Boi gordo bate R$ 233/@, mas pecuarista deve ligar sinal vermelho

Agosto recebeu impulso otimista no preço da arroba do boi gordo, que segue favorável, mas há ponto de atenção e o pecuarista deve ligar o sinal vermelho; Alta demanda de carne bovina na primeira quinzena do mês tende a elevar preço, mas oferta de outras proteínas alerta produtores

O mercado de boi gordo foi pautado pela elevação dos preços da arroba em diversas regiões do país no mês de julho e, segundo os analistas, agosto recebeu impulso otimista no preço da arroba, que segue favorável. Mas, ainda segundo eles, há ponto de atenção e o pecuarista deve ligar o sinal vermelho. Alta demanda de carne bovina na primeira quinzena do mês – entrada da massa salarial – tende a elevar preço, mas oferta de outras proteínas alerta produtores.

O mercado do boi gordo fechou a semana com preços estáveis, segundo as consultorias Scot e Agrifatto. Nas praças paulistas, as escalas de abate estão em torno de 10 dias, com preços dos animais terminados estáveis há 11 dias, exceto pela novilha gorda, estável há seis dias.

Diante dese cenário, no Estado de São Paulo, o boi gordo é negociado por R$ 227/@, a vaca gorda por R$ 202/@ e a novilha gorda por R$ 217/@. O “boi-China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está cotado em R$ 230/@, com um ágio de R$ 3/@ sobre o animal gordo “comum”.

Já o Cepea, voltou a encerrar mais uma semana trazendo otimismo para o mercado que, na sexta-feira, 02, fechou com valorização de 0,52% na comparação diária, fazendo com que o Indicador do Boi Gordo atingisse R$ 233,15/@. Confira o gráfico abaixo com o comportamento dos preços nos últimos 30 dias.

Segundo a Agrifatto, os preços do boi gordo se mantiveram fortes durante a semana, apesar da pressão dos frigoríficos para reduzi-los. Na quinta-feira, início de agosto, o mercado físico do boi gordo abriu firme, com valorização nos preços futuros para a maioria dos contratos.

O contrato de boi gordo com vencimento em agosto/24 fechou a sessão da B3 com alta de 0,42%, cotado a R$ 237,20/@. Em julho/24, o preço médio do boi gordo no mercado físico paulista foi de R$ 229,27/@, uma valorização mensal de 3,88%, o maior nível desde abril/24. Esse cenário positivo foi observado também em outras praças.

De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, é importante mencionar que no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o mercado também está firme.

“O mercado ainda conta com uma expectativa favorável durante a primeira quinzena do mês, considerando a excelente demanda prevista para o período. Como ponto de atenção segue a situação da avicultura de corte brasileira, ainda impossibilitada de vender carne de frango com destino ao mercado chinês. Caso esse processo de auto embargo se prolongue mais do que o esperado, é provável que parte do produto seja disponibilizado no mercado doméstico, podendo produzir desequilíbrio e até mesmo interferir na formação de preço das proteínas concorrentes”, explicou o analista.

boi gordo

Preços da arroba do boi gordo pelo Brasil

  • São Paulo: R$ 230,62 frente aos R$ 232,00 a arroba registrados no final de julho.
  • Goiás: R$ 224,57 frente ao R$ 225,00 a arroba do fechamento de julho.
  • Minas Gerais: R$ 221,88 frente aos R$ 223,00 a arroba praticados no final de julho.
  • Mato Grosso do Sul: R$ 228,16 frente aos R$ 230,00 a arroba praticados no final de julho.
  • Mato Grosso: R$ 209,31 frente aos R$ 210,00 a arroba praticados no final de julho.

Veja abaixo as escalas atuais em alguns dos principais Estados brasileiros, conforme levantamento semanal da Agrifatto:

  • Rondônia – Foi o destaque desta semana, apontando uma acréscimo de 2 dias úteis em suas programações de abate (na comparação com a semana anterior), fechando o período com 14 dias úteis programados.
  • Pará – O Estado também apresentou um avanço de 2 dias úteis em relação à semana passada, fechando suas escalas em 11 dias úteis.
  • Tocantins – Registrou queda de 2 dias úteis em suas programações de abate, resultando em 9 dias úteis de escalas.
  • Mato Grosso do Sul – Também indicou recuo na comparação semanal, em 1 dia útil, fechando a semana com 7 dias úteis de escalas já programadas.
  • Minas Gerais – O Estado registrou uma redução de 1 dia útil, encerrando a semana com suas programações de abate atendendo a 8 dias úteis.
  • PR/MT/GO/SP – Os quatro Estados apresentaram estabilidade entre as semanas, com suas programações atendendo 7, 9, 7 e 11 dias úteis, respectivamente.

Exportações

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 952,316 milhões em julho (20 dias úteis), com média diária de US$ 47,615 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 215,619 mil toneladas, com média diária de 10,781 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.416,70. Em relação a julho de 2023, houve alta de 31,2% no valor médio diário da exportação, ganho de 40,8% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 6,8% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Mercado atacadista

O mercado atacadista do boi gordo fecha a semana apresentando preços acomodados para a carne bovina. Segundo Iglesias, são boas as perspectivas para a primeira quinzena do mês, considerando o adicional de demanda durante o Dia dos Pais.

O quarto traseiro segue precificado a R$ 17,00 por quilo. A ponta de agulha ainda é cotada a R$ 12,50 por quilo. O quarto dianteiro segue no patamar de R$ 13,00 por quilo.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em baixa de 0,44%, sendo negociado a R$ 5,7092 para venda e a R$ 5,7071 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,6988 e a máxima de R$ 5,7931. Na semana, a moeda teve valorização de 0,92%.

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