Boi gordo disparou e rompe os R$ 230/@, maior valor desde maio

O cenário pessimista finalmente ficou no “passado próximo”, com a entressafra chegando para mudar os rumos dos preços do boi gordo que, ontem, rompeu os R$ 230/@ e atingiu o maior valor desde maio/24

mercado físico do boi gordo voltou a registrar negócios acima das referências médias nesta terça-feira, 16, apontaram as principais consultorias que acompanham o mercado pecuário pelo país. Mas, segundo os analistas, é preciso estar atento a toda a cadeia produtiva da carne bovina. Por hora, as escalas de abate são as menores, com frigoríficos tendo dificuldades em comprar a matéria prima [animal pronto para abate]. Mas, o escoamento da carne nas praças, gera preocupações para a manutenção dessa onda de valorização dos preços da arroba.

Pelos dados levantados pela Agrifatto, o mercado brasileiro do boi gordo permanece firme, com destaque para o Estado de São Paulo, que, na segunda-feira (15/7), apresentou a maior valorização diária (1,03%) entre as 17 praças monitoradas pela consultoria, fechando a R$ 229,45/@. “Esse patamar não era alcançado desde o início de maio (3/5/2024)”, ressalta a Agrifatto.

O mercado do boi gordo abriu o segundo dia desta semana com estabilidade na maioria das praças brasileiras, relatam as consultorias. O destaque foi a praça paulista, com negociações que romperam a barreira dos R$ 230 a arroba do boi gordo, embora a maior parte dos negócios ainda se mantenha entre R$ 225 e R$ 230.

O “boi-China”- animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está cotado em R$ 227/@, mantendo ágio de R$ 5/@ sobre o animal destinado ao mercado interno, acrescenta a Scot. No restante do país, o cenário indica maior acomodação.

Vale destacar que esta temporada será marcada por um recorde de confinamento, com custos relativamente baixos e boas condições de travamento para o pecuarista, permitindo uma rentabilidade média interessante”, disse o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

O otimismo no mercado físico refletiu no mercado futuro (B3), com valorização em todos os contratos, especialmente o papel de curto prazo (vencimento em julho/24), que registrou um acréscimo de 0,52%, ficando cotado a R$ 232,40/@.

  • Em São Paulo, a referência média para a arroba do boi ficou em R$ 229,07.
  • Em Goiás, a indicação média foi de R$ 219,04 para a arroba do boi gordo.
  • Já em Minas Gerais, a arroba teve preço médio de R$ 219,41.
  • Em Mato Grosso do Sul, a arroba ficou indicada em R$ 219,45.
  • No Mato Grosso, a arroba ficou indicada em R$ 208,93.

Exportação de Carne Bovina In Natura

Até a segunda semana de julho, o Brasil exportou 109,6 mil toneladas de carne bovina in natura, com uma média diária de 10,9 mil toneladas. Este desempenho diário supera em 43,1% a média do mesmo período de 2023. Entretanto, o preço médio da tonelada sofreu uma redução de 6,9% em comparação com julho do ano passado, estando atualmente em US$ 4,4 mil/t.

“No que diz respeito às exportações, o resultado geral tem sido fantástico em volume, com grande quantidade de produto exportado”, pontuou Iglesias.

A consultoria Agrifatto destaca o aquecimento das exportações brasileiras de carne bovina. No primeiro semestre de 2024, o país exportou um total de 1,14 milhão de toneladas, marcando o maior volume já registrado para um semestre.

Na segunda semana de julho de 2024, os embarques mantiveram um ritmo elevado, levando a Agrifatto a prever um total de 221,50 mil toneladas de carne bovina in natura exportadas no mês, o que representaria um novo recorde mensal.

Boi no atacado

No mercado atacadista, a disponibilidade de carne com ossos e desossada tem aumentado, mostrando que as vendas nesta segunda quinzena do mês estão abaixo das expectativas. Como resultado, os estoques estão ficando cheios e sem a previsão de esvaziamento. Fora isso, têm ocorrido devoluções de mercadorias devido a problemas de qualidade e carcaças de baixo padrão, apontou a Agrifatto.

A consultoria ainda complementa que, “uma estratégia adotada pelos frigoríficos tem sido embarcar mercadorias sem destino e venda combinados, a fim de escoar os produtos das câmaras frias. A carcaça casada do boi casada segue nos R$ 15,50/kg, mas há pressão por novos recuos“.

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