O indicador do boi gordo na B3 registrou um valor de R$ 229,20, com uma variação diária de -0,69% e uma variação mensal de -1,33%. Esses números refletem uma tendência de leve queda nos preços, sinalizando uma possível pressão sobre o mercado; confira as cotações
No início desta semana, o mercado físico do boi gordo permaneceu estável, com poucas negociações registradas. De acordo com dados da Safras & Mercado Consultoria, a indústria frigorífica desfruta de uma posição relativamente confortável em suas escalas de abate, enquanto os pecuaristas ainda retêm seus animais devido às boas condições das pastagens.
No entanto, especialistas alertam para mudanças iminentes durante o segundo trimestre, quando a qualidade do pasto tende a decair e a capacidade de retenção dos pecuaristas pode diminuir. Este período coincide com o auge da safra do boi gordo no Brasil.
“Por sua vez, o pecuarista ainda conta com boa capacidade de retenção, de acordo com a boa condição das pastagens. Essa dinâmica tende a mudar durante o segundo trimestre, quando o pasto tende a perder qualidade, e o pecuarista tende a perder capacidade de retenção”, comenta o consultor de Safras, Fernando Henrique Iglesias.
As negociações comerciais entre frigoríficos e pecuaristas ocorreram de maneira lenta neste meio da semana, informa a Agrifatto. “É relevante destacar que, de uns dias para cá, as ofertas de animais prontos para abate têm sido bastante limitadas”, afirma a consultoria. “Brasil afora, os compradores encontram resistência dos vendedores em negociar”, afirma o zootenista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria.
Nesta quarta-feira (17/4), segundo levantamento das consultorias, os preços do boi gordo ficaram estáveis na maioria das praças brasileiras. “A oferta de boiadas está comedida e, para manter as escalas de abate, os compradores paulistas têm mantido os preços firmes, com negócios acima da referência acontecendo pontualmente”, relata a Scot.
No entanto, recomenda a Agrifatto, é necessário agir com cautela e ter um plano de ação, pois a transição entre a safra e a entressafra, geralmente por volta de meados de junho e início de julho, tende a restringir a capacidade de retenção e aumentar a oferta de boiadas gordas, o que pode resultar em queda nos valores da arroba.
O segundo ponto de alerta, diz Fabbri, está relacionado com o atual avanço do dólar. “A atenção para os custos, principalmente para o confinamento e à suplementação do rebanho, que poderão subir com a disparada do câmbio, desestimulando a operação e, consequentemente, acelerando uma “desova” de final de safra”.
No entanto, continua o analista da Scot, a subida do dólar para acima dos R$ 5 pode favorecer a competitividade da carne bovina brasileira no mercado internacional, o que, somado ao momento ruim vivenciado pelos países concorrentes (principalmente os norte-americanos), pode manter os volumes embarcados aquecidos.
Preços do boi gordo
São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de nove dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de sete dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;
Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de doze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.
Segundo os dados do CEPEA/B3, divulgados em 17/04/2024, o indicador do boi gordo registrou um valor de R$ 229,20, com uma variação diária de -0,69% e uma variação mensal de -1,33%. Esses números refletem uma tendência de leve queda nos preços, sinalizando uma possível pressão sobre o mercado. No entanto, apesar dessa variação, o valor em dólar, cotado em $43,78, indica uma relativa estabilidade e competitividade da carne bovina brasileira no mercado internacional, o que pode influenciar as estratégias dos produtores e compradores frente às oscilações do mercado interno.
Mercado atacadista
No mercado atacadista, os preços permaneceram em uma trajetória de estabilidade, com o quarto traseiro mantendo-se precificado em R$ 19,00 por quilo, enquanto a ponta de agulha e o quarto dianteiro permaneceram cotados a R$ 13,50. Esses valores indicam uma manutenção das tendências observadas anteriormente, com poucas variações significativas nos preços dos cortes de carne bovina.
Apesar da estabilidade, é importante ressaltar que as projeções para a segunda quinzena do mês sugerem uma menor propensão à alta dos preços, o que pode impactar a dinâmica do mercado no curto prazo. Portanto, os agentes do setor devem permanecer atentos às condições do mercado e ajustar suas estratégias de acordo com as tendências observadas nos preços dos cortes de carne bovina.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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