Boi gordo firme a R$ 230/@, com baixa no retrovisor e rumo a nova alta

Os preços do boi gordo voltaram a apresentar preços elevados e analistas apostam na continuidade do viés de alta; tendência positiva da arroba deve se manter ao menos até a primeira quinzena de agosto

A oferta reduzida de gado continua a impulsionar os preços do boi gordo ao longo deste mês. Com isso, o preço da arroba do boi gordo encerrou a semana em alta na maioria das regiões do Brasil, informaram as principais consultorias que acompanham o mercado diariamente. Na avaliação da Agrifatto, tendência positiva da arroba do boi gordo pode se manter ao menos até a primeira quinzena de agosto.

Com escalas de abate mais apertadas e um ritmo robusto de exportações, o mercado enfrenta um cenário de otimismo crescente em relação aos preços da arroba do boi gordo, conforme destacado pela consultoria Safras & Mercado.

“Frente à menor representatividade de animais prontos para abate, esperamos um movimento de alta nos preços ao longo de julho”, afirmou Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, colaborando com as informações da Agrifatto.

“A forma de ação dos frigoríficos não mudou e continua sendo cautelosa, adquirindo apenas o suficiente para manter as programações controladas em dez dias, na média nacional”, relatam os analistas da Agrifatto. Essa estratégia dos frigoríficos, continua a consultoria, reflete a tentativa de equilibrar oferta e demanda, evitando situações que possam pressionar os preços para cima.

Porém, com o avanço das exportações e o menor volume de gado disponível para abate, os frigoríficos devem perder força ao longo do mês, sendo necessário ofertar melhores valores para conseguir atender as demandas externas e internas. Sendo assim, vários fatores econômicos têm contribuído para a firmeza nas cotações do animal terminado, acrescentam os analistas.

A entrada de massa salarial de junho/24 favorece o consumo interno, enquanto o câmbio atual (com o avanço do dólar sobre o real) continua impulsionando o crescimento das exportações de carne bovina, que fecharam o primeiro semestre com mais de 1,29 milhões de toneladas de carne embarcada. Esse viés de alta pode se manter ao menos até a primeira quinzena de agosto”, acreditam os analistas da Agrifatto.

No mercado de futuros, os contratos apresentaram nova queda na quinta-feira, 4 de julho. O contrato com vencimento em julho de 2024 encerrou o dia cotado a R$ 232,90 por arroba, representando uma diminuição de 0,34% em relação ao dia anterior. Já o contrato para outubro de 2024 foi negociado a R$ 243,65 por arroba, com uma desvalorização diária de 0,45%.

Em São Paulo, principal referência para o mercado físico, o preço da arroba do boi comum alcançou média de R$ 227,75 nesta sexta-feira. Em outras regiões pecuárias como Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, os preços também se mantiveram firmes, refletindo a demanda aquecida e a escassez de oferta.

número do abate de bovinos
Foto: Divulgação

Preços do boi gordo, segundo a Agrifatto na sexta-feira (5/7):

  • São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$212,00. Escalas de abates de doze dias;
  • Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;
  • Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$217,00 a arroba. O “boi China”, R$217,00. Média de R$217,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de oito dias;
  • Mato Grosso — O “boi comum” vale R$206,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$208,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de onze dias;
  • Tocantins — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$208,00. Média de R$204,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias;
  • Pará — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$ 208,00. Média de R$204,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de catorze dias;
  • Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dia;
  • Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$165,00. Novilha a R$170,00. Escalas de abate de catorze dias;
  • Maranhão — O boi vale R$195,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de onze dias;
  • Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de sete dia.

Exportações de carne bovina

No cenário internacional, a Scot reportou que as exportações em junho alcançaram 192,5 mil toneladas, com uma média diária de 9,6 mil toneladas, excedendo em 4,9% o desempenho do mesmo mês do ano anterior. Contudo, houve uma redução de 9,1% em relação a maio de 2024, conforme apontado pela Agrifatto.

A China se manteve como o principal comprador, adquirindo 91,4 mil toneladas, o que representa uma queda de 6,6% em comparação com maio. Os Estados Unidos foram o segundo maior destino, importando 17,5 mil toneladas. Em termos de receita, o total arrecadado com as exportações de carne bovina em junho foi de US$ 950,1 milhões, marcando um recuo de 9,9%.

Segundo a Agrifatto, o declínio observado no último mês já era esperado após o recorde atingido em maio. Em comparação com junho de 2023, houve uma leve queda de 0,1%, posicionando este resultado como o segundo melhor desempenho histórico para o mês.

A Scot Consultoria destaca que o preço médio da carne exportada foi de US$ 4,4 mil por tonelada, uma redução de 11,7% em relação a junho do ano anterior.

Mercado no Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina registraram aumento, com o quarto traseiro cotado a R$ 17,50 por quilo, marcando uma alta de R$ 0,50 em relação à última semana.

A Safras & Mercado destacou a competitividade da carne bovina em comparação a outras proteínas, especialmente a carne de frango, impulsionando ainda mais o mercado interno. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar ao longo da semana, com uma queda de 2,31%, contribui para um cenário favorável às exportações do produto brasileiro.

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