De olho na alta do dólar e com demanda externa aquecida, frigoríficos sobem a referência, enquanto o produtor luta para fechar as contas!
O mercado físico de boi gordo segue com preços firmes a mais altos nesta quarta-feira, 31, com um mercado pautado e truncado diante da baixa oferta de animais para abate. No outro lado da história, no front externo, o cenário é bastante favorável ao produto brasileiro e explica a demanda por boiadas prontas. Entretanto o pecuarista segue amargando dificuldades para fechar as contas!
A expectativa de curto prazo ainda remete a um quadro bastante ajustado de oferta durante o mês de abril. As recentes movimentações no câmbio teve grande peso na formação de tendência na segunda quinzena do mês, motivando os frigoríficos habilitados a exportar a pagar mais pela arroba.
Segundo a Scot Consultoria, os negócios para vaca e novilha gordas estão em R$285,00/@ e R$303,00/@, respectivamente, nas mesmas condições. Para bovinos que atendem à exportação os negócios ocorrem até em R$320,00/@, preço bruto e à vista.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 318,16@, na quarta-feira (31/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 295,28/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 298,24/@.
Entretanto, já observamos o frigorífico preocupado com suas escalas de abate, que atendem até 2 dias úteis, pagando bonificação de até R$ 3,00/@ a depender do lote, proximidade da indústria e pagamento a prazo. Ou seja, uma arroba a R$ 323,00 na praça paulista!
O Indicador Cepea/Esalq encerrou o mês em R$ 315,80/@, emplacando alta de 5,34% ante a abertura do mês. Com isso, o contrato futuro de março fechou em R$ 314,95/@, acumulando queda diária de 0,44%, porém, a cotação é recorde na liquidação dos contratos futuros de boi gordo na B3.
Com relação as escalas, pouco evoluíram, os próximos dias devem contar com poucas plantas operando ocasionado pelo feriado nacional nesta sexta-feira. Neste cenário, as programações de abate encerram o dia com 4,0 dias úteis nas praças paulistas.
Em relação ao mercado interno, há registro de novas altas sobretudo nos preços de fêmeas gordas ofertadas em algumas praças. É o caso de Goiás, onde a ponta compradora se mostrou mais ativa na aquisição de vacas gordas neste meio da semana, resultando em elevação nos preços dessa categoria, informa a IHS.
Em Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul, alguns abatedouros também deram preferência pela aquisição de vacas em função da melhor vantagem com relação aos custos operacionais (se comparado aos negócios envolvendo apenas machos).
Pecuarista segue amargando dificuldades em fechar as contas
Apesar das grandes valorizações que foram observadas nos últimos 12 meses nos preços da arroba, a situação no campo segue complicada para o pecuarista da terminação. Neste mesmo período a soja e o milho, principais insumos na dieta, tiveram valorização superior a da arroba. Como se não bastasse, os preços da reposição saltaram acima de 60%, patamar esse que é superior ao do boi gordo.
Os preços do bezerro seguem em forte movimento de alta no mercado brasileiro, renovando os recordes reais da série histórica do Cepea. Nesta semana, o Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) ultrapassou a marca de R$ 3 mil por cabeça.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário se deve à oferta de bezerros abaixo da demanda por novos lotes de reposição. Ressalta-se que o valor recorde de animais de reposição e as também recordes cotações de importantes insumos da alimentação pecuária – como milho e farelo de soja –, por sua vez, deixam pecuaristas terminadores em alerta.
Giro do Boi Gordo no Brasil
- Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 319 – R$ 320, ante R$ 318 na terça-feira.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, inalterado.
- Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 305, estável.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 304 – R$ 305 contra R$ 304 a arroba.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 311, inalterada.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere para maior propensão a reajustes entre os cortes menos nobres, avaliando a entrada dos salários na
economia como motivador da reposição entre atacado e varejo no início de abril.
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“No entanto, os cortes nobres ainda têm seu consumo cerceado pelas dificuldades macroeconômicas, avaliando as restrições de funcionamento de restaurantes, bares e outros estabelecimentos, demandantes fundamentais desse. tipo de corte. Somado a isso a predileção do consumidor médio ainda recai sobre a carne de frango, produto muito mais acessível”, pontua Iglesias.
Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,50 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,30 o quilo.