Analista diz que que para a primeira quinzena de agosto é possível que haja alguma reação dos preços do boi gordo; datas podem trazer ampliação do consumo de carne
Enquanto os preços no mercado físico do boi gordo paulista se mantiveram em estabilidade, com a arroba sendo comercializada na média de R$ 315,00, outros estados como Minas Gerais e Mato Grosso seguiram sentindo o efeito da oferta elevada e enfrentaram novos reajustes negativos. Na B3, o futuro com vencimento para jul/22 passou por uma variação diária de -0,47%, cotado a 319,35%.
Cumprindo as expectativas do dia anterior, na última quinta-feira os preços no atacado de São Paulo passaram por novas movimentações, levando todos os cortes acompanhados a enfrentarem reajustes negativos. Em relação a carcaça casada, todas as categorias também tiveram seus preços reajustados para baixo, com uma variação de 2,56%, o boi castrado passou a ser negociado na média de R$ 19,00/kg.
De acordo com o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias a queda nos preços da arroba foi quase generalizada. Em Mato Grosso, que ainda conta com algumas negociações acima da referência média, foi registrada uma exceção. “No restante do país, a indústria frigorífica conquistou uma frente mais confortável em suas escalas de abate e passou a exercer pressão de queda de maneira mais contundente. A expectativa é que esse movimento se torne ainda mais forte no decorrer da segunda quinzena de julho, período que conta com menor apelo ao consumo de carne bovina“, destacou Iglesias.
O analista ainda diz que para a primeira quinzena de agosto é possível que haja alguma reação dos preços do boi gordo. Além da entrada dos salários na economia há também o Dia dos Pais, data que costuma ser traduzida em ampliação do consumo de carne.
- São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi caiu para R$ 322;
- Dourados (MS), os preços foram para R$292;
- Cuiabá (MT) a arroba de boi gordo continuou em R$ 301;
- Uberaba (MG), os preços despencaram e estão a R$ 300;
- Goiânia (GO), os preços foram para R$ 295 a arroba.
Preço do bezerro volta a subir em julho
Pois é, desde dezembro de 2021 o preço do bezerro não apresentava alta frente ao valor praticado no mês anterior. E em julho o valor parcial, até o dia 8, mostra recuperação que, se confirmada, será a primeira alta mensal do ano. Vale lembrar que o bezerro segue acumulando a maior queda entre as commodities agrícolas acompanhadas pelo Farmnews. O preço do bezerro na parcial de julho de 2022, até o dia 8, apresentou média de R$2.656,4 por cabeça, valor superior a média praticada em junho de 2021 (R$2.565,1).
Carne bovina no primeiro semestre
As vendas externas de carne bovina somaram volume recorde no primeiro semestre e esse resultado foi ancorado pelos envios da proteína à China e aos Estados Unidos. Segundo pesquisadores do Cepea, considerando-se o comportamento das exportações verificado nos últimos anos – em que os envios da proteína brasileira tanto ao país asiático quanto ao norte-americano se intensificam no segundo semestre –, os embarques nacionais podem se manter aquecidos nos próximos meses e renovar, portanto, o recorde anual. E, para reforçar estes envios externos, o dólar está operando em elevado patamar, ao passo que as vendas no mercado doméstico seguem enfraquecidas, contexto que deve manter frigoríficos exportadores focados neste canal de escoamento.
Fonte consultadas Cepea, Agrifatto, Farmnews, Safras & Mercado
