Exportações em alta e otimismo no mercado futuro impulsionam a arroba, mas o consumo interno enfraquecido pode limitar novos avanços nos preços. E você, acha que preço do boi gordo pode testar R$ 400/@?
O mercado do boi gordo segue registrando alta nos preços da arroba, impulsionado por exportações em níveis recordes e um cenário de otimismo no mercado futuro. Segundo dados do Indicador Cepea/B3, o valor da arroba chegou a R$ 352,00 no dia 26/11/2024, representando uma valorização de 10,48% no mês. Apesar do momento favorável, especialistas alertam para desafios no mercado doméstico, que pode limitar o ritmo de altas nos próximos meses.
A meta de R$ 400/@ para o final do ano segue no radar de pecuaristas, mas depende de um equilíbrio entre a oferta doméstica, o apetite internacional e a capacidade de absorção do mercado interno. Exportações em alta e otimismo no mercado futuro impulsionam a arroba, mas o consumo interno enfraquecido pode limitar novos avanços nos preços.
Exportações sustentam a valorização
As exportações de carne bovina mantêm volumes robustos, configurando-se como um dos principais pilares da valorização da arroba. Segundo Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, o cenário internacional tem sido fundamental para justificar o recente comportamento dos preços. Contudo, ele destaca que o poder de compra reduzido do consumidor brasileiro pode limitar aumentos futuros.
“É natural que a alta perca força diante de gargalos no mercado interno. O consumo doméstico está enfraquecido, e o preço elevado da carne bovina pode intensificar a migração para proteínas mais acessíveis, como frango e suínos”, explicou Iglesias.
Giro da arroba do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país
- São Paulo: R$ 360,00/@
- Goiás: R$ 354,00/@
- Minas Gerais: R$ 335,00/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 342,00/@
- Mato Grosso: R$ 332,00/@
Mercado interno e estoques: um ponto de atenção
No mercado doméstico, cortes bovinos enfrentam dificuldades de repasse nos preços ao consumidor final. Segundo a consultoria Agrifatto, o quarto dianteiro teve leve alta de R$ 0,50, sendo cotado a R$ 20,50/kg, enquanto o quarto traseiro permanece em R$ 26,50/kg. No entanto, a baixa liquidez no varejo preocupa.
A Agrifatto também alertou para um excesso de estoques em algumas regiões, reflexo das vendas anteriores, que poderá limitar as valorizações em cortes voltados à industrialização, como o charque.
Perspectivas para a demanda de fim de ano
Com a aproximação do Natal e das festas de fim de ano, a expectativa é que o pagamento do 13º salário e outros benefícios sociais tragam algum alívio para a demanda interna. “O aumento nas vendas só deve ocorrer em meados de dezembro, quando o consumo sazonal impulsiona as compras para confraternizações”, indicou a Agrifatto.
Mercado futuro e projeção de preços
No mercado futuro, o otimismo prevalece. Na B3, todos os contratos do boi gordo registraram valorização no pregão do dia 25/11. O destaque foi o contrato de fevereiro/25, que fechou cotado a R$ 342,65/@, uma alta de 1,38% em relação ao dia anterior.
A meta de R$ 400/@ para o final do ano segue no radar de pecuaristas, mas depende de um equilíbrio entre a oferta doméstica, o apetite internacional e a capacidade de absorção do mercado interno.
Embora as exportações e o mercado futuro sinalizem um cenário otimista para o boi gordo, fatores como o baixo consumo doméstico e o excesso de estoques podem impor desafios. A escalada rumo aos R$ 400/@ é possível, mas requer cautela, principalmente no curto prazo. O comportamento das vendas nas próximas semanas será crucial para determinar o fôlego do mercado até o final de 2024.