Boi gordo dispara novamente, atinge R$ 243/@ e viés de alta continua

Em mais um dia, os preços do boi gordo seguem em alta; Tendência é de continuidade da valorização da arroba por conta da posição média das escalas de abate; veja cotações por região

O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar preços mais altos nesta terça-feira, 27, apontaram as consultorias que acompanham o mercado diariamente. A maior demanda dos frigoríficos brasileiros é apontado como o fator determinante para o movimento de alta mais expressivo das cotações dos últimos dias. Ainda segundo os analistas, esse maior interesse pela matéria-prima continua favorecendo o bolso dos pecuaristas, que, aos poucos, vem negociando os seus lotes de boiadas gordas a preços acima da referência. 

Conforme a Scot Consultoria observou, houve um aumento nos preços das fêmeas gordas e do “boi-China” no mercado de São Paulo. “A escassez na oferta, especialmente de fêmeas, foi o principal fator que impulsionou esse crescimento”, disse a consultoria. A Agrifatto complementa: “A necessidade de honrar contratos de exportação, juntamente com a demanda interna aquecida, tem levado as indústrias a operar com 100% de sua capacidade instalada.”

Dessa forma, segundo os dados da Scot Consultoria, houve um aumento de R$ 4 por arroba no preço da vaca gorda, que agora está cotada a R$ 215/@. A novilha também teve uma elevação de R$ 3/@, atingindo R$ 228/@.

Já o “boi-China” – animal jovem e abatido com até 30 meses de idade, com destino a exportação – registrou um incremento de R$ 2/@, sendo negociado a R$ 240/@, com um ágio de R$ 2/@ em relação ao boi “comum”. No entanto, o valor do boi gordo em São Paulo se manteve estável em R$ 238/@.

Ainda de acordo com a consultoria, as escalas de abate nos frigoríficos paulistas têm encurtado, atendendo em média nove dias.

Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a tendência ainda é de continuidade deste movimento. Isso por conta da posição média das escalas de abate, com dificuldades na aquisição de boiadas em um ambiente ainda pautado por oferta restrita.

Goiás e Rondônia tiveram altas mais destacadas no decorrer do dia. “Indústrias que firmaram contratos a termo estão com escalas de abate mais confortáveis e participando de forma menos ativa do mercado”, assinalou Iglesias.

Giro do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país

  • São Paulo: R$ 242,00
  • Goiás: R$ 235,32
  • Minas Gerais: R$ 234,41
  • Mato Grosso do Sul: R$ 243,00
  • Mato Grosso: R$ 216,01

Já no mercado futuro, segundo a Agrifatto, na segunda-feira (26/8), todos os contratos do boi gordo apresentaram valorização. O contrato com vencimento em setembro/24 fechou o dia cotado a R$ 244,95/@, com aumento de 0,74% em relação ao dia anterior.

Exportação de carne bovina in natura

Até a quarta semana de agosto, o volume de carne bovina in natura exportado foi de 164,1 mil toneladas – média diária de 9,6 mil toneladas – superando o desempenho médio diário do mesmo período de 2023 em 19,8%.

O preço médio da tonelada ficou em US$4,5 mil, queda de 1,3% na comparação com o mesmo período de 2023.

Preço no atacado

O mercado atacadista voltou a apresentar alta dos preços nesta terça-feira. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere por maior propensão a reajustes durante a primeira quinzena de setembro, período pautado por maior apelo ao consumo.

As exportações ainda apresentam forte ritmo, com expectativa de estabelecer um novo recorde na atual temporada. “O Brasil é disparadamente a melhor alternativa para fornecimento global de carne bovina”, considera Iglesias.

O quarto traseiro foi precificado a R$ 18,00 por quilo, alta de R$ 0,50. O quarto dianteiro segue no patamar de R$ 13,50 por quilo. A ponta de agulha ainda é precificada a R$ 13,50, por quilo.

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