Os preços das categorias de gado destinadas ao abate, incluindo “boi comum”, “boi-China”, vaca gorda e novilha, registraram um aumento diário de R$ 2 a R$ 3 por arroba em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, nesta quinta-feira, 8 de agosto.
O mercado físico do boi gordo apresentou mais um dia de alta generalizada entre as categorias destinadas ao abate nas principais praças pecuárias do país, afirmaram as principais consultorias que acompanham o mercado. O cenário é pautado pelas notícias de um bom volume de carne bovina exportada pelo país em julho, com continuidade em agosto, fazendo com que a indústria aceite pagar preços mais altos para o boi. Soma-se a isso, no mercado doméstico, a demanda pela carne também melhorou, com pagamento dos salários e chegada do Dia dos Pais.
“O ‘Dia dos Pais’, comemorado neste próximo fim de semana, poderá reduzir os estoques de carne bovina no varejo”, acredita o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, que aposta: “A expectativa é de preços firmes para a arroba do boi gordo em curto prazo”.
A cotação subiu para todas as categorias na comparação dia a dia, apontou o relatório diário da Scot Consultoria. Em consequência da redução das ofertas. Os frigoríficos estão ajustando as escalas de abate conforme os contratos estabelecidos e, organizando as compras dos animais para abate de acordo com a demanda.
Com isso, o boi gordo paulista “comum” (destinado ao mercado doméstico) subiu R$ 3/@ e agora está apregoado em R$ 230/@.
A vaca gorda, por sua vez, sofreu reajuste diário de R$ 2/@, para R$ 207/@, enquanto a novilha gordo teve acréscimo de R$ 3/@, chegando em R$ 220/@.
O “boi-China” – animal abatido jovem com até 30 meses de idade – também avançou R$ 3/@, para R$ 235/@ (base SP), com ágio de R$ 5/@ sobre o animal gordo “comum”, acrescentou a Scot.
O mercado de animais para abate segue firme na maior parte do País. Em geral, frigoríficos consultados pelo Cepea que buscam completar escalas e/ou atuam prioritariamente no spot têm encontrado certa dificuldade para novas aquisições, sobretudo nos valores menores do intervalo vigente.
Vale ressaltar que a abertura pontual de preços maiores também possibilita à indústria preencher novas escalas e, num momento seguinte, evitar compra de volumes maiores, o que alivia a pressão de demanda.
Pesquisadores do Cepea ainda indicam que, outro fator que, neste momento, diminui a necessidade de aumento de preços por parte da indústria é a possibilidade de queda brusca de temperatura nos próximos dias, o que pode fazer com que pecuaristas busquem vender mais rapidamente os animais prontos.
Exportação de carne bovina
“A demanda externa segue como grande vetor da firmeza às cotações da arroba”, destaca Fabbri. Em julho/24, o Brasil exportou o maior volume de carne bovina in natura da história – foram 237,0 mil toneladas, quase 25 mil toneladas a mais que o último recorde mensal, de maio/24.
Segundo o analista, os preços da proteína exportada estão dentro do seu “novo normal”, em torno de US$ 4,4-4,5 mil/tonelada. “Trata-se de um patamar de preço que segue praticamente estável há um ano, mas a recente depreciação do real sobre o dólar contribui para uma melhora na receita da indústria exportadora”, observa Fabbri.
Tal conjuntura de preços, aliado a um bom volume embarcado, faz que a indústria aceite preços mais altos para o boi, acrescenta ele. No mercado doméstico, a demanda pela carne também melhorou, diz Fabbri. “E pode avançar ainda mais”, antecipa o analista.
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