Boi gordo mira R$ 295/@ com cenário positivo; Confira!

Segundo o levantamento, os preços continuam subindo no Sudeste; O feriado de Carnaval, o ritmo elevado das exportações de carne bovina e escalas de abatimento mais curtas podem condicionar um viés minimamente de recuperação nos preços da boiada gorda.

O mercado do boi gordo abriu o mês de fevereiro com fatores positivos envolvendo o mercado brasileiro do boi gordo, informaram as consultorias que avaliam as principais regiões do país. Por um lado, as negociações se tornaram menos fluídas ao longo da semana, com os pecuaristas optando pela retenção de boiadas em meio a uma boa condição das pastagens.

Temos observado que o cenário indica que o ritmo de queda das cotações da arroba parece ter perdido o fôlego, já que muitos negócios abaixo dos pisos atuais não são efetivados. Por outro lado, a disparidade na formação de receitas entre frigoríficos exportadores e aqueles que atuam apenas no mercado doméstico segue em evidência.

“Basicamente, os preços ofertados pela indústria em alguns estados não motivam o pecuarista a negociar. Na região Sudeste, ainda são relatadas negociações acima da referência média para animais que cumprem os requisitos de exportação para a China”, diz o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

Segundo os valores divulgados pelo Indicador do Boi Gordo/CEPEA, as cotações tiveram uma alta expressiva na abertura do mês, fechando o primeiro dia útil com uma variação positiva de 0,83% na comparação mensal. Sendo assim, as cotações que haviam atingido o valor de R$ 288,70/@ no dia 31/01, já alcançaram R$ 291,10/@ nessa quarta-feira (01/02).

Ainda segundo os analistas, se confirmada a melhora no consumo interno, atrelado ao maior volume das exportações com o término das festividades na China, é esperado um repasse positivo ao pecuarista no campo. O cenário positivo, deve ser atrelado ao pagamento dos salários, retorno das atividades escolares e maior poder de retenção dos animais nos pastos.

Já o bovino destinado à exportação, o “boi China”, está cotado em R$293,00/@, preço bruto e a prazo, de forma pontual, segundo informações do Cepea para a composição da média. O Boi China ganhou notoriedade pela demanda do país asiático por bovinos bem terminados até os 30 meses de idade. No entanto, a falta de diferenças de preços preocupa muitos pecuaristas.

Boi China versus boi comum: entenda a diferença do preço Cepea

“Observamos o mercado como um todo. Encaramos o produto final como boi gordo, no entanto, evidentemente há uma diferenciação que ocorreu nos últimos anos”, diz Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), de Piracicaba (SP)

“Eu tenho de entender qual é o meu produto, por que estou recebendo o prêmio e saber onde meu boi está enquadrado, se ele deve ser valorizado com premiações de Boi China”, apontou o pesquisador.

Como forma didática, ele mostra o exemplo de que: a composição da média Cepea pode variar de R$ 280 a R$ 300 por arroba. Bovinos que pegam o menor preço é um boi comum, segundo o economista.

Mercado interno

O bovino destinado ao mercado interno está cotado em R$270,00/@ de boi gordo, R$259,00/@ de vaca gorda e R$265,00/@ de novilha gorda, preços brutos e a prazo, informou a Scot Consultoria em seu comparativo diário.

Ao final de janeiro, após alta na cotação da arroba de boi gordo para bovinos precoces (abaixo de 30 meses), as escalas de abate se alongaram, em média, até a segunda quinzena de fevereiro, o que trouxe calmaria às negociações.

Iglesias ainda destaca que a disparidade na formação de receitas entre frigoríficos exportadores e aqueles que atuam apenas no mercado doméstico segue em evidência, uma vez que os preços da carne bovina e demais derivados do abate patinam no início do ano. Mesmo com uma menor rentabilidade, os preços das carnes oferecem um maior retorno para a indústria.

Expectativa de alta no curto prazo

Na avaliação da S&P Global, o feriado de Carnaval, o ritmo elevado das exportações de carne bovina e escalas de abatimento mais curtas podem condicionar um viés minimamente de recuperação nos preços da boiada gorda.

“O consumo doméstico pode dar os primeiros sinais de uma retomada, apesar de morna, estimulado também pelo pagamento dos salários à população neste início de fevereiro” , acreditam os analistas.

Giro do boi gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi subiu para R$ 286.
  • Em Minas Gerais, os preços fecharam em R$ 285.
  • Em Dourados (MS), a cotação se manteve R$ 252.
  • Em Cuiabá (MT), a arroba de boi gordo finalizou o dia cotada a R$ 247.
  • Em Goiânia (GO), a arroba está em R$ 265.
Foto Divulgação

Mercado atacadista

Já os preços da carne bovina seguem acomodados no mercado atacadista.

De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir por alguma recuperação dos preços no decorrer da primeira quinzena de fevereiro, período que conta com maior apelo ao consumo.

“O grande limitador do momento são os preços das proteínas concorrentes que permanecem mais competitivos.”, destaca o comentarista. Então, o quarto dianteiro foi precificado a R$ 14 por quilo.  Já a ponta de agulha ficou com preço de R$ 14,30. Por fim, o quarto traseiro do boi ficou cotado em R$ 19,80 por quilo.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM