Boi gordo disparou e já acumula uma alta de R$ 55/@. Vai subir mais?

Mercado do boi gordo em alta com escassez de oferta e demanda externa impulsionam nova valorização; Os preços de R$ 305,00/@ informados pelos pecuaristas está, cada vez mais, se tornando referência.

O mercado físico do boi gordo volta a apresentar um cenário de alta nos preços, impulsionado por fatores como a escassez de oferta e a demanda externa crescente, comentaram as principais consultorias que acompanham as principais praças pecuárias pelo país. Ainda segundo elas, os fatores que impulsionam esse viés de alta nos preços devem permanecer no curto prazo e, com isso, os pecuaristas aproveitam para conseguir “reverter” o prejuízo acumulado ao longo desse ano.

Conforme análise de Fernando Henrique Iglesias, consultor da Safras & Mercado, a atual posição das escalas de abate, considerada uma das piores da temporada, e o aquecimento das exportações têm sido fatores determinantes para esse movimento de valorização.

Situação das Escalas de Abate

Os frigoríficos brasileiros enfrentam dificuldades para completar suas escalas de abate, o que aumenta a pressão sobre os preços. A baixa disponibilidade de animais prontos para o abate só deverá ser aliviada no início do próximo mês, quando se espera a chegada de bois confinados ao mercado.

Segundo a Scot Consultoria, os frigoríficos que atendem à demanda doméstica estão trabalhando com escalas reduzidas, o que reflete diretamente nos preços praticados no mercado físico. Em São Paulo, uma das principais praças do país, a arroba do boi gordo registrou uma alta significativa de R$ 10,00, atingindo R$ 295,00 no dia 10 de outubro de 2024.

Preços Firmes no Atacado

No mercado atacadista, os preços seguem em alta, refletindo a restrição de oferta. O quarto traseiro foi cotado a R$ 22,00/kg, enquanto o quarto dianteiro alcançou R$ 18,00/kg. A ponta de agulha foi precificada em R$ 17,00/kg. Esses valores mostram a firmeza do mercado, que deve manter-se aquecido enquanto a escassez de oferta perdurar.

Câmbio: Impacto na Exportação

A valorização do dólar também influencia a competitividade da carne brasileira no mercado internacional. O dólar comercial encerrou a sessão do dia 10 de outubro em alta de 0,97%, sendo negociado a R$ 5,5865 para venda. A valorização da moeda americana beneficia as exportações, fortalecendo ainda mais a demanda externa por carne bovina brasileira.

Expectativas para os Preços

A tendência é de que os preços se mantenham em alta nas próximas semanas, uma vez que a oferta de animais prontos para o abate ainda é limitada. A Scot Consultoria reporta que, em algumas negociações pontuais, a arroba do boi chegou a ser comercializada por R$ 300,00, embora esse valor seja pouco praticado devido à escassez de ofertas.

Além do mercado paulista, outros estados também enfrentam aumentos nos preços. Em Minas Gerais, a arroba do boi comum foi cotada a R$ 275,00, enquanto o boi destinado à exportação (boi-China) alcançou R$ 285,00. No Mato Grosso do Sul, a arroba atingiu R$ 285,00, com a vaca sendo negociada a R$ 265,00.

Melhores Negociações do Dia: Pecuaristas Relatam Valores Elevados

Segundo informações do Agrobrazil, uma das melhores negociações do dia foi registrada na cidade de Icém, São Paulo, onde a arroba do boi foi comercializada a R$ 305,00, conforme reportado por pecuaristas. O pagamento foi realizado à vista, com abate programado para 17 de outubro de 2024. A negociação envolveu entre 50 a 100 animais, com rendimento de 55% e imposto sobre a folha de 20%. Esse valor foi superior ao observado no indicador Cepea/B3, que registrou o preço da arroba em R$ 294,50 no mesmo dia.

Mercado Futuro Também Reflete Otimismo

No mercado futuro, a tendência de alta também se mantém. O contrato para vencimento em outubro de 2024 na B3 foi cotado a R$ 295,15/@, representando um aumento de 1,36% em relação ao pregão anterior. A alta no mercado futuro reflete o otimismo dos investidores em relação à continuidade do movimento de valorização da arroba no mercado físico.

Exportações Aquecidas Sustentam a Alta

As exportações brasileiras de carne bovina in natura seguem em ritmo acelerado, contribuindo para a manutenção da alta dos preços no mercado interno. Dados da Secex, analisados pelo Cepea, mostram que o volume exportado entre janeiro e setembro de 2024 aumentou 30% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, as exportações continuam a ser um fator chave para o aquecimento do mercado e a valorização da arroba.

O que esperar?

O mercado de boi gordo permanece aquecido, com os preços em alta tanto no mercado físico quanto no futuro. A escassez de oferta e a demanda externa aquecida são os principais fatores que justificam essa valorização. As exportações continuam a desempenhar um papel fundamental, enquanto a oferta de animais prontos para abate permanece restrita, gerando expectativa de preços elevados no curto prazo.

A situação para o setor deve continuar desafiadora até o início do próximo mês, quando a entrada de bois de confinamento pode trazer algum alívio para as escalas de abate e, potencialmente, estabilizar os preços.

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