsionada pelo ápice do consumo no mercado doméstico e uma expectativa de quebra de recorde no volume de carne bovina exportada durante o ano.
Fato é que uma onda altista pressionou os preços da arroba do boi gordo no mercado de São Paulo, uma das principais referências para as demais regiões pecuárias, informaram as consultorias que acompanham diariamente a cadeia da carne bovina.
Segundo os dados da Scot Consultoria, divulgados em seu relatório diário, a alta nos preços dos animais terminados nas praças de São Paulo seguem firmes, já que “a demanda por carne bovina está forte no mercado interno e externo e, com a diminuição da oferta, a cotação subiu”, justificou a consultoria.
Para o “boi gordo comum” (direcionado ao mercado doméstico), a cotação subiu R$ 3/@ nas praças paulista, para R$ 240/@, no prazo, valor bruto, de acordo com a Scot. A vaca gorda também teve acréscimo diário, de R$ 5/@, atingindo R$ 220/@, enquanto a novilha subiu R$ 2/@, chegando a R$ 230/@ (preços brutos e a prazo).
O “boi-China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está valendo R$ 245/@ no Estado de São Paulo (bruto e a prazo), com ágio de R$ 5/@ sobre o animal destinado ao mercado interno.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência média para a arroba do boi ficou em R$ 242.
- Já em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 240 para a arroba do boi gordo.
- Em Uberaba (MG), a arroba teve preço de R$ 238.
- Já em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 231.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 207.
Mudanças no Governo da Argentina
A mudança de governo na Argentina não deve trazer impactos sobre a pecuária de corte brasileira. Sendo um grande produtor de carne, o Brasil compra pouca carne argentina – o país vizinho é o sexto maior produtor e o quinto maior exportador de carne bovina, segundo dados do USDA. Pesquisadores do Cepea indicam que, no mercado internacional, também não deve haver acirramento da concorrência com o Brasil.
Ainda que seja esperado que a Argentina exporte mais, a carne produzida no país é reconhecida por sua qualidade e costuma ser comercializada em segmentos diferentes dos ocupados pela proteína brasileira – são poucos os nichos de concorrência direta. Por outro lado, o aumento das exportações argentinas abre espaço para o Brasil ampliar as vendas para lá.
Atacado
O mercado atacadista também registrou preços mais altos para a carne bovina no dia de hoje. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo. A entrada do décimo terceiro salário, a criação de postos temporários de emprego, outras bonificações e as confraternizações de final de ano têm efeito bastante positivo sobre a demanda, em especial sobre os cortes de maior valor agregado, tipicamente ligados ao traseiro bovino.
O quarto traseiro foi precificado a R$ 19,70 por quilo, alta de R$ 0,10. O quarto dianteiro atingiu o patamar de R$ 13 por quilo, alta de R$ 0,10. A ponta de agulha atingiu o patamar de R$ 13,10 por quilo, alta de R$ 0,10.
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