
Exportações de carne bovina em alta seguem como limitador de quedas mais acentuadas no mercado do boi gordo, com a dinâmica atual seguindo pressionada pela alta oferta de fêmeas gordas e pelo baixo consumo doméstico de carne bovina.
O mercado físico do boi gordo enfrentou mais um dia de instabilidade nesta quarta-feira (12), com preços acomodados em várias regiões brasileiras, enquanto outras registraram quedas pontuais. A dinâmica atual segue pressionada pela alta oferta de fêmeas gordas e pelo baixo consumo doméstico de carne bovina.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, consultor da Safras & Mercado, as escalas de abate estão reduzidas, o que, combinado às exportações ainda fortes, evita quedas mais severas nos preços no curto prazo. Iglesias reforça que as exportações podem alcançar um novo recorde ao longo de 2025, o que contribui para sustentar o mercado pecuário.
Cotações regionais do boi gordo
A média da arroba do boi gordo, a prazo, ficou assim nesta quarta-feira:
- São Paulo: R$ 309,08, contra R$ 310,75 na terça-feira.
- Goiás: R$ 290,18, estável.
- Minas Gerais: R$ 294,71, queda em relação aos R$ 307,53 anteriores.
- Mato Grosso do Sul: R$ 293,30, contra R$ 294,20 anteriormente.
- Mato Grosso: R$ 298,50, ante R$ 298,72 do dia anterior.
A compra de gado mais barato de estados vizinhos como Minas Gerais e Goiás pelos frigoríficos paulistas, juntamente com cotações estáveis no Mato Grosso do Sul e Paraná, pressionou a queda do preço da arroba paulista. O boi gordo comum caiu para R$ 300/@, enquanto o “boi-China” recuou para R$ 310/@, ambos com queda diária de R$ 5/@, segundo a Agrifatto.
Entre as 17 praças pecuárias monitoradas pela consultoria, cinco tiveram queda (SP, MS, MT, PR e RO), enquanto 12 permaneceram estáveis. A média nacional recuou para R$ 287,80/@, ante os R$ 289,00/@ registrados na terça-feira (11).
Oferta de fêmeas impacta mercado
Segundo a Scot Consultoria, há atualmente uma maior oferta de fêmeas no mercado, com disponibilidade reduzida de bois terminados em confinamento. Contudo, já se observa uma redução gradual nos abates de fêmeas, especialmente na região Norte, onde a arroba feminina continua bem abaixo do valor pago aos machos.
A redução da oferta de fêmeas gordas pode favorecer leves aumentos no preço da vaca casada e, consequentemente, da novilha, tipo preferido pela indústria de carne desossada.
Mercado de carne bovina apresenta sinais de retração
No atacado, especialmente no mercado paulista, sinais de retração começam a surgir devido à retenção de produtos nos distribuidores e devoluções parciais por questões de qualidade. A Agrifatto explica que esta situação reflete uma queda natural do consumo, típica na segunda metade do mês, quando o poder de compra dos consumidores diminui.
Para esta quinta-feira (13), a consultoria prevê leve queda no preço do boi castrado, oscilando entre R$ 21,00/kg e R$ 21,20/kg, enquanto o dianteiro mantém forte demanda e preço firme em torno de R$ 19,00/kg.
Exportações aquecidas, mas com preços recuando
O Brasil segue exportando grandes volumes de carne bovina. Em fevereiro de 2025, atingiu o recorde para o mês de 190,46 mil toneladas, alta de 10 mil toneladas em relação a janeiro. Porém, o preço médio FOB caiu para US$ 4.927/tonelada, redução de US$ 100 sobre o mês anterior, tendência que persiste nos primeiros dias de março, chegando a US$ 4.876/tonelada, menor valor desde novembro/24.
Mercado atacadista mantém preços firmes
Apesar da retração pontual no consumo doméstico, o mercado atacadista segue com preços firmes, especialmente diante da boa comercialização observada na primeira metade do mês. O quarto traseiro continua cotado a R$ 24,50/kg, o dianteiro a R$ 18,00/kg e a ponta de agulha a R$ 17,00/kg.
Dólar segue estável, colaborando para o mercado do boi gordo
O dólar comercial encerrou praticamente estável, com leve baixa de 0,03%, cotado a R$ 5,8083 na venda e R$ 5,8063 na compra, fator que influencia diretamente nas negociações de exportação da carne brasileira.
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