Boi gordo é disputado e pode, em breve, ultrapassar os R$ 300/@

Atualmente, os preços já estão em ascensão – boi gordo já é negociada a R$ 300/@ -, impulsionados pela combinação de demanda aquecida, oferta limitada de animais para abate e dificuldades logísticas nas indústrias.

O mercado do boi gordo no Brasil vem apresentando uma alta expressiva nos preços, despertando a atenção de analistas e produtores rurais. A expectativa é de que, em um curto período, o valor da arroba ultrapasse os R$ 300, refletindo um cenário de alta contínua impulsionada pela demanda forte, tanto interna quanto externa. Confira abaixo os principais fatores que estão moldando esse cenário de alta e as expectativas para o final de 2024 e início de 2025.

Segundo os analistas que acompanham o mercado do boi gordo diariamente pelo país, o boi gordo segue vendo os preços subindo e pode, em breve, ultrapassar os R$ 300/@; Confira as perspectivas do mercado. Segundo o app da Agrobrazil, onde os pecuaristas registram de forma diária as negociações realizadas por eles, os valores de R$ 300/@ voltaram a ser confirmados nas praças paulistas, mostrando que as indústrias disputam o boi gordo para conseguir cumprir seus contratos.

Alta no Mercado Físico

O mercado físico do boi gordo tem mantido um ritmo acelerado de alta em várias regiões do país. Isso ocorre em função das escalas de abate curtas, que estão entre as menores registradas nesta temporada. Conforme explica o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, mesmo com os preços elevados, as indústrias estão enfrentando dificuldades para ampliar as escalas de abate, evidenciando a restrição na oferta de animais.

“A demanda segue aquecida, em especial para as exportações, que devem atingir um recorde nesta temporada”, destacou Iglesias. Esse aquecimento na demanda externa, associado às dificuldades nas escalas de abate, tem contribuído diretamente para o aumento dos preços da arroba.

Preços da arroba do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país

  • São Paulo: R$ 287,00/@, com negociações de até R$ 300,00/@ (a depender da categoria)
  • Goiás: R$ 268,00/@
  • Minas Gerais: R$ 278,00/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 281,00/@
  • Mato Grosso: R$ 244,00/@

Na B3, a onda de otimismo também prevalece. O contrato com vencimento para novembro/24 registrou um aumento de 2,76% na terça-feira (1/10), situando-se em R$ 284,55/@, segundo informa a Agrifatto.

Mercado Atacadista

O reflexo da alta no boi gordo já pode ser observado também no mercado atacadista de carne bovina, que voltou a registrar preços mais elevados. Esse cenário deve persistir no curto prazo, especialmente com a entrada dos salários na economia, o que motiva a reposição ao longo da cadeia produtiva.

Segundo Iglesias, “apesar da alta agressiva nos preços da carne bovina, há um risco de perda de competitividade frente a outras proteínas, como o frango”. Isso pode limitar a continuidade das elevações no atacado, caso a diferença de preços entre as proteínas se torne muito acentuada.

Os cortes bovinos mais impactados pela alta foram:

  • Quarto dianteiro, com aumento de R$ 1,35, sendo precificado a R$ 16,50 por quilo.
  • Quarto traseiro, que subiu R$ 1,60, atingindo R$ 21,50 por quilo.
  • Ponta de agulha, com alta de R$ 0,50, passando para R$ 15,50 por quilo.

Fatores Externos: Impacto do Câmbio

O câmbio é outro fator importante que tem influência sobre o mercado. O dólar comercial encerrou a sessão com uma queda de 0,31%, cotado a R$ 5,4455 para venda. A oscilação da moeda americana tem impactos diretos sobre as exportações, uma vez que um dólar mais barato pode reduzir a receita em reais, mas ao mesmo tempo manter as exportações competitivas no mercado global.

Apesar de a moeda norte-americana ter recuado, o cenário continua favorável para as exportações, que estão ajudando a sustentar os preços elevados do boi gordo.

Pastagens e Confino: Desafios Climáticos

Outro ponto crucial que deve ser levado em conta é a condição das pastagens. Ainda que os índices de chuvas estejam melhorando, especialmente em outubro, a recuperação das pastagens será lenta. Isso significa que a oferta de bois criados a pasto só deve aumentar significativamente a partir de 2025.

“Nesse restante de 2024, o mercado terá que atender a demanda com animais de confinamento”, explica o analista. A dependência do confinamento para a engorda dos animais mantém a oferta limitada, o que contribui para a sustentação dos preços em patamares elevados.

Expectativa para os Preços da Arroba

O comportamento do mercado sugere que a arroba do boi gordo pode, de fato, ultrapassar os R$ 300 no início de 2025, conforme a análise de Fernando Henrique Iglesias. Atualmente, os preços já estão em ascensão, impulsionados pela combinação de demanda aquecida, oferta limitada e dificuldades logísticas nas indústrias.

Em 2024, a trajetória dos preços tem surpreendido. Em janeiro, a arroba estava sendo negociada a R$ 249,65, caindo para o menor valor em junho, R$ 220,70. Desde então, houve uma recuperação expressiva, atingindo R$ 255,45 em setembro. Na B3, o contrato com vencimento para novembro/2024 registrou um aumento de 2,76%, situando-se em R$ 284,55/@.

O que esperar até o final de 2024?

A expectativa é de que o movimento de alta continue, porém em um ritmo um pouco mais lento. Em outubro, a grande oferta de animais confinados deverá proporcionar um certo alívio nas escalas de abate, mas não será suficiente para fazer os preços da arroba recuarem significativamente.

O final de 2024 deve manter o boi gordo em alta, impulsionado principalmente pela demanda exportadora e pela oferta restrita de animais. Se as condições de mercado atuais persistirem, a marca de R$ 300/@ poderá ser atingida já no início de 2025, consolidando um ano de recuperação expressiva para o setor.

Acompanhar esses indicadores será fundamental para entender os rumos do mercado de boi gordo e seus impactos na cadeia produtiva, especialmente para os pecuaristas e indústrias frigoríficas.

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