Mesmo com a proximidade da comemoração do Dia das Mães (quando o consumo doméstico de carne bovina avança) e o pagamento de salários nesta semana, o mercado do boi gordo segue pressionado, dificultando o cenário para os pecuaristas; confira análise e cotações
O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar queda nos preços nesta quinta-feira (9), refletindo um cenário de sobreoferta de animais em diversas regiões do país. Segundo analistas, a situação no Centro-Oeste, com exceção do Mato Grosso, ainda é de avanço na quantidade de animais ofertados.
“A situação climática é decisiva para entender esse movimento. A combinação de chuvas praticamente inexistentes, somada a altas temperaturas, é altamente danosa para a condição das pastagens, fazendo com que o pecuarista tenha menor poder de barganha“, disse o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Mesmo com a proximidade da comemoração do Dia das Mães (quando o consumo doméstico de carne bovina avança) e o pagamento de salários nesta semana, o mercado do boi gordo segue pressionado.
“Com as chuvas mais espaçadas, diminuindo o potencial produtivo das pastagens no Brasil Central, o mercado vivencia uma sobreoferta de boiadas”, relata a Scot Consultoria.
Os eventos climáticos que continuam afetando o Rio Grande do Sul têm dificultado o contato com os agentes de mercado (pecuaristas, marchands, leiloeiros e frigoríficos) em munícipios afetados pelas enchentes, informa a consultoria.
Nos municípios gaúchos que não foram abalados ou que foram menos afetados, o volume de abate caiu significativamente em função da dificuldade de transporte, armazenamento, falta de energia elétrica e demais dificuldades, relata. “Os produtores estão contabilizando os prejuízos, e os negócios não têm acontecido ou ocorrem em pequenos volumes”, acrescenta.
O movimento de queda nos preços se estendeu também ao Sudeste, com o mercado mineiro apresentando uma redução agressiva ao longo da semana. “A expectativa ainda é de continuidade deste movimento, ao menos durante a primeira quinzena do mês“, afirmou Iglesias.
Preços do boi gordo
São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de doze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de doze dias;
Pará — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de treze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;
Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;
Paraná — O boi vale R$220,00 por arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias.
De acordo com os dados do Cepea/B3, divulgados nesta quinta-feira (9/5), o valor da arroba do boi gordo foi cotado a R$ 231,80, registrando uma variação negativa de 0,54% em relação ao dia anterior. No acumulado do mês, houve um aumento de 1,07%. Em termos de dólar, o valor ficou em US$ 45,06.
Mercado atacadista
No mercado atacadista, os preços apresentaram alta, impulsionados por um consumo positivo durante a primeira quinzena de maio, além do adicional relacionado ao Dia das Mães. O quarto traseiro foi precificado a R$ 18,00 por quilo, representando um aumento de R$ 0,50. Já o quarto dianteiro permaneceu cotado a R$ 13,90 por quilo, enquanto a ponta de agulha manteve-se no patamar de R$ 13,00 por quilo.
Exportações de carne bovina
As exportações de carne bovina in natura registraram um volume de 208 mil toneladas em abril, com uma média diária de 9,4 mil toneladas, representando um crescimento significativo de 89,0% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar da retração de 5,1% na cotação média, que ficou em US$4,5 mil por tonelada, o faturamento do período aumentou em 79,4% devido ao maior volume exportado.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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