Boi gordo desaparece do mercado e preço bate recorde

Mercado parece viver um dos momentos de maior estrangulamento na oferta de animais e preços disparam pelo país quebrando os recordes do ano!

O mercado físico de boi gordo registrou preços mais altos a estáveis e um verdadeiro inexpressivo fluxo de negócios nesta quinta-feira, 25. O mercado segue truncado e com um quadro de restrição de oferta que permanece dominante em grande parte do país, cenário que não deve apresentar mudanças contundentes ao longo deste ano. Preço da arroba atinge novo recorde de preço!

As escalas de abate seguem de forma modesta, permanecem curtas, atendendo, em média, quatro dias. Esses níveis trazem grande complicação para as indústrias e um ponto positivo para os pecuaristas com a chegada do início do mês, ponto que pode favorecer novas altas com a melhora no consumo interno de carne bovina no país.

O indicador do boi gordo do Cepea se recuperou da queda dos dois dias anteriores, voltou a subir e registrou uma nova máxima histórica. A cotação variou 1,61% em relação ao dia anterior e passou de R$ 310,8 para R$ 315,8 por arroba. Sendo assim, no acumulado do ano, o indicador valorizou 18,21%. Em 12 meses, os preços alcançaram 58,3% de alta.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 312,54@, na quarta-feira (24/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 294,41/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 300,17/@.

Segundo a Scot Consultoria, nas praças paulistas, as cotações estão estáveis na comparação diária, exceto para a novilha gorda, cuja cotação subiu R$1,00/@. A vaca gorda está cotada em R$283,00/@ e a novilha em R$302,00/@, nas mesmas condições. Animais que atendem ao mercado externo estão sendo negociados em R$315,00/@, preço bruto e à vista. 

No mercado futuro, os contratos do boi gordo negociados na B3 tiveram ajustes levemente mais negativos em toda a curva. O ajuste do vencimento para março passou de R$ 313,8 para R$ 313,55, do abril foi de R$ 313 para R$ 312,5 e do maio, de R$ 305,8 para R$ 305,55 por arroba.

A forte alta nos preços da arroba do boi gordo ao longo do ano passado e a manutenção dos patamares recordes neste começo de 2021 evidenciam que, além da demanda externa aquecida, a oferta de animais para abate está baixa no Brasil. Segundo dados do IBGE, em 2020, foram abatidas 29,55 milhões de cabeças no País, 9,05% a menos que no ano anterior e o menor volume desde 2011 (28,82 milhões de cabeças).

Segundo pesquisadores do Cepea, ainda que o volume abatido em 2011 tenha sido inferior ao observado em 2020, os preços da arroba não subiram com força naquele ano – operaram entre R$ 202 e R$ 221, em termos reais (as médias foram deflacionadas pelo IGP-DI de fevereiro/21).

Isso ocorreu porque, mesmo baixa, a oferta ao longo de 2011 era suficiente para atender à demanda, diferente do observado em 2020 e nestes primeiros meses de 2021.

De acordo com dados da Secex, enquanto em 2011 foram exportadas pelo Brasil 820 mil toneladas de carne bovina in natura, em 2020, foram quase um milhão de toneladas a mais, somando a quantidade recorde de 1,725 milhão toneladas.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 315 – R$ 316, estável.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, inalterado.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 305, estável.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 303.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 309 – R$ 310 a arroba, inalterado.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, a reposição entre atacado e varejo flui de maneira mais lenta no decorrer da segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo.

“Somado a isso precisam ser consideradas as medidas rigorosas de distanciamento social adotadas em alguns estados cerceando a demanda de restaurantes, bares e de outros estabelecimentos, disse Iglesias”.

Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,30 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 16,50 o quilo.

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